Colheita de células progenitoras hematopoiéticas periféricas em doentes pediátricos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bini-Antunes,Marika
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Roncon,Susana, Campilho,Fernando, Barbosa,Isabel, Leal,Helena, Ávila,Alcina, Ferreira,Sara, Campos,António, Vaz,Carlos Pinho, Ferreira,Rosa Branca, Pimentel,Pedro, Norton,Lucília, Carvalhais,Alzira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132006000100004
Resumo: A evolução das técnicas de aférese tem permitido a colheita de células progenitoras hematopoiéticas periféricas (CPHP) em crianças candidatas a autotransplante. Neste trabalho analisamos retrospectivamente 71 crianças (37 de sexo masculino e 34 de sexo feminino) propostas para autotransplante no IPO-Porto entre Dezembro 1995 e Setembro 2005. Os doentes tinham uma mediana de 10 anos de idade e um peso mediano de 29 kg. Apresentavam os seguintes diagnósticos: neuroblastoma 20, doença de Hodgkin 13, leucemia mielóide aguda 9, leucemia linfoblastica aguda 8, linfoma não Hodgkin 6, sarcoma de Ewing 5, outros diagnósticos 10. Todos os doentes foram tratados com quimioterapia antes da primeira mobilização (mediana de 2 protocolos) e em 9 deles também foi efectuada radioterapia. As crianças foram mobilizadas com G-CSF com uma dose diária mediana de 11,1 µg/kg (mínimo 5-máximo 20) na primeira mobilização e 18.1 µg/kg (mínimo 6, máximo 25-21) na segunda mobilização. Iniciamos as colheitas ao 5º dia de mobilização e uma hora após a injecção de G-CSF. Foram realizadas, no máximo, três aféreses por mobilização. Em 22 crianças (28,2%) foi necessária uma segunda mobilização e em 4 (5,6%) uma terceira para atingir uma dose alvo de 2x10(6)/kg células CD34+. Foi efectuado priming com eritrócitos em 32 doentes (45%). Em cada aférese foram processadas uma mediana de 4 volemias, sendo o tempo mediano de duração de cada procedimento de 141 minutos. A mediana do débito sanguíneo mantido foi de 59 ml/min. Uma mediana de 0,94x10(6)/kg e 0,80x10(6)/kg células CD34+ foi colhida por aférese, na primeira e na segunda mobilização, respectivamente. Encontramos uma correlação estatisticamente significativa entre o número de células CD34+ no sangue periférico pré aférese e na colheita (coeficiente de Pearson 0,834, p<0,01). Observamos uma correlação estatisticamente significativa entre a contagem plaquetária e de leucócitos pré-aférese e a percentagem de células CD34+ no enxerto (Kruskal Wallis, p<0,01). Não encontramos uma correlação significativa entre o número de protocolos de quimioterapia efectuados antes da 1ª mobilização e o número de células CD34+ colhidas. Da mesma forma, não houve nenhuma correlação entre a radioterapia antes da 1ª mobilização e o número de progenitores colhidos. Em conclusão a colheita de células progenitoras hematopoiéticas periféricas nos doentes pediátricos é um procedimento seguro e algumas determinações analíticad pré-aféres, nomeadamente a contagem de células CD34+, de plaquetas e leucócitos constituem bons indicadores da eficácia da colheita.
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