WHILE THE LIVING FLOWERS DON'T BURN: critique of the pedagogy of inclusion

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bezerra, Giovani Ferreira
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Comum do Brasil - Deposita
Texto Completo: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/288
Resumo: Esta pesquisa propõe uma leitura crítica acerca da pedagogia da inclusão, hegemônica nas últimas décadas, a fim de compreender seus delineamentos político-ideológicos, partindo-se da base material capitalista que a sustenta, em fase de reorganização produtiva. Forjada no bojo das reformas neoliberais, empreendidas no final do século XX pelo capital em crise, com desdobramentos atuais, tal pedagogia vem sendo disseminada de forma ostensiva na educação brasileira, particularmente no caso da inclusão escolar de pessoas com deficiência. O ideário dessa pedagogia e sua configuração teórico-prática são perscrutados sob a ótica da Pedagogia Histórico-Crítica e outras proposições marxistas e marxianas. Para realizar o intento, recorrese ao estudo das Declarações de Jomtien e Salamanca, dois documentos internacionais dos anos de 1990 que sustentam, ideologicamente, a proposta de inclusão escolar, bem como se procede à análise de reportagens publicadas na Revista Nova Escola entre os anos de 2001 e 2011, especificamente sobre a temática de inclusão escolar de pessoas com deficiência. Nova Escola, como a revista de educação mais lida pelos docentes da educação básica, constitui-se em uma fonte documental relevante, na medida em que registra, em suas páginas, as mudanças e permanências observadas nos discursos e práticas que têm norteado, no Brasil, a pedagogia inclusiva, conforme esta se materializa nas escolas, a partir das diretrizes oficiais. As análises situam a pedagogia da inclusão como uma justificativa ideológica para assegurar a manutenção da sociedade capitalista e excludente, reforçando-se a crença na escola redentora e idealizada, com o revigoramento de pressupostos escolanovistas, pautados no lema aprender a aprender e suas variações, como o aprender a viver juntos. Todavia, entende-se que a inclusão escolar de pessoas com deficiência pode desempenhar papel estratégico na agudização das contradições sociais e educacionais vivenciadas na atualidade, porquanto põe em perspectiva a necessidade de nova organização social e escolar, para além do capital, já que este não pode cumprir as promessas de inclusão proclamadas.
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O ideário dessa pedagogia e sua configuração teórico-prática são perscrutados sob a ótica da Pedagogia Histórico-Crítica e outras proposições marxistas e marxianas. Para realizar o intento, recorrese ao estudo das Declarações de Jomtien e Salamanca, dois documentos internacionais dos anos de 1990 que sustentam, ideologicamente, a proposta de inclusão escolar, bem como se procede à análise de reportagens publicadas na Revista Nova Escola entre os anos de 2001 e 2011, especificamente sobre a temática de inclusão escolar de pessoas com deficiência. Nova Escola, como a revista de educação mais lida pelos docentes da educação básica, constitui-se em uma fonte documental relevante, na medida em que registra, em suas páginas, as mudanças e permanências observadas nos discursos e práticas que têm norteado, no Brasil, a pedagogia inclusiva, conforme esta se materializa nas escolas, a partir das diretrizes oficiais. As análises situam a pedagogia da inclusão como uma justificativa ideológica para assegurar a manutenção da sociedade capitalista e excludente, reforçando-se a crença na escola redentora e idealizada, com o revigoramento de pressupostos escolanovistas, pautados no lema aprender a aprender e suas variações, como o aprender a viver juntos. Todavia, entende-se que a inclusão escolar de pessoas com deficiência pode desempenhar papel estratégico na agudização das contradições sociais e educacionais vivenciadas na atualidade, porquanto põe em perspectiva a necessidade de nova organização social e escolar, para além do capital, já que este não pode cumprir as promessas de inclusão proclamadas.This research proposes a critical reading about the pedagogy of inclusion hegemonic in recent decades in order to understand their political and ideological designs, starting from the material capitalist base that sustains it, in productive phase of reorganization. Forged in the wake of neoliberal reforms, undertaken in the late twentieth century by the capital in crisis, with current developments, such pedagogy is being disseminated ostensibly in Brazilian education, particularly in the case of educational inclusion of people with disabilities. The ideals of this pedagogy and its configuration theory and practice are scrutinized from the perspective of Pedagogia Histórico-Crítica and other Marxist and Marxian propositions. To achieve the aim, we resort to study the statements of Jomtien and Salamanca, two international documents of the 1990's that support, ideologically, the proposed school inclusion, as well as being examined articles published in the Nova Escola Magazine of the years 2001-2011, specifically on the issue of educational inclusion of people with disabilities. Nova Escola, as the most widely read magazine of education by teachers of basic education, is in a documentary source material, as recorded in its pages, the changes and continuities observed in the discourses and practices that have guided in Brazil inclusive pedagogy, as this is embodied in schools, from the official guidelines. The analyzes suggest a pedagogy of inclusion as an ideological justification for ensuring the maintenance of capitalist society and exclusionary, reinforcing the belief in the redemptive and idealized school, with the strengthening of escolanovistas assumptions, guided by the motto learning to learn, and its variations, as learning to live together. However, it is understood that the school inclusion of people with disabilities can play a strategic role in the exacerbation of social and educational contradictions experienced nowadays, since it puts into perspective the need for new social and educational organization, beyond capital, since this does not can fulfill the promises of proclaimed inclusion.CapesUniversidade Estadual de Mato Grosso do SulUnidade Universitária de Paranaíba (UEMS)BrasilPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃOhttp://lattes.cnpq.br/6763847248521843Araujo, Doracina Aparecida de Castrohttp://lattes.cnpq.br/8083791584012105Bezerra, Giovani Ferreira2023-04-19T18:18:40Z06/11/2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfBEZERRA, Giovani Ferreira. Enquanto não brotam as flores vivas: crítica à pedagogia da inclusão. 2012. 270f. 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