Bullying nas escolas de Guimarães: tipologias de bullying e diferenças entre géneros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa-Ferreira, T
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Ferreira, S, Martins, H
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.10/1356
Resumo: Introdução: O bullying escolar é o tipo mais comum de violência nas escolas e parece estar a aumentar nos últimos anos. Os vários tipos de agressão e vitimização por bullying apre- sentam-se com diferentes frequências conforme o género dos alunos. Objetivos: Avaliar a frequência das diferentes tipologias de vitimização e de agressão por bullying nos alunos participantes das escolas públicas de Guimarães. Comparar as frequên- cias de vitimização e de agressão por bullying entre alunos de sexo feminino e masculino. Desenho do estudo: Estudo observacional e transversal. Métodos: Foi selecionado um igual número de turmas do 6º e do 8º ano das escolas públicas do concelho de Guimarães, em Portugal. Os alunos preencheram autonomamente um questionário com informação demográfica e o Multidimensional Peer Victimization Scale adaptado para Portugal. Técnicas de estatística descritiva e analítica foram utilizadas na análise dos dados. Considerou-se Bullying, na relação com os cole- gas, 2 ou mais episódios de maus-tratos no mês anterior. Resultados: Avaliaram-se 660 alunos, de 11 a 16 anos de idade, 48.8% do 6º ano, 48.8% do sexo feminino, de dez escolas das catorze do concelho. Declararam-se envolvidos diretamente em comportamentos de bullying, como autores ou alvo de maus tratos, 71.2% dos alunos (78.1% dos rapazes e 64.0% das raparigas). As prevalências, por tipologia, foram de 61.2% no verbal, 36.8% no social, 24.8% no físico e 22.9% de envolvidos no bullying relativo à propriedade. As tipologias mais frequentemente reportadas pelas vítimas, em ambos os géneros, masculino e feminino, foram a verbal (54.0% e 41.3%, respetivamente) e a social (26.7% e 30.1%, respetivamente). No total dos alunos as tipologias de vitimização mais frequentes foram a vitimização verbal com 48.4% e a vitimização social com 28.8%. Nos agressores, a verbal e a física nos rapazes (respetivamente 44.5% e 25.5%) e a verbal e a social nas raparigas (28.3% e 9.3%) foram as mais frequentes. No total dos alunos as tipologias de agressão mais frequentes foram a agressão verbal com 36.6% e a agressão física com 15.3%. Os alunos do sexo masculino estiveram mais frequentemente envolvidos diretamente em comportamentos de bullying. Nos rapazes encontraram-se proporções de vítimas de todas as tipologias exceto a social, e de agressores verbais e físicos, significativamente superiores. Encontraram-se diferenças significativas nas proporções de vítimas e agressores entre escolas, grupos etários e anos de escolaridade. Conclusão: Os alunos que negaram envolvimento direto no bullying foram apenas 28.8%. Encontraram-se vários comportamentos de bullying significativamente diferentes entre géneros, mas não em todas as escolas, grupos etários e ano de escolaridade. Estes dados indicam que os fatores genéticos podem não ser importantes, devendo a atuação centrar-se noutros aspetos. O estudo dos fatores que condicionam as diferenças dos comportamentos e tipologias de bullying poderá facilitar a identificação de situações de violência de forma a evitá-las.
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