AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO TÉRMICO DE PAVILHÕES DE PRODUÇÃO DE FRANGOS EM MOÇAMBIQUE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: GUSSULE, M.
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Baptista, F.J., Fitas da Cruz, V.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/27201
Resumo: Em Moçambique em 2011, a produção total de carne de frango representou 73% da carne consumida no país, constituindo uma fonte proteica saudável e a um custo mais baixo (DNSV, 2012). A carne de vaca e de frango constituem mais de 80% da carne fornecida para o abastecimento formal, especialmente das áreas urbanas. Apesar da criação de gado bovino estar a aumentar, as indústrias da carne e de lacticínios continuam a ser insignificantes (FAO, 2015). Entretanto, nos últimos anos, a indústria avícola procura nas instalações e no controlo ambiental a possibilidade de melhoria no desempenho da produção de frangos, especialmente importante em ambientes com temperaturas elevadas (OLIVEIRA et al., 2006). O clima quente e a amplitude térmica pequena, faz com que muitos produtores de frangos optem por instalações abertas nas laterais para facilitar a ventilação. As condições ambientais requeridas pelos animais podem ser conseguidas em instalações com boa conceção arquitetónica, planeada e construída para diminuir a ação direta dos fatores climáticos (CARDOSO et al., 2011). Os fatores construtivos mais importantes de uma edificação em produção intensiva são a orientação das edificações e o material utilizado na cobertura (NÃÃS, 2005). No entanto, os fatores ambientais dentro dos pavilhões de produção de frangos são fracamente manipulados e controlados, sendo o microambiente para a produção e bem-estar do frango, muitas vezes não compatível com as necessidades provocando efeito negativo sobre o desempenho produtivo dos frangos. Para pintos de um dia, FURLAN & MACARI (2008) relatam a zona de conforto térmico dentro de uma temperatura ambiente entre 33 e 35°C com humidade relativa entre 65 a 70%. Com o desenvolvimento das aves e do sistema termorregulador, que atinge a sua plenitude entre os 10 e 15 dias de vida, a temperatura de conforto térmico cerca de 24°C para frangos com quatro semanas de idade e de 21 - 22°C com seis semanas de idade. Segundo TINÔCO (1998), um ambiente é considerado confortável para aves adultas quando apresenta temperaturas de 16 a 23ºC e humidade relativa do ar de 50 a 70%. Altas temperaturas prejudicam o desempenho e o rendimento produtivo, sendo esses efeitos mais acentuados com o aumento da humidade relativa do ar (OLIVEIRA et al., 2006). Para avaliar o comportamento térmico de pavilhões tipicamente utilizados para a produção de frangos em várias regiões de Moçambique, foram identificadas e caracterizadas as instalações para a produção de frangos nos maiores produtores, nomeadamente, a União Geral das Cooperativas Agrícolas e Pecuárias (UGC), as Quintas de Moçambique, a Associação Nacional de Avicultura de Moçambique (AMA) no sul do país, Frangos de Manica (Abílio Antunes), na província de Manica, província do centro de Moçambique na Novo Horizonte e Pintainhos Stewart na província de Nampula, província de Norte de Moçambique (FAO, 2013). Foi recolhida informação sobre a caracterização climática de cada região, recorrendo ao programa Agroclimate Moçambique, auxiliado com o WebGIS Moçambique, bem como necessidades ambientais dos animais em cada fase do ciclo produtivo recorrendo a artigos publicados em revistas científicas. Recorrendo a modelos de balanço térmico são estimadas as condições de temperatura no interior dos pavilhões, tendo em consideração as características construtivas, climáticas e equipamentos disponíveis. Excepcionalmente na UGC e AMA, em 2 pavilhões de produção foram recolhidos dados referentes a temperatura e humidade relativa, em condições de exploração real, recorrendo a Data Loggers HOBO (U14-002). As temperaturas estimadas e medidas são comparadas com as temperaturas de referência para a fase do ciclo produtivo de modo a avaliar se a temperatura no interior dos pavilhões de frango é a adequada para o conforto e bem-estar animal e aferindo da adequabilidade do tipo de pavilhão e tecnologias de controlo ambiental.
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Silva Gomes et al., INEGI/FEUP, artigo 6657, 803 – 804.partilhar com ICAAM/MEDndfb@uevora.ptvfc@uevora.pt580GUSSULE, M.Baptista, F.J.Fitas da Cruz, V.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-03T19:22:31Zoai:dspace.uevora.pt:10174/27201Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:17:18.730504Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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