Violência sexual e saúde pública: avaliando um programa de saúde a partir da percepção das mulheres atendidas / Sexual violence and public health: assessing a health program from the perception of women served

• Autor(a) principal: Batista, Lorena Loiola
• Data de Publicação: 2021
• Outros Autores: Veras Sales, Celecina de Maria, Britto, Débora Fernandes, Guedes, Verbena Paula Sandy
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Revista Veras
• Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/34610
• topic: Violência Sexual. Gênero. Estupro. Saúde Pública.

Este estudo é um recorte de uma dissertação de mestrado que teve por objetivo avaliar o Programa Superando Barreiras (PSB), um serviço de saúde que atende mulheres vítimas de violência sexual, em uma maternidade pública de referência da cidade de Fortaleza-CE. A necessidade de se avaliar esse serviço advém do número alarmante de casos de violência sexual no Brasil e no Ceará e da existência de poucos locais e órgãos que acolham essas vítimas. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, a avaliação baseou-se na perspectiva do estudo em profundidade, abordando contexto e conteúdo. Coletaram-se os dados através da observação participante realizada pela pesquisadora entre abril a agosto de 2019. Foram atendidas cerca de 40 pacientes nesse período. Destas, 10 foram entrevistadas, tendo como critérios: mulheres adultas que estavam gestantes em decorrência do estupro e realizaram o aborto legal. Como ferramenta de análise dos dados coletados, adotamos a análise de conteúdo. A partir das falas das entrevistadas, obtivemos que: ao chegarem à emergência as vítimas foram atendidas de acordo com um fluxograma que norteia a equipe, algo que se mostrou bastante positivo na percepção delas. O atendimento ambulatorial também foi bem avaliado pelas entrevistadas. Já o processo de internamento, sendo este pré e pós-aborto legal, foi o que se mostrou mais conturbado. As pacientes relataram casos de objeção de consciência por parte dos médicos, e outras atitudes de caráter punitivo e moralista por parte da equipe. A análise foi norteada a partir da Norma Técnica de Prevenção e Tratamento dos Agravos Decorrentes da Violência Sexual, recomendado pelo Ministério da Saúde. O fomento quanto a avaliação do programa possibilita a discussão da relevância dessa política para o fortalecimento da rede de cuidado.