A fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis por vícios de conteúdo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pacheco, Vera Neves
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/39381
Resumo: O Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei nº 262/86, de 02 de setembro, prevê a possibilidade de impugnar uma deliberação dos sócios que seja desconforme com o sistema (lei ou contrato) e que possa, por essa razão, ser declarada nula ou anulada, com fundamento nos arts. 56º e 58º, respetivamente. Sendo o regime regra o da anulabilidade, só é possível apreender a abrangência deste desvalor da deliberação afastando os casos de nulidade, uma vez que o legislador remete para a anulabilidade sempre que não caiba a nulidade, tal como plasmado no art. 58º, n.º 1, al. a), do CSC. Assim, no que concerne à invalidade do conteúdo da deliberação, se a mesma não se enquadrar no âmbito da nulidade, por força das als. c) e d) do n.º 1 do art. 56º, será anulável nos termos da referida al. a) do nº 1 do art. 58º do CSC. Dado que a validade do conteúdo de uma deliberação se afere pelo respeito de determinados princípios, é por referência a estes que intentaremos distinguir ambas as situações, procurando detetar a quais o legislador pretendeu atender na consagração das normas. Tal indagação será de pendor tendencialmente casuístico, privilegiando a análise da forma como a doutrina e a jurisprudência caracterizam incidentalmente ambas as situações e uma proposta de clarificação, trazendo exemplos práticos que possibilitem delimitar a fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis, por vícios de conteúdo, nessa referenciação, dando alguma materialidade à distinção entre as duas figuras.
id RCAP_32efb4e2025610a28ec15af7f5813ebb
oai_identifier_str oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/39381
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis por vícios de conteúdoDeliberações dos sóciosNulidadeAnulabilidadeConteúdoCritériosShareholders’ resolutionsNullityAnnullabilityContentCriteriaDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::DireitoO Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei nº 262/86, de 02 de setembro, prevê a possibilidade de impugnar uma deliberação dos sócios que seja desconforme com o sistema (lei ou contrato) e que possa, por essa razão, ser declarada nula ou anulada, com fundamento nos arts. 56º e 58º, respetivamente. Sendo o regime regra o da anulabilidade, só é possível apreender a abrangência deste desvalor da deliberação afastando os casos de nulidade, uma vez que o legislador remete para a anulabilidade sempre que não caiba a nulidade, tal como plasmado no art. 58º, n.º 1, al. a), do CSC. Assim, no que concerne à invalidade do conteúdo da deliberação, se a mesma não se enquadrar no âmbito da nulidade, por força das als. c) e d) do n.º 1 do art. 56º, será anulável nos termos da referida al. a) do nº 1 do art. 58º do CSC. Dado que a validade do conteúdo de uma deliberação se afere pelo respeito de determinados princípios, é por referência a estes que intentaremos distinguir ambas as situações, procurando detetar a quais o legislador pretendeu atender na consagração das normas. Tal indagação será de pendor tendencialmente casuístico, privilegiando a análise da forma como a doutrina e a jurisprudência caracterizam incidentalmente ambas as situações e uma proposta de clarificação, trazendo exemplos práticos que possibilitem delimitar a fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis, por vícios de conteúdo, nessa referenciação, dando alguma materialidade à distinção entre as duas figuras.The Portuguese Companies Code, approved by Decree-Law nr. 262/86 of September 2nd, provides for the possibility to challenge a shareholders' resolution which is not in conformity with the system (law or contract) and that may, for that reason, be declared null or annulled, based on articles 56 and 58, respectively. As the rule is that of nullity, it is only possible to apprehend the scope of this devaluation of the resolution leaving aside the cases of nullity, since the legislator refers to nullity whenever nullity is not applicable, as set forth in article 58, no. 1, paragraph a) of the Portuguese Companies Code. Therefore, regarding the invalidity of the content of the resolution, if it does not fall within the scope of nullity, by virtue of paragraphs c) and d) of article 56 no. 1, it will be annulled in accordance with the referred paragraph a) of no. 1 of article 58 of the Portuguese Companies Code. Since the validity of the content of a resolution is assessed by the compliance with certain principles, it is by reference to these that we will attempt to distinguish both situations, trying to detect which ones the legislator intended to consider when establishing the rules. Such inquiry will tend to be casuistic in nature, privileging the analysis of how doctrine and jurisprudence incidentally characterize both situations and a clarification proposal, bringing practical examples that make it possible to delimit the boundary between null and annullable resolutions, due to content defects, in this referencing, giving some materiality to the distinction between the two figures.Cunha, Paulo Miguel Olavo de Pitta eVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaPacheco, Vera Neves2022-11-23T12:51:23Z2022-09-292022-042022-09-29T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/39381TID:203090560porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:44:52Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/39381Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:32:13.931864Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis por vícios de conteúdo
title A fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis por vícios de conteúdo
spellingShingle A fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis por vícios de conteúdo
Pacheco, Vera Neves
Deliberações dos sócios
Nulidade
Anulabilidade
Conteúdo
Critérios
Shareholders’ resolutions
Nullity
Annullability
Content
Criteria
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Direito
title_short A fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis por vícios de conteúdo
title_full A fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis por vícios de conteúdo
title_fullStr A fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis por vícios de conteúdo
title_full_unstemmed A fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis por vícios de conteúdo
title_sort A fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis por vícios de conteúdo
author Pacheco, Vera Neves
author_facet Pacheco, Vera Neves
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Cunha, Paulo Miguel Olavo de Pitta e
Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa
dc.contributor.author.fl_str_mv Pacheco, Vera Neves
dc.subject.por.fl_str_mv Deliberações dos sócios
Nulidade
Anulabilidade
Conteúdo
Critérios
Shareholders’ resolutions
Nullity
Annullability
Content
Criteria
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Direito
topic Deliberações dos sócios
Nulidade
Anulabilidade
Conteúdo
Critérios
Shareholders’ resolutions
Nullity
Annullability
Content
Criteria
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Direito
description O Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei nº 262/86, de 02 de setembro, prevê a possibilidade de impugnar uma deliberação dos sócios que seja desconforme com o sistema (lei ou contrato) e que possa, por essa razão, ser declarada nula ou anulada, com fundamento nos arts. 56º e 58º, respetivamente. Sendo o regime regra o da anulabilidade, só é possível apreender a abrangência deste desvalor da deliberação afastando os casos de nulidade, uma vez que o legislador remete para a anulabilidade sempre que não caiba a nulidade, tal como plasmado no art. 58º, n.º 1, al. a), do CSC. Assim, no que concerne à invalidade do conteúdo da deliberação, se a mesma não se enquadrar no âmbito da nulidade, por força das als. c) e d) do n.º 1 do art. 56º, será anulável nos termos da referida al. a) do nº 1 do art. 58º do CSC. Dado que a validade do conteúdo de uma deliberação se afere pelo respeito de determinados princípios, é por referência a estes que intentaremos distinguir ambas as situações, procurando detetar a quais o legislador pretendeu atender na consagração das normas. Tal indagação será de pendor tendencialmente casuístico, privilegiando a análise da forma como a doutrina e a jurisprudência caracterizam incidentalmente ambas as situações e uma proposta de clarificação, trazendo exemplos práticos que possibilitem delimitar a fronteira entre as deliberações nulas e anuláveis, por vícios de conteúdo, nessa referenciação, dando alguma materialidade à distinção entre as duas figuras.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-11-23T12:51:23Z
2022-09-29
2022-04
2022-09-29T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.14/39381
TID:203090560
url http://hdl.handle.net/10400.14/39381
identifier_str_mv TID:203090560
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799132046346420224