Sépsis bacteriana no contexto Angolano
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/10077 |
Resumo: | Sépsis é uma palavra derivada do grego [s????], a qual significa a decomposição de materiais orgânicos que pode ocorrer por animais, plantas ou bactérias. A sépsis é responsável por 15 a 20% de todas as mortes nos países em vias de desenvolvimento e por mais de 1,5 milhões mortes de recém-nascidos e crianças a cada ano. Como condição médica, a sépsis é mais letal que um acidente vascular cerebral, apresentando taxas de mortalidade e morbidade próximas a 80% em países em vias de desenvolvimento. Além disso, quando comparado com a incidência de outras principais causas de morte, a incidência da sépsis tem vindo a aumentar. De facto, a incidência da sépsis aumentou de 1 672 casos por 100 000 habitantes em 2008 para 2 618 casos em 2012. A sépsis é uma doença infeciosa de etiologia variada (bacteriana, viral, fúngica ou até mesmo por protozoários), sendo que a etiologia mais frequente é a bacteriana. A transmissão da sépsis pode ocorrer por via endógena (infeção a partir de microrganismos colonizadores, microrganismos da flora normal); e/ou exógena (infeção a partir de um agente infecioso externo tendo penetrado no hospedeiro). A manifestação da sépsis está associada aos sinais e sintomas da infeção primária. O diagnóstico desta cultura é normalmente realizado recorrendo a hemocultura. O tratamento proposto, que deve ocorrer nas primeiras 6 a 8 horas após a identificação do doente com sépsis, inclui a reposição volumétrica vigorosa a cada 30 minutos conjugada com a administração de antibióticos. Os antimicrobianos são os agentes mais específicos e acessíveis para o tratamento do doente com sépsis, embora apenas representem uma abordagem parcial do problema. Uma das alternativas exploradas para aumentar a eficiência dos antibióticos é a estimulação da imunidade inata do doente, pelo aumento do número de leucócitos. Os dados descritos na literatura indicam que melhores taxas de sobrevivência em doentes com sépsis poderão ser atingidas com tratamentos adicionais aos convencionais agentes antimicrobianos. A sépsis é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em todo o mundo, particularmente em Angola. Em Angola, poucos hospitais públicos estão preparados para a realização de hemoculturas automatizadas, sendo a técnica manual a mais utilizada, o que torna o diagnóstico demorado e pouco fidedigno pelo índice de contaminação do material. Devido a este facto, é essencial o desenvolvimento de um conjunto de medidas para o reconhecimento e gestão precoce da sépsis refletindo o nível primário, secundário e terciário de cuidados. |
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A sépsis é uma doença infeciosa de etiologia variada (bacteriana, viral, fúngica ou até mesmo por protozoários), sendo que a etiologia mais frequente é a bacteriana. A transmissão da sépsis pode ocorrer por via endógena (infeção a partir de microrganismos colonizadores, microrganismos da flora normal); e/ou exógena (infeção a partir de um agente infecioso externo tendo penetrado no hospedeiro). A manifestação da sépsis está associada aos sinais e sintomas da infeção primária. O diagnóstico desta cultura é normalmente realizado recorrendo a hemocultura. O tratamento proposto, que deve ocorrer nas primeiras 6 a 8 horas após a identificação do doente com sépsis, inclui a reposição volumétrica vigorosa a cada 30 minutos conjugada com a administração de antibióticos. Os antimicrobianos são os agentes mais específicos e acessíveis para o tratamento do doente com sépsis, embora apenas representem uma abordagem parcial do problema. Uma das alternativas exploradas para aumentar a eficiência dos antibióticos é a estimulação da imunidade inata do doente, pelo aumento do número de leucócitos. Os dados descritos na literatura indicam que melhores taxas de sobrevivência em doentes com sépsis poderão ser atingidas com tratamentos adicionais aos convencionais agentes antimicrobianos. A sépsis é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em todo o mundo, particularmente em Angola. Em Angola, poucos hospitais públicos estão preparados para a realização de hemoculturas automatizadas, sendo a técnica manual a mais utilizada, o que torna o diagnóstico demorado e pouco fidedigno pelo índice de contaminação do material. Devido a este facto, é essencial o desenvolvimento de um conjunto de medidas para o reconhecimento e gestão precoce da sépsis refletindo o nível primário, secundário e terciário de cuidados.Sepsis is a word derived from the Greek [s????], which means the decomposition of organic materials that can occur by animals, plants or bacteria. Sepsis accounts for 15 to 20 percent of all deaths in developing countries and more than 1.5 million deaths of newborns and children each year. As a medical condition, sepsis is more lethal than a stroke, with morbidity and mortality rates nearing 80% in developing countries. In addition, when compared to the incidence of other major causes of death, the incidence of sepsis has been increasing. In fact, the sepsis incidence increased from 1 672 cases per 100 000 inhabitants in 2008 to 2 618 cases in 2012. Sepsis is an infectious disease of varied etiology (i.e. bacterial, viral, fungal or even protozoan), and the most frequent etiology is bacterial. The transmission of sepsis can occur through endogenous route (i.e. infection from colonizing microorganisms, normal flora microorganisms); and/or exogenous (i.e. infection from an external infecting agent having penetrated the host). The manifestation of sepsis is associated with signs and symptoms of primary infection and its diagnosis is commonly performed by using blood cultures. The proposed treatment, which should occur within the first 6 to 8 hours after identification of the patient with sepsis, includes vigorous volume replacement every 30 minutes in conjunction with the administration of antibiotics. Antimicrobials are the most specific and accessible agents for the treatment of patients with sepsis, although they represent only a partial approach to the problem since bacteria can develop resistance to these molecules. One of the alternatives explored to increase the efficiency of antibiotics is the stimulation of the innate immunity of the patient by the increase of the leukocytes levels. Data reported in the literature indicate that improved survival rates in patients with sepsis may be reached with additional treatments to conventional antimicrobial agents. Sepsis is one of the leading causes of morbidity and mortality worldwide, particularly in Angola. In Angola, few public hospitals are prepared to perform automated blood cultures, the manual technique being the most used, which makes the diagnosis time-consuming and unreliable by the high index of the material contamination. Due to this fact, it is essential to develop a set of measures for the early recognition and management of sepsis reflecting the primary, secondary and tertiary level of care.Monteiro, Maria de Lurdes PaivaMoreira, André FerreiraMiguel, Sónia Alexandra PereirauBibliorumFelisberto, Joaquim Paulo2020-03-18T16:58:36Z2018-10-82018-11-062018-11-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/10077TID:202354164porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:51:28Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/10077Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:50:07.723438Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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