CURRÍCULO E MULTICULTURALISMO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA PLURAL (CONVITE AO RESGATE DAS VOZES SILENCIADAS NO TERRITÓRIO ESCOLAR)

• Autor(a) principal: Julião, António Luis; Universidade Katyavala Bwila, UKB, Angola
• Data de Publicação: 2020
• Outros Autores: Araújo, Francisco Roberto Diniz; Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, UERN, Brasil
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Revista Expressão Católica (Online)
• Texto Completo: http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/rec/article/view/3881
• topic: Currículo; Multiculturalismo; Educação; Diversidade e Práticas pedagógicas

O presente texto resulta de um conjunto de meditações sobre a organização e processos escolares que temos observado e vindo a realizar, assim como das diferentes oportunidades de formação e de aprendizagem de que temos usufruído no âmbito das Ciências da Educação e dos Estudos Curriculares em particular. Trata-se de um estudo fundado nas questões de diversidade cultural que amiúde transcorrem o quotidiano escolar. O multiculturalismo, como campo teórico, constitui-se numa tentativa de compreender o processo de construção das diferenças no contexto da diversidade cultural que se apresentam em sociedades plurais. Trata-se, portanto, de um currículo de carácter inclusivo e emancipatório, traçado entre lutas, reivindicações e consensos. Assim, objectiva analisar como o currículo está relacionado com a construção identitária dos sujeitos que nele interagem e apresentar os fundamentos teóricos que sustentam a perspectiva de um currículo multicultural, evidenciando a sua implicância na qualidade da diversidade na escola. Nesse sentido, o presente artigo organiza-se como uma pesquisa qualitativa do tipo bibliográfica, atracada nos estudos teóricos referentes à temática do currículo multicultural e aos saberes docentes. O texto chama atenção para a necessidade de criação de mecanismos de acolhimento das várias subjectividades que permeiam o escolar, de modo a se reduzir os efeitos nefastos da violência simbólica. Para isso é fundamental deixar de entender-se o currículo como um mero plano, mas como um projecto, portador de identidades e subjectividades. Espera-se, dessa forma, contribuir para repensar as relações entre organização curricular e acção docente que assegurem a efectivação dos princípios de inclusão e emancipação que orientem os currículos na perspectiva multicultural e de conformação de uma escola de todos e para todos, fazendo um viés ao apartheid curricular.