O nada em potência de tudo

• Autor(a) principal: Rodrigues, Júlia Costa e Silva Mendes
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.22/10446
• topic: Teatro; Dispositivo; Caos; Processo colaborativo; Jogo; Ordem; Theater; Device; Chaos; Collaborative process; Game; Order

A presente reflexão escrita complementa o Projeto de Mestrado em Teatro que resultou no espetáculo teatral intitulado “Para saber onde acaba (o)” apresentado nos dias 13, 14 e 15 de julho nas instalações de um antigo talho na Rua do Lidador em Vila do Conde e foi desenvolvido em colaboração com um grupo de adolescentes da associação Camaleões d’Alma. Este projeto partiu de uma pesquisa que procurou perceber de que forma é possível partir de um estado de Nada para a procura de um “Tudo” que constituirá a linguagem do coletivo teatral na criação colaborativa de um espetáculo resultante dos embates do interesse e do saber dos diferentes agentes criativos (entendidos como todos os elementos humanos geradores de material cénico) integrados nas diferentes fases do processo de criação através de um conjunto de dispositivos de recolha e tratamento de material cénico que funcionaram como «terreno de jogo» com realidades autónomas em que as leis e costumes da vida quotidiana perdem validade de modo a potenciar a delimitação de um «universo» próprio de valor temporário no qual a atividade seja desligada dos interesses materiais de cada indivíduo com vista a potenciar a tradução do pensamento individual na lógica coletiva. Esta investigação pretende entender de que forma pode o teatro interagir com a época em que vivemos, com os seus valores de espontaneidade, aleatoriedade, imediatez, transitoriedade e multidisciplinariedade numa era tecnológica marcada pelo «fenómeno» da Internet, assim como a função do caos na linguagem derivado da heterogeneidade e instabilidade das designações e representações percebendo de que forma a multiplicidade de meios, suportes, tarefas e funções pode contribuir para a procura da materialização do pensamento através da sua demonstrabilidade.