O pretérito perfeito composto em português e o pretérito perfecto compuesto em castelhano: aproximação e afastamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paiva, Susana Andreia Teixeira
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/3362
Resumo: O presente trabalho tem como principal objectivo fazer um estudo aprofundado sobre o pretérito perfeito composto em português e o pretérito perfecto compuesto em castelhano. Para isso, pretendemos explicitar as principais semelhanças e diferenças, no respeitante a este tempo do passado, nas duas línguas, partindo das seguintes hipóteses: - O pretérito perfeito composto em português tem o mesmo valor temporal que em espanhol? - Os verbos auxiliares usados por estes tempos são os mesmos usados nas duas línguas e têm o mesmo valor temporal? - A morfologia dos dois pretéritos constrói-se da mesma forma? - Quais as diferenças e semelhanças na formação da base participal neste tempo em português e castelhano? - O índice de frequência destes tempos será o mesmo em português e em castelhano? - Quais as maiores dificuldades, para um aluno estrangeiro, na hora de aprender estes tempos verbais? - Quais serão as melhores metodologias para explicar estes tempos em contexto de sala de aula? - Será que a oposição aspectual e temporal entre as duas línguas constitui uma grande dificuldade ao aprendente estrangeiro que começa a aprender uma de estas línguas? Após a formulação destas hipóteses, percorremos diferentes passos para poder responder às mesmas mas também para organizarmos a presente dissertação. Em primeiro lugar, dedicamo-nos a analisar o pretérito perfeito composto em algumas obras de referência, tanto para o português como para o castelhano, especialmente a Nova Gramática do Português Contemporâneo (1999) de Lindley Cintra e Celso Cunha e a Gramática Descriptiva de la Lengua Española (2000) da Real Academia Española. Depois comparámos estas duas gramáticas a outras de autores como Mário Vilela, Lígia Arruda, entre outros, para resumir as principais características do pretérito perfeito composto em português e em castelhano. No caso do castelhano fizemos também uma breve diferenciação entre o pretérito perfeito simples e composto, por a considerarmos fundamental para o claro entendimento do uso do pretérito perfeito composto em castelhano. Como pretendemos aferir quais as maiores dificuldades que se apresentam aos aprendentes do português e do castelhano e como pretendemos também que este trabalho seja útil sobretudo a aprendentes destas línguas como línguas estrangeiras, lemos vários artigos e obras que se dedicam a analisar o ensino do português e do espanhol como língua estrangeira, nomeadamente, de autores como César Hernández Alonso, Emilio Alarcos Llorach, Maria Henriqueta Costa Campos, Juliana Bertucci Barbosa e Ana Isabel Briones, e que nos permitiram aferir também quais os principais conteúdos e estratégias a ter em conta quando ensinamos o pretérito perfeito composto a discentes estrangeiros em contexto de sala de aula. Para este ponto analisamos também dois manuais escolares de língua estrangeira: Português para Todos (2000), nível I e II; e o manual escolar Español 2 nivel elemental II (2009), para comentarmos como o pretérito perfeito composto é tratado teoricamente e observarmos os tipos de exercícios que costumam ser empregues, por estes manuais, para pô-lo em prática. Como professora estagiária penso que não podia descurar desta análise, pois a prática lectiva segue, abundantemente, o manual escolar da disciplina, transformando-o numa ferramenta determinante para o processo de ensino/aprendizagem já que, como nos diz Ana Parracho Brito, os manuais “ (…) esclarecem objectivos de aprendizagem e transmitem valores, configurando significativamente as práticas pedagógicas” (1999, p. 141). Após a análise e reflexão dos manuais referidos anteriormente, reflectimos também sobre o estágio pedagógico, focando diferentes pontos como actividades desenvolvidas, aulas assistidas, cargos desempenhados, entre outros itens relacionados com a nossa prática pedagógica realizada ao longo do presente ano lectivo. Ainda para a organização e elaboração deste trabalho, recorremos também a dicionários de sinónimos para definir alguns conceitos que consideramos importantes para o entendimento do assunto em estudo. Assim, e em jeito de conclusão, organizámos a dissertação em quatro partes e, cada uma delas, em diferentes capítulos. Na primeira parte, fizemos uma breve contextualização teórica do problema, primeiramente sobre o português, falando do verbo e das suas flexões, e depois sobre o castelhano. Expusemos as principais diferenças entre estas duas línguas, no que respeita ao pretérito perfeito composto do indicativo e do conjuntivo, reflectindo, posteriormente, sobre as estratégias a seguir para a minimização das dificuldades detectadas nos aprendentes da língua portuguesa e espanhola como línguas estrangeiras. Esta contextualização da problemática tornou-se importante pois favorece a consequente elaboração de um resumo e estado da questão em estudo. Na segunda parte da dissertação, fizemos um estudo sobre o tratamento do pretérito perfeito composto em manuais de português para falantes de espanhol e em manuais de espanhol para falantes de português. Aqui descrevemos brevemente como se organizam os manuais eleitos para análise, destacando as unidades didácticas que se dedicam ao ensino do pretérito perfeito composto, do indicativo ou do conjuntivo, reflectindo sobre a sua relevância. Também incidimos a nossa análise sobre os exercícios propostos pelos manuais analisados, mostrando alguns exemplos, tanto da componente teórica como da prática. Ainda nesta parte decidimos, embora não seja objecto desta investigação, fazer um resumo dos principais enfoques que podem adoptar os manuais escolares, tendo em conta o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas. Após a análise dos manuais para estrangeiros, realizámos uma reflexão teórica sobre o fenómeno em estudo, seguida de um resumo e das respectivas conclusões. Finalmente, produzimos uma proposta de explicação gramatical com actividades gramaticais e comunicativas para explicar o pretérito perfeito composto a falantes de castelhano e o pretérito perfecto compuesto a falantes de língua portuguesa, mas apenas para níveis iniciais. Por fim, a última parte do trabalho foi dedicada à caracterização do estágio pedagógico feito na Escola Secundária Campos Melo em articulação com a Universidade da Beira Interior. Aqui debruçamo-nos, principalmente, sobre a caracterização da escola e das turmas, reflectindo sobre a pertinência e importância dos cargos exercidos, nomeadamente em Direcção de Turma, e das actividades organizadas e desenvolvidas pelo núcleo de estágio de Português e de Espanhol. Falámos também das aulas assistidas, tanto da sua planificação e execução como da reflexão sobre a acção. Por fim, procedemos à reflexão crítica e conclusões finais sobre o estágio e sobre a dissertação que constitui a última parte desta investigação. Para finalizarmos, e sendo este um estudo que se dirige, sobretudo, a aprendentes da língua portuguesa e castelhana como língua estrangeira, pensamos que é fundamental definir língua segunda (L2) e língua estrangeira (LE). Contudo, e devido às numerosas e nem sempre concordante definições de L2 e LE, seleccionámos apenas a de Maria Helena Ança (1990) por nos parecer que sintetiza as características essenciais destes conceitos. Assim, abreviando o que nos diz a autora, L2 é definida como sendo uma língua de natureza não materna, podendo ser reconhecida como língua oficial em países bilingues ou plurilingues, ao passo que LE é aquela que é aprendida em contexto de sala de aula. Deste modo, a principal diferença entre L2 e LE reside no facto da primeira ser uma língua oficial e escolar e a segunda, a língua estrangeira, ser objecto de instrução formal e, por isso, ser aprendida no espaço de sala de aula.
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Para isso, pretendemos explicitar as principais semelhanças e diferenças, no respeitante a este tempo do passado, nas duas línguas, partindo das seguintes hipóteses: - O pretérito perfeito composto em português tem o mesmo valor temporal que em espanhol? - Os verbos auxiliares usados por estes tempos são os mesmos usados nas duas línguas e têm o mesmo valor temporal? - A morfologia dos dois pretéritos constrói-se da mesma forma? - Quais as diferenças e semelhanças na formação da base participal neste tempo em português e castelhano? - O índice de frequência destes tempos será o mesmo em português e em castelhano? - Quais as maiores dificuldades, para um aluno estrangeiro, na hora de aprender estes tempos verbais? - Quais serão as melhores metodologias para explicar estes tempos em contexto de sala de aula? - Será que a oposição aspectual e temporal entre as duas línguas constitui uma grande dificuldade ao aprendente estrangeiro que começa a aprender uma de estas línguas? Após a formulação destas hipóteses, percorremos diferentes passos para poder responder às mesmas mas também para organizarmos a presente dissertação. Em primeiro lugar, dedicamo-nos a analisar o pretérito perfeito composto em algumas obras de referência, tanto para o português como para o castelhano, especialmente a Nova Gramática do Português Contemporâneo (1999) de Lindley Cintra e Celso Cunha e a Gramática Descriptiva de la Lengua Española (2000) da Real Academia Española. Depois comparámos estas duas gramáticas a outras de autores como Mário Vilela, Lígia Arruda, entre outros, para resumir as principais características do pretérito perfeito composto em português e em castelhano. No caso do castelhano fizemos também uma breve diferenciação entre o pretérito perfeito simples e composto, por a considerarmos fundamental para o claro entendimento do uso do pretérito perfeito composto em castelhano. Como pretendemos aferir quais as maiores dificuldades que se apresentam aos aprendentes do português e do castelhano e como pretendemos também que este trabalho seja útil sobretudo a aprendentes destas línguas como línguas estrangeiras, lemos vários artigos e obras que se dedicam a analisar o ensino do português e do espanhol como língua estrangeira, nomeadamente, de autores como César Hernández Alonso, Emilio Alarcos Llorach, Maria Henriqueta Costa Campos, Juliana Bertucci Barbosa e Ana Isabel Briones, e que nos permitiram aferir também quais os principais conteúdos e estratégias a ter em conta quando ensinamos o pretérito perfeito composto a discentes estrangeiros em contexto de sala de aula. Para este ponto analisamos também dois manuais escolares de língua estrangeira: Português para Todos (2000), nível I e II; e o manual escolar Español 2 nivel elemental II (2009), para comentarmos como o pretérito perfeito composto é tratado teoricamente e observarmos os tipos de exercícios que costumam ser empregues, por estes manuais, para pô-lo em prática. Como professora estagiária penso que não podia descurar desta análise, pois a prática lectiva segue, abundantemente, o manual escolar da disciplina, transformando-o numa ferramenta determinante para o processo de ensino/aprendizagem já que, como nos diz Ana Parracho Brito, os manuais “ (…) esclarecem objectivos de aprendizagem e transmitem valores, configurando significativamente as práticas pedagógicas” (1999, p. 141). Após a análise e reflexão dos manuais referidos anteriormente, reflectimos também sobre o estágio pedagógico, focando diferentes pontos como actividades desenvolvidas, aulas assistidas, cargos desempenhados, entre outros itens relacionados com a nossa prática pedagógica realizada ao longo do presente ano lectivo. Ainda para a organização e elaboração deste trabalho, recorremos também a dicionários de sinónimos para definir alguns conceitos que consideramos importantes para o entendimento do assunto em estudo. Assim, e em jeito de conclusão, organizámos a dissertação em quatro partes e, cada uma delas, em diferentes capítulos. Na primeira parte, fizemos uma breve contextualização teórica do problema, primeiramente sobre o português, falando do verbo e das suas flexões, e depois sobre o castelhano. Expusemos as principais diferenças entre estas duas línguas, no que respeita ao pretérito perfeito composto do indicativo e do conjuntivo, reflectindo, posteriormente, sobre as estratégias a seguir para a minimização das dificuldades detectadas nos aprendentes da língua portuguesa e espanhola como línguas estrangeiras. Esta contextualização da problemática tornou-se importante pois favorece a consequente elaboração de um resumo e estado da questão em estudo. Na segunda parte da dissertação, fizemos um estudo sobre o tratamento do pretérito perfeito composto em manuais de português para falantes de espanhol e em manuais de espanhol para falantes de português. Aqui descrevemos brevemente como se organizam os manuais eleitos para análise, destacando as unidades didácticas que se dedicam ao ensino do pretérito perfeito composto, do indicativo ou do conjuntivo, reflectindo sobre a sua relevância. Também incidimos a nossa análise sobre os exercícios propostos pelos manuais analisados, mostrando alguns exemplos, tanto da componente teórica como da prática. Ainda nesta parte decidimos, embora não seja objecto desta investigação, fazer um resumo dos principais enfoques que podem adoptar os manuais escolares, tendo em conta o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas. Após a análise dos manuais para estrangeiros, realizámos uma reflexão teórica sobre o fenómeno em estudo, seguida de um resumo e das respectivas conclusões. Finalmente, produzimos uma proposta de explicação gramatical com actividades gramaticais e comunicativas para explicar o pretérito perfeito composto a falantes de castelhano e o pretérito perfecto compuesto a falantes de língua portuguesa, mas apenas para níveis iniciais. Por fim, a última parte do trabalho foi dedicada à caracterização do estágio pedagógico feito na Escola Secundária Campos Melo em articulação com a Universidade da Beira Interior. Aqui debruçamo-nos, principalmente, sobre a caracterização da escola e das turmas, reflectindo sobre a pertinência e importância dos cargos exercidos, nomeadamente em Direcção de Turma, e das actividades organizadas e desenvolvidas pelo núcleo de estágio de Português e de Espanhol. Falámos também das aulas assistidas, tanto da sua planificação e execução como da reflexão sobre a acção. Por fim, procedemos à reflexão crítica e conclusões finais sobre o estágio e sobre a dissertação que constitui a última parte desta investigação. Para finalizarmos, e sendo este um estudo que se dirige, sobretudo, a aprendentes da língua portuguesa e castelhana como língua estrangeira, pensamos que é fundamental definir língua segunda (L2) e língua estrangeira (LE). Contudo, e devido às numerosas e nem sempre concordante definições de L2 e LE, seleccionámos apenas a de Maria Helena Ança (1990) por nos parecer que sintetiza as características essenciais destes conceitos. 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Deste modo, a principal diferença entre L2 e LE reside no facto da primeira ser uma língua oficial e escolar e a segunda, a língua estrangeira, ser objecto de instrução formal e, por isso, ser aprendida no espaço de sala de aula.Osório, Paulo José Tente da Rocha SantosuBibliorumPaiva, Susana Andreia Teixeira2015-05-20T14:56:44Z20102010-062010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfapplication/octet-streamhttp://hdl.handle.net/10400.6/3362porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:37:55Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/3362Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:48.381656Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Paiva, Susana Andreia Teixeira
Pretérito perfeito composto - Língua portuguesa
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Após a formulação destas hipóteses, percorremos diferentes passos para poder responder às mesmas mas também para organizarmos a presente dissertação. Em primeiro lugar, dedicamo-nos a analisar o pretérito perfeito composto em algumas obras de referência, tanto para o português como para o castelhano, especialmente a Nova Gramática do Português Contemporâneo (1999) de Lindley Cintra e Celso Cunha e a Gramática Descriptiva de la Lengua Española (2000) da Real Academia Española. Depois comparámos estas duas gramáticas a outras de autores como Mário Vilela, Lígia Arruda, entre outros, para resumir as principais características do pretérito perfeito composto em português e em castelhano. No caso do castelhano fizemos também uma breve diferenciação entre o pretérito perfeito simples e composto, por a considerarmos fundamental para o claro entendimento do uso do pretérito perfeito composto em castelhano. Como pretendemos aferir quais as maiores dificuldades que se apresentam aos aprendentes do português e do castelhano e como pretendemos também que este trabalho seja útil sobretudo a aprendentes destas línguas como línguas estrangeiras, lemos vários artigos e obras que se dedicam a analisar o ensino do português e do espanhol como língua estrangeira, nomeadamente, de autores como César Hernández Alonso, Emilio Alarcos Llorach, Maria Henriqueta Costa Campos, Juliana Bertucci Barbosa e Ana Isabel Briones, e que nos permitiram aferir também quais os principais conteúdos e estratégias a ter em conta quando ensinamos o pretérito perfeito composto a discentes estrangeiros em contexto de sala de aula. Para este ponto analisamos também dois manuais escolares de língua estrangeira: Português para Todos (2000), nível I e II; e o manual escolar Español 2 nivel elemental II (2009), para comentarmos como o pretérito perfeito composto é tratado teoricamente e observarmos os tipos de exercícios que costumam ser empregues, por estes manuais, para pô-lo em prática. Como professora estagiária penso que não podia descurar desta análise, pois a prática lectiva segue, abundantemente, o manual escolar da disciplina, transformando-o numa ferramenta determinante para o processo de ensino/aprendizagem já que, como nos diz Ana Parracho Brito, os manuais “ (…) esclarecem objectivos de aprendizagem e transmitem valores, configurando significativamente as práticas pedagógicas” (1999, p. 141). Após a análise e reflexão dos manuais referidos anteriormente, reflectimos também sobre o estágio pedagógico, focando diferentes pontos como actividades desenvolvidas, aulas assistidas, cargos desempenhados, entre outros itens relacionados com a nossa prática pedagógica realizada ao longo do presente ano lectivo. Ainda para a organização e elaboração deste trabalho, recorremos também a dicionários de sinónimos para definir alguns conceitos que consideramos importantes para o entendimento do assunto em estudo. Assim, e em jeito de conclusão, organizámos a dissertação em quatro partes e, cada uma delas, em diferentes capítulos. Na primeira parte, fizemos uma breve contextualização teórica do problema, primeiramente sobre o português, falando do verbo e das suas flexões, e depois sobre o castelhano. Expusemos as principais diferenças entre estas duas línguas, no que respeita ao pretérito perfeito composto do indicativo e do conjuntivo, reflectindo, posteriormente, sobre as estratégias a seguir para a minimização das dificuldades detectadas nos aprendentes da língua portuguesa e espanhola como línguas estrangeiras. Esta contextualização da problemática tornou-se importante pois favorece a consequente elaboração de um resumo e estado da questão em estudo. Na segunda parte da dissertação, fizemos um estudo sobre o tratamento do pretérito perfeito composto em manuais de português para falantes de espanhol e em manuais de espanhol para falantes de português. Aqui descrevemos brevemente como se organizam os manuais eleitos para análise, destacando as unidades didácticas que se dedicam ao ensino do pretérito perfeito composto, do indicativo ou do conjuntivo, reflectindo sobre a sua relevância. Também incidimos a nossa análise sobre os exercícios propostos pelos manuais analisados, mostrando alguns exemplos, tanto da componente teórica como da prática. Ainda nesta parte decidimos, embora não seja objecto desta investigação, fazer um resumo dos principais enfoques que podem adoptar os manuais escolares, tendo em conta o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas. Após a análise dos manuais para estrangeiros, realizámos uma reflexão teórica sobre o fenómeno em estudo, seguida de um resumo e das respectivas conclusões. Finalmente, produzimos uma proposta de explicação gramatical com actividades gramaticais e comunicativas para explicar o pretérito perfeito composto a falantes de castelhano e o pretérito perfecto compuesto a falantes de língua portuguesa, mas apenas para níveis iniciais. Por fim, a última parte do trabalho foi dedicada à caracterização do estágio pedagógico feito na Escola Secundária Campos Melo em articulação com a Universidade da Beira Interior. Aqui debruçamo-nos, principalmente, sobre a caracterização da escola e das turmas, reflectindo sobre a pertinência e importância dos cargos exercidos, nomeadamente em Direcção de Turma, e das actividades organizadas e desenvolvidas pelo núcleo de estágio de Português e de Espanhol. Falámos também das aulas assistidas, tanto da sua planificação e execução como da reflexão sobre a acção. Por fim, procedemos à reflexão crítica e conclusões finais sobre o estágio e sobre a dissertação que constitui a última parte desta investigação. Para finalizarmos, e sendo este um estudo que se dirige, sobretudo, a aprendentes da língua portuguesa e castelhana como língua estrangeira, pensamos que é fundamental definir língua segunda (L2) e língua estrangeira (LE). Contudo, e devido às numerosas e nem sempre concordante definições de L2 e LE, seleccionámos apenas a de Maria Helena Ança (1990) por nos parecer que sintetiza as características essenciais destes conceitos. Assim, abreviando o que nos diz a autora, L2 é definida como sendo uma língua de natureza não materna, podendo ser reconhecida como língua oficial em países bilingues ou plurilingues, ao passo que LE é aquela que é aprendida em contexto de sala de aula. Deste modo, a principal diferença entre L2 e LE reside no facto da primeira ser uma língua oficial e escolar e a segunda, a língua estrangeira, ser objecto de instrução formal e, por isso, ser aprendida no espaço de sala de aula.
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