Imunoterapia na doença de Huntington: Uma revisão sistemática / Immunotherapy in Huntington's disease: A systematic review

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martin, Rafael Ribeiro Hernandez
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Gontijo, Bruna de Alcântara Veloso, Guimarães, Joyce de Souza, Toledo, Rafaela Germano, Patricio, Bárbara Morando Kalil, Verde, Liz de Albuquerque Lessa Villa, Mesquita, Harleson Lopes de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/19655
Resumo: A imunoterapia (IT) é promissora no tratamento da doença de Huntington (DH), uma doença genética desencadeada pelo desdobramento da proteína huntingtina com um trato de poliglutamina (CAG) que se repete múltiplas vezes e, como consequência, haverá uma morte seletiva de neurônios, levando à perda de coordenação motora e demência progressiva. Objetivos. Investigar o desempenho da IT na DH através de uma revisão sistemática. Métodos. Foram analisados estudos em fases pré-clínica e clínica publicados originalmente em inglês, tendo como referência a base de dados MEDLINE. Para tanto, foram utilizadas as palavras-chave “IT”, “Doença de Huntington” e “Doenças neurodegenerativas”, sendo seus sinônimos obtidos através do MeSH. Os critérios de inclusão foram estudos sobre o uso da IT para a DH, sendo os de exclusão estudos com métodos pouco claros e publicações disponíveis somente em resumo. A recomendação PRISMA foi utilizada com o intuito de melhorar o relato da revisão sistemática. Resultados. Na DH ocorre desregulação de mecanismos imunes, gerando ativação microglial e elevação de citocinas inflamatórias, até mesmo antes da fase sintomática. Os imunoterápicos destinados a restaurar a função normal dessas vias deveriam, em teoria, ter o potencial para desacelerar a doença e melhorar as características. Alguns deles mostraram resultados promissores em modelos animais na DH, mas não conseguiram reproduzir eficácia equivalente em ensaios clínicos. Além disso, indivíduos identificados geneticamente nos estágios iniciais podem apresentar benefícios particulares ao passo que os fármacos atingem tecidos periféricos além do cérebro. Estudos in vitro sugerem que a co-expressão da cadeia única de Anticorpos Fv (acFv) à proteína huntingtina reduz a agregação de sequências GAC, logo, pressupõe-se que aplicações semelhantes dessa tecnologia podem fornecer um meio de induzir expressão endógena de anticorpos na DH. Um protocolo de imunização ativo relatou que a vacinação com um fragmento de DNA Exon 1 mutante da DH poderia melhorar um fenótipo de intolerância à glicose em um modelo de camundongo. Esses resultados sugerem que as IT têm um potencial significativo para o tratamento tanto do SNC quanto fenótipos sistêmicos na DH. Conclusão. Atualmente, poucos ensaios clínicos de alto valor científico têm sido relatados sobre imunoterapia na DH, no entanto, estudos in vitro e in vivo com cobaias têm apresentado sucesso em ensaios clínicos de fase III.
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