A compreensão do tempo para o desenvolvimento do pensamento histórico: um estudo com alunos portugueses do 1º ciclo do Ensino Básico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Anabela Pinheiro Teixeira
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Solé, Glória
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1822/48310
Resumo: A investigação que se apresenta resulta da implementação de um projeto investigativo de intervenção pedagógica supervisionada, que se desenvolveu no âmbito do plano de estudos do Mestrado em Ensino do 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico da Universidade do Minho. Procurou-se, com a concretização do projeto, compreender de que modo as crianças desenvolvem noções de temporalidade, que dificuldades evidenciam e em que medida a utilização de estratégias diversificadas e atividades desafiadoras promove o desenvolvimento da compreensão temporal e, consequentemente, do pensamento histórico. O projeto foi desenvolvido numa escola do 1º Ciclo do Ensino Básico e numa turma constituída por 19 alunos do 2º ano de escolaridade, com idades compreendidas entre os 6 e os 8 anos. A necessidade que se constatou da realização de atividades que incitassem o desenvolvimento de conceitos de tempo junto das crianças da turma participante foi notória desde o período de observação que antecedeu a implementação do projeto. Verificámos, em vários momentos de diálogo entre a turma e a professora cooperante, que os alunos evidenciavam dificuldades relativamente à localização temporal e demonstravam um conhecimento pouco consolidado de noções temporais, nomeadamente unidades de medida de tempo. Paralelamente a estas constatações, atendeu-se ao caráter primordial do conceito de tempo no ensino da História e simultaneamente à natureza integradora da área curricular de Estudo do Meio, que integra várias disciplinas científicas, permitindo a adoção de uma prática de cariz interdisciplinar inerente à metodologia do presente projeto. Salienta-se ainda a presença do conceito de tempo nos documentos que definem o currículo e orientam a pratica pedagógica, como o Programa de Estudo do Meio (ME, 2004), o Currículo Nacional do Ensino Básico e Competências Essenciais (2001), o Programa de Matemática (MEC, 2013). O projeto integra uma componente investigativa, através da qual se procurou dar resposta às seguintes questões: 1) Como constroem os alunos noções de tempo físico ao nível do sistema convencional de medição do tempo? 2) Que conceções de mudança evidenciam os alunos perante atividades de sequencialização de acontecimentos históricos (linhas de tempo; ordenação de imagens)? 3) Que competências desenvolveram os alunos ao nível da compreensão da temporalidade a partir de atividades desafiadoras? A par da componente investigativa desenvolveu-se uma prática pedagógica através da implementação de diversas atividades desafiadoras. Neste sentido, ao longo de sete sessões foram trabalhados diferentes construtos associados ao conceito de tempo como as unidades de medida de tempo, o tempo do relógio, o tempo do calendário e o tempo associado ao conceito de mudança. O presente texto incide neste último construto - o tempo como mudança (progressos e permanências) – relativamente ao passado pessoal e ao passado mais distante, que se remeteu neste estudo ao passado dos pais e dos avós.
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