Avaliação da real exposição a acrilamida por crianças pré-escolares e escolares residentes no município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro, Maria Clara de Oliveira
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39440
Resumo: A acrilamida não está naturalmente presente nos alimentos, sendo um dos mecanismos de sua formação em alimentos baseado na reação de Maillard, entre aminoácidos, em especial a asparagina e açúcares redutores, quando submetidos a altas temperaturas. Alimentos ricos nestes dois precursores são derivados, principalmente, de produtos de origem vegetal como as batatas e cereais. A formação de acrilamida é observada na cocção, fritura, tostagem ou no processo de assar alimentos ricos em carboidratos com temperaturas superiores a 120°C e tende a aumentar com o tempo de cozimento e com a elevação da temperatura. Segundo a International Agency for research on Cancer (IARC) a acrilamida é classificada como uma substância provavelmente carcinogênica em humanos (grupo 2A) e, além disso, pode ser tóxica ao sistema nervoso e reprodutivo de homens e animais em determinadas doses. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu um valor de ingestão diária de acrilamida tolerável de 12 µgkg-1 de peso corporal (PC) / dia. Ainda são poucos os estudos sobre a exposição a acrilamida no Brasil, não existindo nenhum estudo específico desta exposição por crianças. Inúmeros estudos ao redor do mundo têm facilitado o surgimento de pesquisas mais específicas, onde é possível se dedicar a um alimento e a um grupo populacional para estabeler a real exposição a acrilamida em um determinado contexto. O objetivo deste estudo é determinar o consumo efetivo de acrilamida pela população pré-escolar e escolar do município do Rio de Janeiro, quantificando seus níveis em alimentos consumidos por esta população. Primeiramente um questionário foi elaborado para ser respondido pelos responsáveis pelas crianças entre 3 e 14 anos. A partir dos resultados dos questionários observou-se que as batatas fritas mais consumidas pelas crianças eram as batatas vendidas em fast food, batatas tipo chips e batatas palha. O método analítico utilizado para detecção e quantificação da acrilamida nas batatas foi cromatografia liquída de alta eficiência com detecção por ultra violeta. A validação do método contou com os testes de linearidade, efeito matriz repetibilidade, precisão intermediária, determinação do limite de quantificação e do limite de detecção. A exposição a acrilamida proveniente de batatas fritas tipo chips variou de 0,010 a 0,272 µg / kg PC / dia. Já a exposição a acrilamida por batatas fritas tipo palha ficou entre 0,004 a 0,111 µg / kg PC / dia. A exposição a acrilamida pelas batatas fritas vendidas em lanchonetes fast foods é de 0,60 a 21,06 µg / kg PC / dia. A avaliação efetiva da exposição à acrilamida pela população infantil gera dados que contribuem para que políticas públicas sejam fortalecidas e possuam embasamento para interferir e determinar que a fabricação de alimentos industrializados sejam realizadas de maneira a diminuir o teor deste contaminante.
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spelling Pinheiro, Maria Clara de OliveiraZamith, Helena Pereira da SilvaSilva, Marco Antonio Mota daLeite, Paola CardarelliAbrantes, Shirley de Mello PereiraAbrantes, Shirley de Mello Pereira2020-01-22T19:46:08Z2020-01-22T19:46:08Z2017PINHEIRO, M. C. O. Avaliação da real exposição a acrilamida por crianças pré-escolares e escolares residentes no município do Rio de Janeiro. 2017. 117 f. Tese (Doutorado em Vigilância Sanitária)-Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2017.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39440A acrilamida não está naturalmente presente nos alimentos, sendo um dos mecanismos de sua formação em alimentos baseado na reação de Maillard, entre aminoácidos, em especial a asparagina e açúcares redutores, quando submetidos a altas temperaturas. Alimentos ricos nestes dois precursores são derivados, principalmente, de produtos de origem vegetal como as batatas e cereais. A formação de acrilamida é observada na cocção, fritura, tostagem ou no processo de assar alimentos ricos em carboidratos com temperaturas superiores a 120°C e tende a aumentar com o tempo de cozimento e com a elevação da temperatura. Segundo a International Agency for research on Cancer (IARC) a acrilamida é classificada como uma substância provavelmente carcinogênica em humanos (grupo 2A) e, além disso, pode ser tóxica ao sistema nervoso e reprodutivo de homens e animais em determinadas doses. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu um valor de ingestão diária de acrilamida tolerável de 12 µgkg-1 de peso corporal (PC) / dia. Ainda são poucos os estudos sobre a exposição a acrilamida no Brasil, não existindo nenhum estudo específico desta exposição por crianças. Inúmeros estudos ao redor do mundo têm facilitado o surgimento de pesquisas mais específicas, onde é possível se dedicar a um alimento e a um grupo populacional para estabeler a real exposição a acrilamida em um determinado contexto. O objetivo deste estudo é determinar o consumo efetivo de acrilamida pela população pré-escolar e escolar do município do Rio de Janeiro, quantificando seus níveis em alimentos consumidos por esta população. Primeiramente um questionário foi elaborado para ser respondido pelos responsáveis pelas crianças entre 3 e 14 anos. A partir dos resultados dos questionários observou-se que as batatas fritas mais consumidas pelas crianças eram as batatas vendidas em fast food, batatas tipo chips e batatas palha. O método analítico utilizado para detecção e quantificação da acrilamida nas batatas foi cromatografia liquída de alta eficiência com detecção por ultra violeta. A validação do método contou com os testes de linearidade, efeito matriz repetibilidade, precisão intermediária, determinação do limite de quantificação e do limite de detecção. A exposição a acrilamida proveniente de batatas fritas tipo chips variou de 0,010 a 0,272 µg / kg PC / dia. Já a exposição a acrilamida por batatas fritas tipo palha ficou entre 0,004 a 0,111 µg / kg PC / dia. A exposição a acrilamida pelas batatas fritas vendidas em lanchonetes fast foods é de 0,60 a 21,06 µg / kg PC / dia. A avaliação efetiva da exposição à acrilamida pela população infantil gera dados que contribuem para que políticas públicas sejam fortalecidas e possuam embasamento para interferir e determinar que a fabricação de alimentos industrializados sejam realizadas de maneira a diminuir o teor deste contaminante.Acrylamide, also known as 2-propenamide is a white crystalline solid, stable at room temperature. It forms part of its chemical structure a polar amide function, which confers the characteristic of high solubility in water and the vinyl function, which allows the polymerization. Acrylamide is not naturally present in foods, being one of the mechanisms of its formation in foods based on the Maillard reaction between amino acids, especially asparagine and reducing sugars, when subjected to high temperatures. Foods rich in these two precursors are derived mainly from products of plant origin such as potatoes and cereals. The formation of acrylamide is observed in cooking, frying, roasting or in the process of baking carbohydrate-rich foods with temperatures in excess of 120ºC and tends to increase with cooking time and with raising the temperature. According to International Agency for Research on Cancer (IARC), acrylamide is classified as a likely carcinogenic substance in humans (group 2A) and, furthermore, can be toxic to the nervous and reproductive systems of men and animals at certain doses. The Word Health Organization (WHO) established a tolerable daily intake of acrylamide of 12 µg kg-1 of body weight (BW) / day. There are still few studies on acrylamide exposure in Brazil, and there is no specific study of this exposure by children. Numerous studies around the world have facilitated the emergence of more specific research, where it is possible to focus on a food and a population group to establish real exposure to acrylamide in a given context. The objective of this study is to determine the effective consumption of acrylamide by the preschool and school population of the city of Rio de Janeiro, quantifying their levels in foods consumed by this population. First, a questionnaire was designed to be answered by those responsible for children between the ages of 3 and 14. From the results of the questionnaires it was observed that the potatoes most consumed by the children were the potatoes sold in fast food, chips and straw potatoes. The analytical method used for detection and quantification of acrylamide in potatoes was high performance liquid chromatography with ultra violet detection. The validation of the method counted on the tests of linearity, matrix effect, repeatability, intermediate precision, determination of the limit of quantification and the limit of detection. Exposure to acrylamide from chips varied from 0.010 to 0.272 µg / kg BW / day. Already the exposure to acrylamide by straw chips was between 0.004 to 0.111 µg / kg BW / day. And the exposure to acrylamide for the chips sold in fast foods snack bars is 0.60 to 21.06 µg / kg BW / day. The effective evaluation of exposure to acrylamide by the child population tends to generate data that contribute to public policies being strengthened and have a foundation to interfere and to determine that the manufacture of processed foods is carried out in a way that decreases the content of this contaminant.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porAcrilamidaCriançasBatata FritaAcrylamideChildrenPotato chipsAcrilamidaNutrição da CriançaAlimentos IndustrializadosContaminantes Químicos em AlimentosControle de QualidadeVigilância SanitáriaAvaliação da real exposição a acrilamida por crianças pré-escolares e escolares residentes no município do Rio de Janeiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2017Coordenação de Pós-GraduaçãoFundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Controle de Qualidade em SaúdeRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Vigilância Sanitáriainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39440/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALTese_Maria_ Clara_de_Oliveira_Pinheiro.pdfTese_Maria_ Clara_de_Oliveira_Pinheiro.pdfapplication/pdf2007044https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39440/2/Tese_Maria_%20Clara_de_Oliveira_Pinheiro.pdf6fa040bc44e593b6ee2fead4ac1c264bMD52TEXTTese_Maria_ Clara_de_Oliveira_Pinheiro.pdf.txtTese_Maria_ Clara_de_Oliveira_Pinheiro.pdf.txtExtracted texttext/plain175824https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39440/3/Tese_Maria_%20Clara_de_Oliveira_Pinheiro.pdf.txt8d0b525fbbc9e6d4251575ca8c242892MD53icict/394402020-01-27 16:52:44.815oai:www.arca.fiocruz.br:icict/39440Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352020-01-27T19:52:44Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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