Saúde mental e práticas anti stress em época de COVID-19 em Portugal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10284/11420 |
Resumo: | Introdução: A saúde mental tem sido uma temática cada vez mais abordada devido à situação pandémica de COVID-19. O confinamento e o isolamento social geraram inúmeras complicações quando se fala em saúde, seja esta física ou mental, sendo que ao medo de contrair a infeção se aliou o medo das alterações sociais e emocionais que geraram inúmeros sintomas ao nível psicológico. Objetivos: Caracterizar a saúde mental de uma amostra da população residente em Portugal durante a pandemia de COVID-19; explorar a relação entre a saúde mental e as variáveis sociodemográficas da amostra; explorar os itens do MHI-5 com tónica positiva (bem-estar psicológico) e as variáveis sociodemográficas; analisar a sua experiência com práticas para lidar com o stress; verificar se esta experiência varia em função de variáveis sociodemográficas; e explorar relações entre esta experiência e a saúde mental dos participantes. Método: No âmbito do projeto “Práticas de (auto-)cuidados de saúde em Portugal e fatores associados”, foram desenvolvidos dois estudos, com base numa amostra de 162 participantes, com idades compreendidas entre os 18 e 88 anos de idade. Após a obtenção das devidas autorizações, estes responderam a um questionário via Google Forms, desenvolvido para o efeito, que incluía um questionário sociodemográfico; o Mental Health Inventory-5 (MHI-5); e vinte e uma questões de práticas para lidar com o stress. Resultados: Estudo 1: A saúde mental da amostra apresenta valores tendencialmente baixos. Valores mais elevados de idade estão associados a valores mais baixos de saúde mental/bem-estar psicológico e distress psicológico. Indivíduos sem ocupação profissional e/ou estudantes/trabalhadores-estudantes têm mais distress psicológico do que os restantes indivíduos. As mulheres apresentam maiores índices de sentimentos “em calma e em paz” do que os homens. Estudo 2: As atividades religiosas não contaram com novos praticantes após o início da COVID-19. A média mais elevada obteve-se na prática ouvir e/ou tocar música e na prática ver televisão e/ou filmes e/ou séries online e a média mais baixa obteve-se no consumo de drogas ilícitas. As mulheres apresentam maiores índices de expressão de sentimentos e procura de apoio de alguém do que os homens, enquanto os homens procuram lidar com o stress através de estratégias de fuga. Indivíduos de outras nacionalidades residentes em Portugal apresentam maiores índices nas atividades religiosas do que indivíduos de nacionalidade portuguesa, enquanto indivíduos de nacionalidade portuguesa apresentam maiores índices de consumo de álcool do que indivíduos de outras nacionalidades. Discussão: Estudo 1: O Item 3 e 3 do MHI-5 revelam valores mais elevados no presente estudo do que no estudo de Pais Ribeiro. A saúde mental da amostra não foi de acordo com a literatura encontrada. Enquanto no presente estudo a um aumento de idade está associada uma saúde mental mais baixa, na literatura encontrada a um aumento de idade está associada uma saúde mental mais elevada. Não se observaram valores significativos em função do sexo, no entanto, na observação da média, as mulheres apresentam menor saúde mental do que os homens. Estudo 2: A discussão de resultados foi muito limitada devido à falta de informação acerca das estratégias de coping utilizadas após o COVID-19 em função a variáveis sociodemográficas. No que diz respeito às estratégias de gestão de sintomas, enquanto a literatura consultada refere que as estratégias menos utilizadas são as estratégias de gestão de sintomas, no presente estudo são as mais utilizadas. Indivíduos que utilizam a fotografia como estratégia de manutenção de saúde mental têm mais saúde mental do que os restantes, uma vez que a fotografia incentiva na desconstrução de estigmas e fortalece vínculos através do compartilhamento de experiências e emoções. Conclusão: Pode-se concluir que a população residente em Portugal desta amostra durante o período da pandemia utilizou maioritariamente estratégias positivas para combater o stress, utilizando o contacto com familiares e amigos, pensamentos positivos e procura de apoio de outros. Verificou-se que embora o tema saúde mental e COVID-19 esteja fortemente relacionado não existem ainda muitos dados específicos que se possam comparar aos do presente estudo, sendo necessário estudar o verdadeiro impacto que a pandemia trouxe à população portuguesa, sendo que este só é percebido ao longo da sua evolução e após o seu término. Os dois estudos fornecem contributos relevantes para a promoção da saúde mental e redução de stress, sugerindo ser necessário manter as linhas de apoio criadas em época de COVID-19 para a manutenção/melhoria da saúde mental em Portugal. |
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Saúde mental e práticas anti stress em época de COVID-19 em PortugalSaúde mentalPráticas anti stressCOVID-19Mental healthAnti-stress practicesDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaIntrodução: A saúde mental tem sido uma temática cada vez mais abordada devido à situação pandémica de COVID-19. O confinamento e o isolamento social geraram inúmeras complicações quando se fala em saúde, seja esta física ou mental, sendo que ao medo de contrair a infeção se aliou o medo das alterações sociais e emocionais que geraram inúmeros sintomas ao nível psicológico. Objetivos: Caracterizar a saúde mental de uma amostra da população residente em Portugal durante a pandemia de COVID-19; explorar a relação entre a saúde mental e as variáveis sociodemográficas da amostra; explorar os itens do MHI-5 com tónica positiva (bem-estar psicológico) e as variáveis sociodemográficas; analisar a sua experiência com práticas para lidar com o stress; verificar se esta experiência varia em função de variáveis sociodemográficas; e explorar relações entre esta experiência e a saúde mental dos participantes. Método: No âmbito do projeto “Práticas de (auto-)cuidados de saúde em Portugal e fatores associados”, foram desenvolvidos dois estudos, com base numa amostra de 162 participantes, com idades compreendidas entre os 18 e 88 anos de idade. Após a obtenção das devidas autorizações, estes responderam a um questionário via Google Forms, desenvolvido para o efeito, que incluía um questionário sociodemográfico; o Mental Health Inventory-5 (MHI-5); e vinte e uma questões de práticas para lidar com o stress. Resultados: Estudo 1: A saúde mental da amostra apresenta valores tendencialmente baixos. Valores mais elevados de idade estão associados a valores mais baixos de saúde mental/bem-estar psicológico e distress psicológico. Indivíduos sem ocupação profissional e/ou estudantes/trabalhadores-estudantes têm mais distress psicológico do que os restantes indivíduos. As mulheres apresentam maiores índices de sentimentos “em calma e em paz” do que os homens. Estudo 2: As atividades religiosas não contaram com novos praticantes após o início da COVID-19. A média mais elevada obteve-se na prática ouvir e/ou tocar música e na prática ver televisão e/ou filmes e/ou séries online e a média mais baixa obteve-se no consumo de drogas ilícitas. As mulheres apresentam maiores índices de expressão de sentimentos e procura de apoio de alguém do que os homens, enquanto os homens procuram lidar com o stress através de estratégias de fuga. Indivíduos de outras nacionalidades residentes em Portugal apresentam maiores índices nas atividades religiosas do que indivíduos de nacionalidade portuguesa, enquanto indivíduos de nacionalidade portuguesa apresentam maiores índices de consumo de álcool do que indivíduos de outras nacionalidades. Discussão: Estudo 1: O Item 3 e 3 do MHI-5 revelam valores mais elevados no presente estudo do que no estudo de Pais Ribeiro. A saúde mental da amostra não foi de acordo com a literatura encontrada. Enquanto no presente estudo a um aumento de idade está associada uma saúde mental mais baixa, na literatura encontrada a um aumento de idade está associada uma saúde mental mais elevada. Não se observaram valores significativos em função do sexo, no entanto, na observação da média, as mulheres apresentam menor saúde mental do que os homens. Estudo 2: A discussão de resultados foi muito limitada devido à falta de informação acerca das estratégias de coping utilizadas após o COVID-19 em função a variáveis sociodemográficas. No que diz respeito às estratégias de gestão de sintomas, enquanto a literatura consultada refere que as estratégias menos utilizadas são as estratégias de gestão de sintomas, no presente estudo são as mais utilizadas. Indivíduos que utilizam a fotografia como estratégia de manutenção de saúde mental têm mais saúde mental do que os restantes, uma vez que a fotografia incentiva na desconstrução de estigmas e fortalece vínculos através do compartilhamento de experiências e emoções. Conclusão: Pode-se concluir que a população residente em Portugal desta amostra durante o período da pandemia utilizou maioritariamente estratégias positivas para combater o stress, utilizando o contacto com familiares e amigos, pensamentos positivos e procura de apoio de outros. Verificou-se que embora o tema saúde mental e COVID-19 esteja fortemente relacionado não existem ainda muitos dados específicos que se possam comparar aos do presente estudo, sendo necessário estudar o verdadeiro impacto que a pandemia trouxe à população portuguesa, sendo que este só é percebido ao longo da sua evolução e após o seu término. Os dois estudos fornecem contributos relevantes para a promoção da saúde mental e redução de stress, sugerindo ser necessário manter as linhas de apoio criadas em época de COVID-19 para a manutenção/melhoria da saúde mental em Portugal.Introduction: Mental health has been an increasingly addressed topic due to the COVID-19 pandemic situation. Confinement and social isolation have generated numerous complications when it comes to health, whether physical or mental, and the fear of contracting the infection was combined with the fear of social and emotional changes that generated numerous symptoms at the psychological level. Objectives: To characterize the mental health of a sample of the population residing in Portugal during the COVID-19 pandemic; explore the relationship between mental health and the sociodemographic variables of the sample; explore MHI-5 items with a positive emphasis (psychological well-being) and sociodemographic variables; review your experience with stress management practices; to verify if this experience varies according to sociodemographic variables; and explore relationships between this experience and participants' mental health. Method: Within the scope of the project “Health (self-)care practices in Portugal and associated factors”, two studies were developed, based on a sample of 162 participants, aged between 18 and 88 years old. After obtaining the necessary authorizations, they answered a questionnaire via Google Forms, developed for this purpose, which included a sociodemographic questionnaire; the Mental Health Inventory-5 (MHI-5); and twenty-one practice questions for dealing with stress. Results: Study 1: The mental health of the sample tends to show low values. Higher age scores are associated with lower scores for mental health/psychological well-being and psychological distress. Individuals with no professional occupation and/or students/student workers have more psychological distress than other individuals. Women have higher rates of feelings of “calm and peace” than men. Study 2: Religious activities did not have new practitioners after the onset of COVID-19. The highest average was obtained in the practice of listening and/or playing music and in the practice of watching television and/or movies and/or series online and the lowest average was obtained in the consumption of illicit drugs. Women have higher rates of expressing feelings and seeking support from someone than men, while men try to deal with stress through escape strategies. Individuals of other nationalities residing in Portugal have higher rates of religious activities than individuals of Portuguese nationality, while individuals of Portuguese nationality have higher rates of alcohol consumption than individuals of other nationalities. Discussion: Study 1: Items 3 and 3 of the MHI-5 show higher values in the present study than in the study by Pais Ribeiro. The mental health of the sample was not in accordance with the literature found. While in the present study, increasing age is associated with lower mental health, in the literature found, increasing age is associated with higher mental health. No significant values were observed as a function of sex, however, in the observation of the average, women have lower mental health than men. Study 2: Discussion of results was very limited due to lack of information about coping strategies used after COVID-19 depending on sociodemographic variables. With regard to symptom management strategies, while the literature consulted mentions that the least used strategies are symptom management strategies, in the present study they are the most used. Individuals who use photography as a mental health maintenance strategy have more mental health than the rest, since photography encourages the deconstruction of stigmas and strengthens bonds through the sharing of experiences and emotions. Conclusion: It can be concluded that the population residing in Portugal in this sample during the pandemic period used mostly positive strategies to combat stress, using contact with family and friends, positive thoughts and seeking support from others. It was found that, although the subject of mental health and COVID-19 is strongly related, there are still not many specific data that can be compared to those of the present study, and it is necessary to study the true impact that the pandemic brought to the Portuguese population, which is only perceived throughout its evolution and after its termination. The two studies provide relevant contributions to the promotion of mental health and stress reduction, suggesting that it is necessary to maintain the support lines created in the COVID-19 season for the maintenance/improvement of mental health in Portugal.Meneses, RuteRepositório Institucional da Universidade Fernando PessoaCunha, Rita Margarida da Silva2022-12-19T10:47:14Z2022-12-152022-12-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10284/11420pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-12-27T02:00:38Zoai:bdigital.ufp.pt:10284/11420Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:15:49.147789Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: A saúde mental tem sido uma temática cada vez mais abordada devido à situação pandémica de COVID-19. O confinamento e o isolamento social geraram inúmeras complicações quando se fala em saúde, seja esta física ou mental, sendo que ao medo de contrair a infeção se aliou o medo das alterações sociais e emocionais que geraram inúmeros sintomas ao nível psicológico. Objetivos: Caracterizar a saúde mental de uma amostra da população residente em Portugal durante a pandemia de COVID-19; explorar a relação entre a saúde mental e as variáveis sociodemográficas da amostra; explorar os itens do MHI-5 com tónica positiva (bem-estar psicológico) e as variáveis sociodemográficas; analisar a sua experiência com práticas para lidar com o stress; verificar se esta experiência varia em função de variáveis sociodemográficas; e explorar relações entre esta experiência e a saúde mental dos participantes. Método: No âmbito do projeto “Práticas de (auto-)cuidados de saúde em Portugal e fatores associados”, foram desenvolvidos dois estudos, com base numa amostra de 162 participantes, com idades compreendidas entre os 18 e 88 anos de idade. Após a obtenção das devidas autorizações, estes responderam a um questionário via Google Forms, desenvolvido para o efeito, que incluía um questionário sociodemográfico; o Mental Health Inventory-5 (MHI-5); e vinte e uma questões de práticas para lidar com o stress. Resultados: Estudo 1: A saúde mental da amostra apresenta valores tendencialmente baixos. Valores mais elevados de idade estão associados a valores mais baixos de saúde mental/bem-estar psicológico e distress psicológico. Indivíduos sem ocupação profissional e/ou estudantes/trabalhadores-estudantes têm mais distress psicológico do que os restantes indivíduos. As mulheres apresentam maiores índices de sentimentos “em calma e em paz” do que os homens. Estudo 2: As atividades religiosas não contaram com novos praticantes após o início da COVID-19. A média mais elevada obteve-se na prática ouvir e/ou tocar música e na prática ver televisão e/ou filmes e/ou séries online e a média mais baixa obteve-se no consumo de drogas ilícitas. As mulheres apresentam maiores índices de expressão de sentimentos e procura de apoio de alguém do que os homens, enquanto os homens procuram lidar com o stress através de estratégias de fuga. Indivíduos de outras nacionalidades residentes em Portugal apresentam maiores índices nas atividades religiosas do que indivíduos de nacionalidade portuguesa, enquanto indivíduos de nacionalidade portuguesa apresentam maiores índices de consumo de álcool do que indivíduos de outras nacionalidades. Discussão: Estudo 1: O Item 3 e 3 do MHI-5 revelam valores mais elevados no presente estudo do que no estudo de Pais Ribeiro. A saúde mental da amostra não foi de acordo com a literatura encontrada. Enquanto no presente estudo a um aumento de idade está associada uma saúde mental mais baixa, na literatura encontrada a um aumento de idade está associada uma saúde mental mais elevada. Não se observaram valores significativos em função do sexo, no entanto, na observação da média, as mulheres apresentam menor saúde mental do que os homens. Estudo 2: A discussão de resultados foi muito limitada devido à falta de informação acerca das estratégias de coping utilizadas após o COVID-19 em função a variáveis sociodemográficas. No que diz respeito às estratégias de gestão de sintomas, enquanto a literatura consultada refere que as estratégias menos utilizadas são as estratégias de gestão de sintomas, no presente estudo são as mais utilizadas. Indivíduos que utilizam a fotografia como estratégia de manutenção de saúde mental têm mais saúde mental do que os restantes, uma vez que a fotografia incentiva na desconstrução de estigmas e fortalece vínculos através do compartilhamento de experiências e emoções. Conclusão: Pode-se concluir que a população residente em Portugal desta amostra durante o período da pandemia utilizou maioritariamente estratégias positivas para combater o stress, utilizando o contacto com familiares e amigos, pensamentos positivos e procura de apoio de outros. Verificou-se que embora o tema saúde mental e COVID-19 esteja fortemente relacionado não existem ainda muitos dados específicos que se possam comparar aos do presente estudo, sendo necessário estudar o verdadeiro impacto que a pandemia trouxe à população portuguesa, sendo que este só é percebido ao longo da sua evolução e após o seu término. Os dois estudos fornecem contributos relevantes para a promoção da saúde mental e redução de stress, sugerindo ser necessário manter as linhas de apoio criadas em época de COVID-19 para a manutenção/melhoria da saúde mental em Portugal. |
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