Implications of second allele alterations for mismatch repair protein deficiency screening
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/10500 |
Resumo: | A síndrome de Lynch é uma das síndromes de cancro hereditário mais frequentes. Nas mulheres, os tumores ginecológicos, nomeadamente o cancro do endométrio, podem surgir como a primeira manifestação da doença. Esta síndrome é autossómica dominante e resulta maioritariamente de mutações germinativas num dos quatro genes das proteínas de reparação “mismatch” do ADN. A inativação bialélica do gene leva à perda completa da função destas proteínas, o que impede a deteção e reparo de mutações no ADN e leva à acumulação de erros da replicação em sequências repetitivas do ADN, associados à instabilidade dos microssatélites e, consequentemente, a um aumento da predisposição ao desenvolvimento de tumores. O principal objetivo deste estudo é determinar as implicações das alterações somáticas do segundo alelo para o rastreio de alterações da reparação “mismatch” do ADN e diagnóstico de síndrome de Lynch, com foco no estudo imunohistoquímico destas proteínas e na análise de metilação do promotor do gene MLH1 de doentes com cancro do endométrio. Selecionamos as doentes cujos tumores apresentavam alteração da expressão da proteína MLH1, o DNA foi extraído de amostras de tumor, submetido a modificação por bissulfito seguida de amplificação por PCR quantitativo específico de metilação (qMSP), e a amplificação multiplex de sondas dependentes de ligação específica para metilação (MSMLPA). Os dois métodos mostraram resultados concordantes. Com base nos resultados, fomos capazes de distinguir três grupos de metilação: o primeiro, com doentes cujos tumores não apresentam metilação em nenhum alelo, o segundo com doentes cujos tumores apresentam metilação parcial, provavelmente em apenas um alelo e, por último, doentes cujos tumores apresentam metilação em ambos os alelos. A grande maioria das doentes que prosseguiram para a pesquisa de mutações germinativas pertencia ao primeiro grupo, e as doentes dos outros grupos raramente foram testadas. O estudo imunohistoquímico mostrou que a expressão de MLH1/PMS2 pode ser completamente perdida, mas também se pode apresentar como perda subclonal e diminuição da imunoexpressão. Todos esses padrões de imunoexpressão podem estar associados à síndrome de Lynch. Em conclusão, demonstramos que o diagnóstico da síndrome de Lynch em doentes com cancro do endométrio é altamente dependente dos resultados da imunohistoquímica e da metilação do MLH1. Todos os padrões alterados de imunohistoquímica devem ser levados em consideração. Doentes com metilação parcial de MLH1, muito provavelmente têm apenas um alelo metilado, putativamente como second-hit e, portanto, podem ser considerados para o teste de mutações germinativas. Ao incluir estas doentes no rastreio de síndrome de Lynch, é expectável um pequeno aumento no número de doentes identificados. No entanto, devemos ter em mente que, quando identificamos uma doente com síndrome de Lynch, também estamos a identificar toda uma família com esta síndrome. |
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Implications of second allele alterations for mismatch repair protein deficiency screeningSíndrome de Lynch,Cancro do endométrioA síndrome de Lynch é uma das síndromes de cancro hereditário mais frequentes. Nas mulheres, os tumores ginecológicos, nomeadamente o cancro do endométrio, podem surgir como a primeira manifestação da doença. Esta síndrome é autossómica dominante e resulta maioritariamente de mutações germinativas num dos quatro genes das proteínas de reparação “mismatch” do ADN. A inativação bialélica do gene leva à perda completa da função destas proteínas, o que impede a deteção e reparo de mutações no ADN e leva à acumulação de erros da replicação em sequências repetitivas do ADN, associados à instabilidade dos microssatélites e, consequentemente, a um aumento da predisposição ao desenvolvimento de tumores. O principal objetivo deste estudo é determinar as implicações das alterações somáticas do segundo alelo para o rastreio de alterações da reparação “mismatch” do ADN e diagnóstico de síndrome de Lynch, com foco no estudo imunohistoquímico destas proteínas e na análise de metilação do promotor do gene MLH1 de doentes com cancro do endométrio. Selecionamos as doentes cujos tumores apresentavam alteração da expressão da proteína MLH1, o DNA foi extraído de amostras de tumor, submetido a modificação por bissulfito seguida de amplificação por PCR quantitativo específico de metilação (qMSP), e a amplificação multiplex de sondas dependentes de ligação específica para metilação (MSMLPA). Os dois métodos mostraram resultados concordantes. Com base nos resultados, fomos capazes de distinguir três grupos de metilação: o primeiro, com doentes cujos tumores não apresentam metilação em nenhum alelo, o segundo com doentes cujos tumores apresentam metilação parcial, provavelmente em apenas um alelo e, por último, doentes cujos tumores apresentam metilação em ambos os alelos. A grande maioria das doentes que prosseguiram para a pesquisa de mutações germinativas pertencia ao primeiro grupo, e as doentes dos outros grupos raramente foram testadas. O estudo imunohistoquímico mostrou que a expressão de MLH1/PMS2 pode ser completamente perdida, mas também se pode apresentar como perda subclonal e diminuição da imunoexpressão. Todos esses padrões de imunoexpressão podem estar associados à síndrome de Lynch. Em conclusão, demonstramos que o diagnóstico da síndrome de Lynch em doentes com cancro do endométrio é altamente dependente dos resultados da imunohistoquímica e da metilação do MLH1. Todos os padrões alterados de imunohistoquímica devem ser levados em consideração. Doentes com metilação parcial de MLH1, muito provavelmente têm apenas um alelo metilado, putativamente como second-hit e, portanto, podem ser considerados para o teste de mutações germinativas. Ao incluir estas doentes no rastreio de síndrome de Lynch, é expectável um pequeno aumento no número de doentes identificados. No entanto, devemos ter em mente que, quando identificamos uma doente com síndrome de Lynch, também estamos a identificar toda uma família com esta síndrome.Lynch syndrome (LS) is one of the most frequent hereditary cancer syndromes. In women, gynecological tumors, namely endometrial cancer (EC) can appear as the first malignant disease. This syndrome is autosomal dominant that mainly results from germline mutations in one of the four genes DNA mismatch repair (MMR). Biallelic inactivation leads to the complete loss function of MMR proteins, which prevents the detection and repair of DNA mutations and leads to accumulation of replication errors in repetitive DNA sequences, associated with the instability of microsatellites and, consequently, an increase predisposition to the tumors development. The main objective this study is to determine the implications of second allele somatic changes for mismatch repair protein deficiency screening and LS diagnosis, focusing on MMR immunoexpression and MLH1 gene promoter methylation analysis of patients with EC. Patients with altered MLH1 protein expression were selected, DNA was extracted from paraffin samples, and then, both subjected to bisulfite modification followed by amplification by quantitative methylation-specific PCR (qMSP), and to Methylation‐Specific Multiplex Ligation‐ Dependent Probe Amplification (MS-MLPA). The two methods showed highly concordant results. We were able to distinguish three methylation groups: the first, with patients whose tumors do not have methylation in any alleles, the second with patients whose tumors had partial methylation, most probably in only one allele, and lastly, patients whose tumor had methylation in both alleles. The vast majority of patients that proceeded to germline testing belong to the first group, and patients on the other groups were rarely tested. Immunohistochemistry study showed that MLH1/PMS2 expression can be completely lost but also present as subclonal loss and decreased immunoexpression. All these patterns of immunoexpression can be associated with LS. In conclusion, we demonstrate that LS diagnosis in endometrial cancer patients is highly dependent of immunohistochemistry and MLH1 methylation results. All altered immunohistochemistry patterns should take in account. Patients with partial MLH1 methylation most probably have only one methylated allele, as a putative second hit, and thus may be considered for LS germline testing. By including these patients in LS screening, we expect a small increase in the number of LS patients diagnosed. However, we must keep in mind that when we identify a patient with LS, we are also identifying a whole family with LS.2021-06-23T11:22:23Z2021-04-01T00:00:00Z2021-04-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/10500engmetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessOliveira, Bela Margarida Amaralreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:52:52Zoai:repositorio.utad.pt:10348/10500Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:05:31.357742Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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