Microbiologia preditiva aplicada à determinação do tempo de vida útil de matérias-primas da Centralrest

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreira, Marta Aluai
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/31012
Resumo: A informação sobre o tempo de vida útil de um alimento é muito importante para a empresa que o produz. O principal objetivo deste trabalho foi determinar o tempo de vida útil após abertura da embalagem de matérias-primas da Centralrest, empresa do ramo alimentar que produz refeições, pastas e molhos. Tendo em conta que a qualidade microbiológica de um alimento é em geral o aspeto que mais condiciona o seu tempo de vida útil e que o trabalho teve de ser feito em casa, usou-se um método de microbiologia preditiva. Usou-se o software ComBase Predictor para simular a atividade microbiana em diferentes condições experimentais, nomeadamente temperatura, pH, atividade da água e concentração de NaCl. Os microrganismos estudados são bactérias patogénicas que podem desenvolver-se facilmente nas matérias-primas: L. monocytogenes, Salmonella spp., E. coli, S. aureus, B. cereus e C. perfringens. Estimou-se assim o tempo necessário para a concentração de cada um dos microrganismos atingir valores definidos como não satisfatórios e limitantes do tempo de vida útil. A ausência de Salmonella spp. é um critério microbiológico predominante e os resultados da simulação do crescimento desta bactéria mostraram que a fase lag é muito curta e reforçaram assim a necessidade de implementação por parte da empresa de medidas de prevenção e controlo da sua presença. Assumindo que os critérios de ausência desta bactéria são cumpridos, verifica-se que a E. coli é, em regra, o fator limitante do tempo de vida útil, ou seja, é a bactéria que atinge o limite mais rapidamente, a 10℃. Pode ocorrer crescimento de L. monocytogenes, B. cereus, S. aureus e C. perfringens a partir de 1℃, 5℃, 7,5℃ e 15℃ respetivamente. No entanto, por regra, os limites microbiológicos respetivos são cumpridos por períodos de tempo superiores, atingindo-se no máximo 30,1 dias para L. monocytogenes, na cebola roxa (frutas e vegetais); 35,9 dias para B. cereus, no pão de forma e pão rústico (produtos à base de cereais); 21,8 dias para S. aureus, nos mesmos alimentos; e 16 dias para C. perfringens, na pescada (produtos de pesca/do mar). Os resultados mostram, como seria de esperar, que pequenas diferenças de temperatura provocam grandes diferenças na curva de crescimento microbiano, o que evidencia o papel fundamental da temperatura no controlo da segurança alimentar. Tendo em conta que o ComBase Predictor apresenta algumas limitações, é necessário que futuramente haja validação dos resultados por métodos diretos, como por exemplo, através de testes microbiológicos.
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Os microrganismos estudados são bactérias patogénicas que podem desenvolver-se facilmente nas matérias-primas: L. monocytogenes, Salmonella spp., E. coli, S. aureus, B. cereus e C. perfringens. Estimou-se assim o tempo necessário para a concentração de cada um dos microrganismos atingir valores definidos como não satisfatórios e limitantes do tempo de vida útil. A ausência de Salmonella spp. é um critério microbiológico predominante e os resultados da simulação do crescimento desta bactéria mostraram que a fase lag é muito curta e reforçaram assim a necessidade de implementação por parte da empresa de medidas de prevenção e controlo da sua presença. Assumindo que os critérios de ausência desta bactéria são cumpridos, verifica-se que a E. coli é, em regra, o fator limitante do tempo de vida útil, ou seja, é a bactéria que atinge o limite mais rapidamente, a 10℃. Pode ocorrer crescimento de L. monocytogenes, B. cereus, S. aureus e C. perfringens a partir de 1℃, 5℃, 7,5℃ e 15℃ respetivamente. No entanto, por regra, os limites microbiológicos respetivos são cumpridos por períodos de tempo superiores, atingindo-se no máximo 30,1 dias para L. monocytogenes, na cebola roxa (frutas e vegetais); 35,9 dias para B. cereus, no pão de forma e pão rústico (produtos à base de cereais); 21,8 dias para S. aureus, nos mesmos alimentos; e 16 dias para C. perfringens, na pescada (produtos de pesca/do mar). Os resultados mostram, como seria de esperar, que pequenas diferenças de temperatura provocam grandes diferenças na curva de crescimento microbiano, o que evidencia o papel fundamental da temperatura no controlo da segurança alimentar. Tendo em conta que o ComBase Predictor apresenta algumas limitações, é necessário que futuramente haja validação dos resultados por métodos diretos, como por exemplo, através de testes microbiológicos.The knowledge about a food’s shelf life is very important for the company that produces it. The main purpose of this work was to determine the shelf life after opening the packaging of raw materials from Centralrest, a food company that produces meals, pates and sauces. Bearing in mind that the microbiological quality of a food is, in general, the aspect that most affects its shelf life, we used a predictive microbiology method. We used the software ComBase Predictor to simulate the bacterial activity at different experimental conditions, namely, temperature, pH, water activity and NaCl concentration. The microorganisms studied are pathogenic bacteria that can easily grow in Centralrest’s raw materials: L. monocytogenes, Salmonella spp., E. coli, S. aureus, B. cereus e C. perfringens. It was thus possible to predict the time required the concentration of each one of the microorganisms to reach values defined as unsatisfactory and determinant to shelf life. The absence of Salmonella spp. is a predominant microbiological criterion and the results showed that the lag phase is very short and thus reinforced the need for the company to implement measures to prevent and control its presence. Assuming that the criteria for the absence of microorganisms are obeyed, it appears that E. coli is the limiting factor of the shelf life, which means that it is the bacteria that reaches the limit more quickly, at 10℃. Growth of L. monocytogenes, B. cereus, S. aureus e C. perfringens can occur from 1℃, 5℃, 7,5℃ and 15℃, respectively. However, generally, the respective microbiological limits are obeyed for longer periods of time, reaching a maximum of 30,1 days for L. monocytogenes, in red onion (fruits and vegetables); 35,9 days for B. cereus, in loaf and rustic bread (cereal products); 21,8 days for S. aureus, on the same previous foods; and 16 days for C. perfringens, in hake (fish/sea products). As expected, the results show that small temperature differences cause large differences in the microbial growth curve, which highlights the fundamental role of temperature in controlling food security. Since ComBase Predictor has some limitations, it is necessary that the results are validated in the future by direct methods, as microbiological tests.2021-03-24T15:24:20Z2021-02-22T00:00:00Z2021-02-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/31012porMoreira, Marta Aluaiinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:59:55Zoai:ria.ua.pt:10773/31012Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:03:00.217752Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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