DOSSIÊ HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de Estudos Interdisciplinares |
Texto Completo: | https://revistas.ceeinter.com.br/revistadeestudosinterdisciplinar/article/view/34 |
Resumo: | Ao longo do tempo temos observado a ampliação do interesse dos estudos históricos relacionados aos objetos, espaços e conhecimentos como subsídios essenciais à constituição e ativação da memória. Bergson (1975), destacou que o tempo é continuidade, o tempo é duração! Desta forma, o passado perdura no presente. Assim, um fato ocorrido no presente faz com que lembremos outro similar ocorrido no passado, ao tentar reviver esse fato vamos a um lugar de memória (geral), reviramos esse espaço em busca da lembrança que queremos e trazemos o passado ao presente. Avançando, podemos dizer que o tempo para Bergson é o passado e o passado é a memória, logo, o tempo é a memória! Por seu turno, Halbwachs (2013), diz ser a memória um fenômeno social que se forma a partir de uma memória coletiva. É uma reconstituição imperfeita do passado. Já para Nora (1993), embora os lugares de memória não sejam mais “espontâneos”, a memória é vida. “A memória é o lugar do presente eterno; a história, uma representação do passado. A memória é coletiva, enquanto a história é universal”. Segundo ele, A memória enraíza-se no concreto, nos objetos e gestos. Desta maneira, como as referências patrimoniais surgem da materialização de um discurso sobre o passado, o patrimônio é a constituição de memória. Sendo assim, o conceito de patrimônio, como processo, é algo que está sendo construído ao longo dos anos, a partir da complexa transformação do modo comportamental da sociedade quanto a seus sentidos, gostos, preferências e valores. Cada vez mais, a conservação do patrimônio ganha dimensões mais generalistas apoiadas em legislações e regulamentações abrangentes. Nesse contexto, espera-se que os estudos devam contemplar a inequívoca relação entre história, memória e patrimônio. Uma vez que, embora patrimônio e memória não sejam sinônimos, pode-se dizer que um existe em função do outro. Como afirma Candau (2014), o patrimônio é a expressão política da memória e a memória é a formadora da identidade. Da mesma forma, são pertinentes as discussões que tratam de todo o conjunto formador do patrimônio cultural em toda sua amplitude. |
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