Estatísticas educacionais como um sistema de razão: relações entre governo da educação e inclusão e exclusão sociais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2001 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Educação & Sociedade |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302001000200008 |
Resumo: | O ensaio começa por examinar as estatísticas nacionais e internacionais como campo de produção e reprodução culturais preocupado com a administração social da liberdade do indivíduo. Esta administração social apresenta duas facetas, pois, ao tornar o mundo inteligível e calculável para intervenções políticas e sociais, ela acarreta um efeito secundário. De fato, a administração social permite não apenas realizar intervenções imediatas ou futuras nas vidas de seres humanos individuais, como também faz com que as mudanças nas condições das pessoas produzam alterações no tipo de pessoas que são. Nesta última perspectiva, os relatórios estatísticos nacionais e internacionais de estatísticas educacionais são enfocados como fabricações de categorias de pessoas. Fabricações que levam a considerar o conhecimento estatístico como uma ficção, no sentido de que suas categorias não passam de representações elaboradas para identificar e ordenar relações, visando um planejamento social, como acontece com classificações como emprego/desemprego, 'de risco', etnicidade e minorias. Ademais, essas fabricações também constróem biografias ligadas a ações individuais e participação. Este ensaio examina: (1) Os argumentos contemporâneos que enfocam as estatísticas como uma função de resolução de problemas do Estado moderno. (2) As estatísticas são então consideradas historicamente como integrando regras e padrões de razão particulares ligados à administração pelo Estado de populações em nome da liberdade. Tal administração envolve a 'contenção do acaso' ao tornar os objetos do mundo inteligíveis e calculáveis para as políticas. (3) A terceira seção busca mostrar como as categorias e grandezas de números constróem uma causalidade prática de desvio ligada aos tipos de pessoas e biografias sobre os quais os planejadores sociais devem agir. (4) Finalmente, a noção de 'de risco', encontrada em relatórios políticos e estatísticos recentes, é explorada como integrando um conjunto particular de regras de raciocínio produtoras de biografias que incluem e excluem ao mesmo tempo. A finalidade da nossa investigação, entretanto, é outra: trata de examinar o sistema de razão no qual circulam os discursos estatísticos e de tornar aparente a dualidade do conhecimento sobre educação no governo da inclusão/exclusão sociais. As regras utilizadas para ampliar a inclusão são, ao mesmo tempo, regras de normalidade e divisões, que implicam a construção de sistemas que tanto excluem como incluem. |
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