Responsabilidade penal e cultura de cumprimento do direito nos entes coletivos : sobre o papel da "compliance" criminal na imputação de crimes à pessoa jurídica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/39821 |
Resumo: | Este breve estudo tem o objetivo de analisar um tema ainda não suficientemente debatido no ordenamento jurídico português. Depois da Reforma Penal de 2007, que introduziu a responsabilização penal das pessoas coletivas em Portugal, um novo fenómeno tem vindo a surgir com possíveis implicações nessa responsabilização. Esse fenómeno é denominado compliance e traduz-se, de forma simplista, na autorregulação do comportamento da pessoa coletiva através da adoção de mecanismos internos de boa conduta, tais como códigos de ética. Contudo, esse fenómeno não é desconhecido a outros países, apesar de razoavelmente recente, onde, quando aplicado à prevenção de atos ilícitos praticados por indivíduos dentro da pessoa coletiva, é designado por criminal compliance. Como tal, o principal foco aqui é a exploração da experiência internacional (com especial relevância para os Estados Unidos, Itália e Brasil) sobre o tema da criminal compliance e, se possível, estabelecer um paralelo entre essa experiência e o sistema de responsabilização penal da pessoa coletiva, de forma a destacar alguns pontos que aparentam ser de alguma relevância se, e quando, a temática venha a ser mais amplamente discutida ou traduzida em ato legislativo. Para tal serão feitas referências ao próprio sistema de responsabilização penal das pessoas coletivas, barreira inicial de qualquer estudo sobre a compliance, bem como das circunstâncias que facilitam o surgimento do fenómeno da compliance nos diversos ordenamentos jurídicos, inclusive Portugal. Serão seguidamente analisados alguns sistemas internacionais de atribuição de responsabilidade penal das pessoas coletivas e de regulação da compliance. Essa análise deverá ser breve, mas exaustiva o suficiente para destacar os principais pontos que aproximam e distinguem cada um desses ordenamentos. Por fim, deverá ser exposto o impacto do fenómeno da compliance no ordenamento jurídico português, posto que ainda não se encontra entre nós previsto, bem como destacar alguns dos riscos procedimentais que eventualmente possam surgir de uma aplicação descontrolada da compliance. |
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Responsabilidade penal e cultura de cumprimento do direito nos entes coletivos : sobre o papel da "compliance" criminal na imputação de crimes à pessoa jurídicaProcesso penalResponsabilidade penalPessoa colectivaSociedade de riscoComplianceProvaTeses de mestrado - 2018DireitoEste breve estudo tem o objetivo de analisar um tema ainda não suficientemente debatido no ordenamento jurídico português. Depois da Reforma Penal de 2007, que introduziu a responsabilização penal das pessoas coletivas em Portugal, um novo fenómeno tem vindo a surgir com possíveis implicações nessa responsabilização. Esse fenómeno é denominado compliance e traduz-se, de forma simplista, na autorregulação do comportamento da pessoa coletiva através da adoção de mecanismos internos de boa conduta, tais como códigos de ética. Contudo, esse fenómeno não é desconhecido a outros países, apesar de razoavelmente recente, onde, quando aplicado à prevenção de atos ilícitos praticados por indivíduos dentro da pessoa coletiva, é designado por criminal compliance. Como tal, o principal foco aqui é a exploração da experiência internacional (com especial relevância para os Estados Unidos, Itália e Brasil) sobre o tema da criminal compliance e, se possível, estabelecer um paralelo entre essa experiência e o sistema de responsabilização penal da pessoa coletiva, de forma a destacar alguns pontos que aparentam ser de alguma relevância se, e quando, a temática venha a ser mais amplamente discutida ou traduzida em ato legislativo. Para tal serão feitas referências ao próprio sistema de responsabilização penal das pessoas coletivas, barreira inicial de qualquer estudo sobre a compliance, bem como das circunstâncias que facilitam o surgimento do fenómeno da compliance nos diversos ordenamentos jurídicos, inclusive Portugal. Serão seguidamente analisados alguns sistemas internacionais de atribuição de responsabilidade penal das pessoas coletivas e de regulação da compliance. Essa análise deverá ser breve, mas exaustiva o suficiente para destacar os principais pontos que aproximam e distinguem cada um desses ordenamentos. Por fim, deverá ser exposto o impacto do fenómeno da compliance no ordenamento jurídico português, posto que ainda não se encontra entre nós previsto, bem como destacar alguns dos riscos procedimentais que eventualmente possam surgir de uma aplicação descontrolada da compliance.This brief study has the objective of analyzing a theme not yet sufficiently discussed in Portugal law system. After the Penal Code reform of 2007, that introduced the criminal liability of corporations in Portugal, a new phenomenon has been arising with possible implications on that kind of liability. That phenomenon is called compliance and it translates simply on the autoregulation of corporation behavior through the adoption of internal mechanisms of good conduct such as ethic codes. However, that phenomenon is not unknown, although fairly recent, to other countries where, when applied to the prevention of illicit acts practiced by individuals within the corporations, has the name of criminal compliance As such, the main point here is to explore the international experience on the subject of criminal compliance (with special relevance of USA, Italy and Brasil) and, if possible, establish a parallel between that experience and the system of criminal liability in Portugal in order to highlight some points that seem of relevance if, and when, that phenomenon is discussed or translated on a legislative act. Therefore, references will be made to the corporation’s criminal liability system itself, initial barrier of any study about compliance, and to the circumstances that facilitate the appearing of such a phenomenon on the multiple law systems, Portugal inclusive. After that, it will be analyzed some of the mentioned foreign systems of attribution of criminal liability to corporations and of compliance regulation. That Analysis should be brief, but deep enough to highlight the main points that distinguish or bring closer each one of those systems. Finally, it should be described the impact of such a phenomenon on the Portuguese law system, taking into account that it’s still not regulated, as well as highlight some of the procedimental risks of that could appear from an uncontrolled application of compliance mechanisms.Brito, Teresa Quintela deRepositório da Universidade de LisboaCaetano, Nuno Miguel Fernandes2021-02-15T01:30:27Z2018-02-152018-02-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/39821porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:38:46Zoai:repositorio.ul.pt:10451/39821Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:53:36.907342Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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