RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gilbert, Paul
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Oliveira, Ibraim Vitor de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)
Texto Completo: http://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/20699
Resumo: A contemporaneidade, de fato, atribui às paixões a capacidade de conceder acesso à realidade, aliás, de construir a realidade. Porém, em se tratando da oposição entre razão e paixão, a discussão é bastante antiga, já era clássica não só em filosofia, mas também na educação. A razão, “objetiva”, seria a garantia da paz civil; a paixão, “subjetiva”, seria, contrariamente, causa de muitos distúrbios sociais. A partir de Platão, a primeira é chamada a confrontar-se com a realidade, vale dizer, com os elementos estáveis da experiência humana. A razão é, por princípio, mestra de si, ativa e impassível com relação ao que é flexível e não se deixa tocar por nada que possa fragilizá-la ou mudá-la. A segunda, diversamente, é pouco confiável, porque sempre em movimento e com absoluta dependência dos eventos que a impulsionam casualmente; ela é essencialmente reativa. Por isso, para a tradição, o ideal de homem, a melhor expressão da sua identidade e da sua dignidade, se situa na sua capacidade de realizar a própria vontade, de não ser enganado por paixões fantásticas e inconstantes. Trata-se de uma autodeterminação, em outros termos, de inteira possessão de si.PALAVRAS-CHAVE: Paixão. Razão. Realidade. Compaixão. Interlocução.RIASSUNTO:La contemporaneità attribuisce infatti alle passioni la capacità di dare accesso alla realtà, di costituire anzi la realtà. L’opposizione era però classica, in filosofia ma anche nell’educazione, tra la ragione e la passione: la prima, ‘oggettiva’, garantirebbe la pace civile; la seconda, ‘soggettiva’, sarebbe invece causa di molti disturbi sociali. Da Platone in poi, la prima è chiamata a confrontarsi con le realtà, vale a dire con gli elementi stabili dell’esperienza umana: è per principio maestra di sé, attiva e impassibile verso ciò che è fluttuante, non si lascia toccare da niente che possa renderla fragile o cambiarla; la seconda, invece, poco affidabile, perché sempre movimentata e dipendente dagli eventi che la sfiorano casualmente, è essenzialmente reattiva. L’ideale dell’uomo, l’espressione migliore della sua identità e della sua dignità, si situa perciò nella sua capacità di realizzare la propria volontà, di non essere ingannato da passioni fantastiche e incostanti; è l’auto-determinazione o la possessione intera di sé.PAROLE CHIAVE: Passione. Ragione. Realtà. Compassione. Interlocuzione.
id PUC_MG-2_9f44ab91e7ca61bf9894d8fa02cd5704
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/20699
network_acronym_str PUC_MG-2
network_name_str Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)
repository_id_str
spelling RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃOPaixão. Razão. Realidade. Compaixão. Interlocução.A contemporaneidade, de fato, atribui às paixões a capacidade de conceder acesso à realidade, aliás, de construir a realidade. Porém, em se tratando da oposição entre razão e paixão, a discussão é bastante antiga, já era clássica não só em filosofia, mas também na educação. A razão, “objetiva”, seria a garantia da paz civil; a paixão, “subjetiva”, seria, contrariamente, causa de muitos distúrbios sociais. A partir de Platão, a primeira é chamada a confrontar-se com a realidade, vale dizer, com os elementos estáveis da experiência humana. A razão é, por princípio, mestra de si, ativa e impassível com relação ao que é flexível e não se deixa tocar por nada que possa fragilizá-la ou mudá-la. A segunda, diversamente, é pouco confiável, porque sempre em movimento e com absoluta dependência dos eventos que a impulsionam casualmente; ela é essencialmente reativa. Por isso, para a tradição, o ideal de homem, a melhor expressão da sua identidade e da sua dignidade, se situa na sua capacidade de realizar a própria vontade, de não ser enganado por paixões fantásticas e inconstantes. Trata-se de uma autodeterminação, em outros termos, de inteira possessão de si.PALAVRAS-CHAVE: Paixão. Razão. Realidade. Compaixão. Interlocução.RIASSUNTO:La contemporaneità attribuisce infatti alle passioni la capacità di dare accesso alla realtà, di costituire anzi la realtà. L’opposizione era però classica, in filosofia ma anche nell’educazione, tra la ragione e la passione: la prima, ‘oggettiva’, garantirebbe la pace civile; la seconda, ‘soggettiva’, sarebbe invece causa di molti disturbi sociali. Da Platone in poi, la prima è chiamata a confrontarsi con le realtà, vale a dire con gli elementi stabili dell’esperienza umana: è per principio maestra di sé, attiva e impassibile verso ciò che è fluttuante, non si lascia toccare da niente che possa renderla fragile o cambiarla; la seconda, invece, poco affidabile, perché sempre movimentata e dipendente dagli eventi che la sfiorano casualmente, è essenzialmente reattiva. L’ideale dell’uomo, l’espressione migliore della sua identità e della sua dignità, si situa perciò nella sua capacità di realizzare la propria volontà, di non essere ingannato da passioni fantastiche e incostanti; è l’auto-determinazione o la possessione intera di sé.PAROLE CHIAVE: Passione. Ragione. Realtà. Compassione. Interlocuzione.Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Belo Horizonte2019-07-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/2069910.5752/P.2177-6342.2019v10n19p122-144Sapere Aude; v. 10 n. 19 (2019): DOSSIÊ: PAIXÕES NA FILOSOFIA ANTIGA; 122-144Sapere Aude - Journal of Philosophy; Vol 10 No 19 (2019): DOSSIÊ: PAIXÕES NA FILOSOFIA ANTIGA; 122-1442177-63422176-2708reponame:Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)instname:Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)instacron:PUC_MGporhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/20699/14964Copyright (c) 2019 Sapere Audeinfo:eu-repo/semantics/openAccessGilbert, PaulOliveira, Ibraim Vitor de2019-09-16T03:22:31Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/20699Revistahttp://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAudePRIhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/oairevisapereaude@gmail.com || sergio10@pucminas.br2177-63422176-2708opendoar:2019-09-16T03:22:31Sapere Aude (Belo Horizonte. Online) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)false
dc.title.none.fl_str_mv RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO
title RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO
spellingShingle RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO
Gilbert, Paul
Paixão. Razão. Realidade. Compaixão. Interlocução.
title_short RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO
title_full RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO
title_fullStr RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO
title_full_unstemmed RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO
title_sort RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO
author Gilbert, Paul
author_facet Gilbert, Paul
Oliveira, Ibraim Vitor de
author_role author
author2 Oliveira, Ibraim Vitor de
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Gilbert, Paul
Oliveira, Ibraim Vitor de
dc.subject.por.fl_str_mv Paixão. Razão. Realidade. Compaixão. Interlocução.
topic Paixão. Razão. Realidade. Compaixão. Interlocução.
description A contemporaneidade, de fato, atribui às paixões a capacidade de conceder acesso à realidade, aliás, de construir a realidade. Porém, em se tratando da oposição entre razão e paixão, a discussão é bastante antiga, já era clássica não só em filosofia, mas também na educação. A razão, “objetiva”, seria a garantia da paz civil; a paixão, “subjetiva”, seria, contrariamente, causa de muitos distúrbios sociais. A partir de Platão, a primeira é chamada a confrontar-se com a realidade, vale dizer, com os elementos estáveis da experiência humana. A razão é, por princípio, mestra de si, ativa e impassível com relação ao que é flexível e não se deixa tocar por nada que possa fragilizá-la ou mudá-la. A segunda, diversamente, é pouco confiável, porque sempre em movimento e com absoluta dependência dos eventos que a impulsionam casualmente; ela é essencialmente reativa. Por isso, para a tradição, o ideal de homem, a melhor expressão da sua identidade e da sua dignidade, se situa na sua capacidade de realizar a própria vontade, de não ser enganado por paixões fantásticas e inconstantes. Trata-se de uma autodeterminação, em outros termos, de inteira possessão de si.PALAVRAS-CHAVE: Paixão. Razão. Realidade. Compaixão. Interlocução.RIASSUNTO:La contemporaneità attribuisce infatti alle passioni la capacità di dare accesso alla realtà, di costituire anzi la realtà. L’opposizione era però classica, in filosofia ma anche nell’educazione, tra la ragione e la passione: la prima, ‘oggettiva’, garantirebbe la pace civile; la seconda, ‘soggettiva’, sarebbe invece causa di molti disturbi sociali. Da Platone in poi, la prima è chiamata a confrontarsi con le realtà, vale a dire con gli elementi stabili dell’esperienza umana: è per principio maestra di sé, attiva e impassibile verso ciò che è fluttuante, non si lascia toccare da niente che possa renderla fragile o cambiarla; la seconda, invece, poco affidabile, perché sempre movimentata e dipendente dagli eventi che la sfiorano casualmente, è essenzialmente reattiva. L’ideale dell’uomo, l’espressione migliore della sua identità e della sua dignità, si situa perciò nella sua capacità di realizzare la propria volontà, di non essere ingannato da passioni fantastiche e incostanti; è l’auto-determinazione o la possessione intera di sé.PAROLE CHIAVE: Passione. Ragione. Realtà. Compassione. Interlocuzione.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-07-14
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/20699
10.5752/P.2177-6342.2019v10n19p122-144
url http://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/20699
identifier_str_mv 10.5752/P.2177-6342.2019v10n19p122-144
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/20699/14964
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2019 Sapere Aude
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2019 Sapere Aude
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Belo Horizonte
publisher.none.fl_str_mv Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Belo Horizonte
dc.source.none.fl_str_mv Sapere Aude; v. 10 n. 19 (2019): DOSSIÊ: PAIXÕES NA FILOSOFIA ANTIGA; 122-144
Sapere Aude - Journal of Philosophy; Vol 10 No 19 (2019): DOSSIÊ: PAIXÕES NA FILOSOFIA ANTIGA; 122-144
2177-6342
2176-2708
reponame:Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)
instname:Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)
instacron:PUC_MG
instname_str Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)
instacron_str PUC_MG
institution PUC_MG
reponame_str Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)
collection Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)
repository.name.fl_str_mv Sapere Aude (Belo Horizonte. Online) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)
repository.mail.fl_str_mv revisapereaude@gmail.com || sergio10@pucminas.br
_version_ 1798042345426386944