Percepção dos ribeirinhos com relação ao desempenho e à gestão de duas categorias distintas de unidades de conservação na Amazônia brasileira.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cabral, Marcia Munik
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Venticinque, Eduardo Martins, Rosas, Fernando Cesar Weber
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Biodiversidade Brasileira
Texto Completo: https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/356
Resumo: A criação de Unidades de Conservação (UCs) pode ser uma estratégia eficiente para conservação de várias espécies, incluindo os seres humanos. No entanto, as UCs por vezes são mal interpretadas pelas comunidades ribeirinhas, em especial as de proteção integral, onde quase sempre os ribeirinhos se queixam quanto à proibição de entrada nestas áreas para utilização dos recursos. Portanto, faz-se necessário conhecer as percepções humanas de modo que possibilite elaborar medidas para mitigar conflitos e transmitir a importância das UCs e de suas distintas categorias com vistas à melhoria de vida nas comunidades e à conservação da biodiversidade. Este estudo teve como objetivos avaliar a percepção das comunidades do entorno da Reserva Biológica (Rebio) do Uatumã e de residentes na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uatumã, Amazonas, Brasil, a respeito das UCs as quais estão envolvidos. Foram realizadas quatro campanhas às áreas de estudo, sendo duas para cada UC. Foram aplicados questionários aos moradores sobre as relações destes com as UCs, o que resultou em 113 entrevistas (62 Rebio e 51 RDS). Para a maioria dos comunitários as UCs não atrapalham o modo de vida tradicional (73% Rebio e 64% RDS), eles inclusive alegam que a área protegida contribuiu para aumentar a caça/pesca (~70% em ambas as UCs) e reconhecem que as UCs beneficiam diretamente na qualidade de vida (74% Rebio e 60% RDS). Contudo, os relatos sobre a comunicação e/ou relação com os gestores dessas áreas protegidas, segundo os comunitários, demonstraram que estes estão divididos, com 53% (Rebio) e 38% (RDS) alegando uma relação pouco amistosa entre gestores e a comunidade. Assim, verifica-se que o estreitamento das relações dos órgãos gestores com as comunidades que vivem dentro e entorno das UCs deve ser melhorado. Sugere-se uma integração maior neste sentido, a fim de prevenir ou minimizar conflitos que poderão colocar em risco a conservação das espécies e a qualidade de vida nas comunidades.
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