Perceção de autoeficácia, empatia e vinculação em psicólogos estagiários: estudo exploratório
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10284/7117 |
Resumo: | O estágio curricular é um momento crucial na formação e treino de futuros psicólogos, que visa aprimorar competências relacionais e técnico-instrumentais através da prática. Conhecer o modo como os estagiários percecionam o seu nível de desenvolvimento em termos destas competências tem o potencial de intencionar a promoção e o desenvolvimento destas mesmas competências ao longo da formação académica. Assim, o presente estudo explora a perceção de alunos estagiários de psicologia sobre habilidades relacionais e técnico-instrumentais específicas que consideram deter na fase inicial e final desta experiência pré-profissional. Concretamente, pretende analisar o modo como se sentem em relação às interações que irão estabelecer na sua prática clínica, como reagem cognitiva e emocionalmente a essas relações e qual o grau de confiança na eficácia da sua atuação. Participaram neste estudo 8 estagiários curriculares de uma Universidade do Norte de Portugal, a frequentar o 2º Ano do 2º Ciclo de Estudos em Psicologia Clínica ou em Psicologia da Justiça, tendo sido avaliados em dois momentos: início do estágio curricular (Setembro de 2016) e fim do estágio curricular (Maio de 2017). A avaliação da autoeficácia do terapeuta (competências básicas de ajuda, gestão da sessão e desafios terapêuticos), da empatia (tomada de perspetiva, preocupação empática, desconforto pessoal e fantasia) e da vinculação (ansiedade em relação a questões interpessoais, conforto com a proximidade e confiança nos outros) foram efetuadas através das versões portuguesas do Counselor Activity Self-Efficacy Scale (CASES), do Índice de Reatividade Interpessoal (IRI) e da Escala de Vinculação do Adulto (EVA), respetivamente. Em termos descritivos, e no que se refere à perceção de autoeficácia, verificouse que os participantes revelam uma confiança satisfatória nas suas capacidades tanto no início quanto no final do estágio curricular. Em termos médios, os maiores níveis de confiança dizem respeito às competências básicas de ajuda que integram as capacidades de exploração, de insight e de ação. Relativamente à empatia, os participantes pontuam, em ambos os momentos, de forma elevada na preocupação empática, o que revela a inclinação para se sentirem calorosos, sentirem compaixão e preocupação com os outros; em termos de desconforto pessoal, os estagiários parecem apresentar altos níveis de tolerância às emoções dos outros. Em termos de vinculação na idade adulta, os participantes tendem a perceber as suas relações com os outros como algo pouco ansiogénico, sentindo-se confortáveis com a proximidade e confiantes nos mesmos e na sua disponibilidade, isto tanto no início como no final do estágio curricular. No que se refere à forma como as variáveis estudadas se associam, verificamos que no início do estágio curricular as competências de ajuda (CASES) se encontram positivamente associadas com a dimensão conforto com a proximidade (EVA), o que significa que quanto mais os participantes se percebem como competentes em termos de ajuda, mais conforto apresentam no estabelecimento de proximidade com os outros. No final do estágio curricular foi encontrada uma associação positiva entre a dimensão desafios terapêuticos (CASES) e a tomada de perspetiva (IRI), o que significa que os participantes tendem a percecionar-se como sendo mais capazes de lidar com os desafios durante a sessão à medida que se percebem como mais capazes de adotar a perspetiva do outro; a associação negativa entre a gestão da sessão (CASES) e o desconforto pessoal (IRI) aponta para a ideia de que quanto menor for o desconforto pessoal do participante em relação às emoções do outro, mais ele se percebe como capaz de gerir a sessão; por último a associação negativa entre o conforto com a proximidade (EVA) e a fantasia (IRI) indica que quanto menos o participante recorre à adoção de sentimentos e ações de personagens fictícios (ou seja, quanto mais genuíno é) mais confortável se sente com a proximidade em termos vinculativos. Quando exploradas as diferenças intra-sujeitos no que diz respeito à perceção da autoeficácia entre o início e o fim do estágio curricular, foram encontradas diferenças marginalmente significativas na perceção geral de autoeficácia e na gestão de sessão. Quer isto dizer que os participantes se percebem como mais competentes em termos gerais e em termos da forma como gerem a sessão à medida que o estágio curricular avança. Apesar do caráter exploratório deste estudo, as implicações destes resultados para a melhoria da formação e do treino em psicologia serão discutidas. |
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Concretamente, pretende analisar o modo como se sentem em relação às interações que irão estabelecer na sua prática clínica, como reagem cognitiva e emocionalmente a essas relações e qual o grau de confiança na eficácia da sua atuação. Participaram neste estudo 8 estagiários curriculares de uma Universidade do Norte de Portugal, a frequentar o 2º Ano do 2º Ciclo de Estudos em Psicologia Clínica ou em Psicologia da Justiça, tendo sido avaliados em dois momentos: início do estágio curricular (Setembro de 2016) e fim do estágio curricular (Maio de 2017). A avaliação da autoeficácia do terapeuta (competências básicas de ajuda, gestão da sessão e desafios terapêuticos), da empatia (tomada de perspetiva, preocupação empática, desconforto pessoal e fantasia) e da vinculação (ansiedade em relação a questões interpessoais, conforto com a proximidade e confiança nos outros) foram efetuadas através das versões portuguesas do Counselor Activity Self-Efficacy Scale (CASES), do Índice de Reatividade Interpessoal (IRI) e da Escala de Vinculação do Adulto (EVA), respetivamente. Em termos descritivos, e no que se refere à perceção de autoeficácia, verificouse que os participantes revelam uma confiança satisfatória nas suas capacidades tanto no início quanto no final do estágio curricular. Em termos médios, os maiores níveis de confiança dizem respeito às competências básicas de ajuda que integram as capacidades de exploração, de insight e de ação. Relativamente à empatia, os participantes pontuam, em ambos os momentos, de forma elevada na preocupação empática, o que revela a inclinação para se sentirem calorosos, sentirem compaixão e preocupação com os outros; em termos de desconforto pessoal, os estagiários parecem apresentar altos níveis de tolerância às emoções dos outros. Em termos de vinculação na idade adulta, os participantes tendem a perceber as suas relações com os outros como algo pouco ansiogénico, sentindo-se confortáveis com a proximidade e confiantes nos mesmos e na sua disponibilidade, isto tanto no início como no final do estágio curricular. No que se refere à forma como as variáveis estudadas se associam, verificamos que no início do estágio curricular as competências de ajuda (CASES) se encontram positivamente associadas com a dimensão conforto com a proximidade (EVA), o que significa que quanto mais os participantes se percebem como competentes em termos de ajuda, mais conforto apresentam no estabelecimento de proximidade com os outros. No final do estágio curricular foi encontrada uma associação positiva entre a dimensão desafios terapêuticos (CASES) e a tomada de perspetiva (IRI), o que significa que os participantes tendem a percecionar-se como sendo mais capazes de lidar com os desafios durante a sessão à medida que se percebem como mais capazes de adotar a perspetiva do outro; a associação negativa entre a gestão da sessão (CASES) e o desconforto pessoal (IRI) aponta para a ideia de que quanto menor for o desconforto pessoal do participante em relação às emoções do outro, mais ele se percebe como capaz de gerir a sessão; por último a associação negativa entre o conforto com a proximidade (EVA) e a fantasia (IRI) indica que quanto menos o participante recorre à adoção de sentimentos e ações de personagens fictícios (ou seja, quanto mais genuíno é) mais confortável se sente com a proximidade em termos vinculativos. Quando exploradas as diferenças intra-sujeitos no que diz respeito à perceção da autoeficácia entre o início e o fim do estágio curricular, foram encontradas diferenças marginalmente significativas na perceção geral de autoeficácia e na gestão de sessão. Quer isto dizer que os participantes se percebem como mais competentes em termos gerais e em termos da forma como gerem a sessão à medida que o estágio curricular avança. Apesar do caráter exploratório deste estudo, as implicações destes resultados para a melhoria da formação e do treino em psicologia serão discutidas.The curricular internship is a crucial moment in the training of future psychologists, which aims to improve relational and technical-instrumental skills through practice. Knowing how trainees perceive their level of development in terms of Thus, the present study explores the perceptions of psychology trainees students about specific relational skills and technical-instrumental that they consider to hold in the initial phase of this pre-professional experience. Specifically, it aims to analyze how they feel about the affective interactions they will establish in their clinical practice, how they react cognitively and emotionally to these relationships, and how confident they are in the effectiveness of their actions. Participated in this study 8 internship trainees from a university north of Portugal, attending the 2nd year of the 2nd cycle of study in Clinical Psychology or Psychology of Justice, having been evaluated in two moments: the beginning of the curricular internship (September 2016) and the end of the curricular internship (May 2017). Assessment of self-efficacy skills (basic helping skills, session management, therapeutic challenges), empathy (empathy, empathic concern, personal discomfort and fantasy) and attachment skills (anxiety about interpersonal issues, comfort with proximity, and trust in others) was performed through the Portuguese versions of the Counselor Activity Self-Efficacy Scale (CASES), the Interpersonal Reactivity Index (IRI) and the Adult Attachment Scale-R (AAS-R) respectively. In descriptive terms, and with regard to the perception of self-efficacy, it was found that the participants showed a satisfactory confidence in their abilities both at the beginning and at the end of the curricular internship. In average terms, the highest levels of confidence relate to the basic helping skills that integrate exploration, insight and action capacities. With regard to empathy, the participants punctuate, both times, high at the empathic concern, which shows the inclination to feel warm, compassionate and caring for others; in terms of personal discomfort, trainees appear to exhibit high levels of tolerance to the emotions of others as they score low on the sub-scale personal discomfort. In terms of attachment, participants tend to perceive their relationships with others as somewhat anxiogenic, feeling comfortable with proximity, and confident in their availability, both at the beginning and at the end of the curricular internship. Regarding the way in which the studied variables are associated, we find that at the beginning of the curricular internship the helping skills (CASES) are positively associated with the dimension comfort with proximity (EVA), which means that the more participants if perceived as competent in terms of help, more comfort present in the establishment of proximity to others. At the end of the curricular internship a positive association was found between the therapeutic challenges dimension (CASES) and the perspective taking (IRI), which means that participants tend to perceive themselves as being more able to cope with the challenges during the session as they perceive themselves as more capable of adopting the perspective of the other; the negative association between session management (CASES) and personal discomfort (IRI) point to the idea that the lower the personal discomfort of the participant in relation to the emotions of the other, the more he perceives himself as capable of managing the session; Finally, the negative association between comfort with proximity (EVA) and fantasy (IRI) indicates that the less participant uses the feelings and actions of fictional characters (ie, the more genuine he is) the more comfortable he feels about proximity in binding terms. When we explored the intra-subject differences in the perception of self-efficacy between the beginning and the end of the curricular internship, we found marginally significant differences in the general perception of self-efficacy and in the session management subscale. This means that participants perceive themselves as more competent in general terms and in terms of how they manage the session as the curricular stage progresses. Despite the exploratory nature of this study, the implications of these results for the improvement of training and training in psychology will be discussed.Alves, SóniaRepositório Institucional da Universidade Fernando PessoaMatos, Pedro Eduardo Peters2018-12-20T09:22:17Z2018-12-18T00:00:00Z2018-12-18T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10284/7117porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-06T02:06:30Zoai:bdigital.ufp.pt:10284/7117Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:44:00.772915Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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