O processo de interação de Leishmania (Leishmania) chagasi com Lutzomyia (Lutzomyia) longipalpis e a importância do lipofosfoglicano (LPG).

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Vanessa Cabreira de
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20832
Resumo: Estudos da interação Leishmania -vetor são importantes para o entendimento dos processos de desenvolvimento e transmissão do parasito. Si gnificativas informações têm sido relatadas principalmente para espécies de Leishmania do Velho Mundo. No Novo Mundo, existem poucas informações detalhadas sobre o desenvolvimento de Leishmania chagasi em seu vetor natural Lutzomyia longipalpis . O desenvolvimento desse parasito foi investigado em infecções experimentais do vetor com promastigotas e amas tigotas axênicas obtidas por transformação in vitro . Ambas as formas do parasito geraram alta porcentagem de flebotomíneos infectados. Foi observado um decréscimo no número de parasitos por intestino no terceiro dia após o repasto. Entretanto, os parasitos sobrev iventes nos dois grupos foram cap azes de se multiplicar e se desenvolver no intestino, apresentando densidade máxima entre seis e sete dias. Todos os morfotipos de promastigotas foram observados . Infecções iniciadas com promastigotas ou amastigotas axênicas mostraram perfis semelh antes de desenvolviment o e produziram formas infectantes. Assim, promastigotas podem ser pref erencialmente utilizadas em experimentos de infecção por ser este um processo menos laborioso. Para muitas espécies de Leishmania tem sido sugerido que o lipofosfoglicano (LPG) promova a adesão do parasito ao epitélio intestinal do flebotomíneo. Análises estruturais do LPG de diferentes espécies de Leishmania têm revelado que o polimorfismo nesses glicoconjugados se deve a variação dos açúcares das cadeias laterais e "cap". A aná lise das cadeias laterais da cepa BH46 revelou pela primeira vez um LPG poliglicosilado em L . chagasi . A importância do LPG na sobrevivência dessa espécie em L . longipalpis foi investigada usando parasitos mu tantes em LPG. Foram observadas reduções na sobrevivência ou no cresciment o desses mutantes no período que antecede a defecação e, em 60 horas, a infecção foi perdida. Em todos os pares naturais Leishmania /vetor analisados até o momento o LPG é requerido para a adesão do parasito ao intestino para evitar sua expulsão com o bolo fecal. Diferentemente , nós observamos que a síntese de LPG foi essencial para a sobrevivência inicial de L . chagasi no intestino de L . longipalpis , provavelmente protegendo o parasito do ata que enzimático. Aspectos morfológicos dessa interação foram investigados por microscopia óp tica, eletrônica de varredura e transmissão. Diferente da adesão altamente esp ecializada previamente proposta para L . chagasi em L . longipalpis , poucos parasitos foram observados com cor po e flagelo em contato com o epitélio intestinal e, esporadicamente, com o flag elo superficialmente inserido entre as microvilosidades. Diante de nenhuma vacina efetiva contra a doença e de uma variedade limitada de drogas para o tratamento, detalhes de todos os aspectos da biologia do parasito são desejáveis para a formulação de novas estratégias de controle contra o protozoário e o vetor.
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No Novo Mundo, existem poucas informações detalhadas sobre o desenvolvimento de Leishmania chagasi em seu vetor natural Lutzomyia longipalpis . O desenvolvimento desse parasito foi investigado em infecções experimentais do vetor com promastigotas e amas tigotas axênicas obtidas por transformação in vitro . Ambas as formas do parasito geraram alta porcentagem de flebotomíneos infectados. Foi observado um decréscimo no número de parasitos por intestino no terceiro dia após o repasto. Entretanto, os parasitos sobrev iventes nos dois grupos foram cap azes de se multiplicar e se desenvolver no intestino, apresentando densidade máxima entre seis e sete dias. Todos os morfotipos de promastigotas foram observados . Infecções iniciadas com promastigotas ou amastigotas axênicas mostraram perfis semelh antes de desenvolviment o e produziram formas infectantes. Assim, promastigotas podem ser pref erencialmente utilizadas em experimentos de infecção por ser este um processo menos laborioso. Para muitas espécies de Leishmania tem sido sugerido que o lipofosfoglicano (LPG) promova a adesão do parasito ao epitélio intestinal do flebotomíneo. Análises estruturais do LPG de diferentes espécies de Leishmania têm revelado que o polimorfismo nesses glicoconjugados se deve a variação dos açúcares das cadeias laterais e "cap". A aná lise das cadeias laterais da cepa BH46 revelou pela primeira vez um LPG poliglicosilado em L . chagasi . A importância do LPG na sobrevivência dessa espécie em L . longipalpis foi investigada usando parasitos mu tantes em LPG. Foram observadas reduções na sobrevivência ou no cresciment o desses mutantes no período que antecede a defecação e, em 60 horas, a infecção foi perdida. Em todos os pares naturais Leishmania /vetor analisados até o momento o LPG é requerido para a adesão do parasito ao intestino para evitar sua expulsão com o bolo fecal. Diferentemente , nós observamos que a síntese de LPG foi essencial para a sobrevivência inicial de L . chagasi no intestino de L . longipalpis , provavelmente protegendo o parasito do ata que enzimático. Aspectos morfológicos dessa interação foram investigados por microscopia óp tica, eletrônica de varredura e transmissão. Diferente da adesão altamente esp ecializada previamente proposta para L . chagasi em L . longipalpis , poucos parasitos foram observados com cor po e flagelo em contato com o epitélio intestinal e, esporadicamente, com o flag elo superficialmente inserido entre as microvilosidades. Diante de nenhuma vacina efetiva contra a doença e de uma variedade limitada de drogas para o tratamento, detalhes de todos os aspectos da biologia do parasito são desejáveis para a formulação de novas estratégias de controle contra o protozoário e o vetor.Studies on Leishmania-vector interactions are important to understand processes involved in parasite development and transmission. Consider able information has be en reported mainly for Old World Leishmania species. In the New World, there is little detailed information about the development of Leishmania chagasi in its natural vector Lutzomyia longipalpis. The development of this parasite was investigated in experimental infectio n of the vector with cultured promastigotes and axenic amastigotes obtained by in vitro transformation. Both parasite forms enable high percentage of infected sand flies. It was observed a decrease in parasite number within the gut on the third day after bloodmeal. However, the surviving promatigotes of both groups were able to multiply and develop in the gut. The highest density of parasite per gut occurred between six and seven days and all the promastigote forms were observed in the parasite life cycle. Experimental infections initiated with promastigotes and axenic amastigotes showed a similar trend of development and produced infective forms. Therefore, promastigote infecti on can be preferably use in experimental infection being less laboring. For many Leishmania species, the lipophosphoglycan (LPG) has been suggested to promote the attachment between parasite and sand fly epithelial midgut. Structural analyses of different Leishmania species LPG have showed that the polymorphism in theses glycoconjugates reside in the sugar side chain and cap. The analysis of strain BH46 side chains demonstrated for the first time a poly glucosylated LPG in L.chagasi. The LPG importance in survive of this specie in L longipalpis was investigated using mutant parasites in LPG biosynthesis. It was observed reductions in mutant survive or growth prior to excretion and, in 60 hour, the infection was completely lost. In all natural Leishmania/vector combinations examined to date, the LPG is required to binding the parasites to the sand fly midgut to avoid their loss with the blood meal excretion. Unlike of these observations, we observed that the LPG synthesis was essential to early survive of the L.Chagasi in L.longipalpis midgut, probably protect the parasites from enzymatic attack. Morphological aspects of Leishmania/vector interaction were investigated using to light microscopy and scanning and transmission electron microscopy. Di fferent of highly specialized attachment proposed previously to L. chagasi in L. longipalpis, few parasites were observed with body and flagella in contact with the epithelial midgut and, not often, w ith the flagella superficially insert between microvilli. In front of no eff ective vaccine against the disease and a limited range of drugs to treatment, details in all aspects of parasite biology are desirable to formulation of new strategy of control against protozoa and vector.AMSURD (Pôle Amériques)CPqRRFAPEMIGPAPES IVPRONEX.Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.porLeishmanioseLeishmaniaPsychodidaeGlicoconjugadosPrevenção e controleParasitologiaO processo de interação de Leishmania (Leishmania) chagasi com Lutzomyia (Lutzomyia) longipalpis e a importância do lipofosfoglicano (LPG).info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2010Fundação Oswaldo Cruz. 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