The antimicrobial effect of red wine on Bacillus cereus in simulated gastrointestinal conditions
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/9269 |
Resumo: | Diversos estudos têm vindo a descrever uma panóplia de efeitos benéficos na saúde humana, potencialmente atribuíveis ao consumo de vinho, incluindo efeito anti-oxidante, anti-carcinogénico, anti-inflamatório, anti-cardiovascular, assim como propriedades antimicrobianas. Este estudo foi conduzido com o objectivo de avaliar a actividade antimicrobiana do vinho sobre Bacillus cereus, células vegetativas e esporos. Os resultados apresentados neste trabalho indicam claramente, via testes in vitro, que o vinho inactiva com eficácia as células vegetativas das duas estirpes de B. cereus utilizadas. O vinho tinto inactivou as células vegetativas em fase estacionária, atingindo-se números de colónias não detectáveis (< 500 CFU mL-1), em menos de 10 s de exposição. Como tal, os ensaios de inactivação subsequentes foram efectuados com vinho diluído com água (diluição de 1:4 e 1:8). O vinho diluído 1:4 causou uma redução de 4.5 ciclos logarítmicos nas contagens de células viáveis, em 20 s de ensaio. No entanto, os esporos de B. cereus apresentaram uma elevada resistência à exposição directa ao vinho, com reduções nas contagens inferiores a 1.0 ciclo logarítmico, em 3 h. A influência de componentes do vinho (etanol, ácidos orgânicos, baixo pH e compostos fenólicos) também foi contemplada neste estudo, em células vegetativas. A combinação de ácidos orgânicos e etanol resultou numa actuação sinergética, que provocou padrões de inibição de viabilidade celular similares aos do vinho. Os compostos fenólicos testados não causaram inactivação das células (nas concentrações utilizadas). Relativamente aos resultados obtidos em condições gástricas simuladas, em contexto de refeição simulada, podemos concluir que o consumo de vinho ao longo de uma refeição pode diminuir consideravelmente o número de células de B. cereus que poderá persistir no tracto gastrointestinal. O queijo fresco pasteurizado conferiu maior protecção às células do B. cereus, quando comparado com a matriz arroz com frango. Nesta investigação também foi avaliado o comportamento de esporos de B. cereus quando submetidos a condições gastrointestinais na presença e na ausência de vinho. A presença de vinho inibe a multiplicação das células resultantes da germinação de esporos no fluido intestinal sintético, dando origem a contagens totais (células vegetativas e esporos) de B. cereus mais baixas do que na ausência de vinho. Esta tese gerou resultados que indicam que o consumo de vinho durante uma refeição conduz à redução do número de células viáveis de B. cereus no tracto gastrointestinal, assim como à diminuição do impacto da eventual germinação de esporos que pode ocorrer no intestino, reduzindo, consequentemente, o risco de infecção que o referido patogénico pode causar. |
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The antimicrobial effect of red wine on Bacillus cereus in simulated gastrointestinal conditionsDiversos estudos têm vindo a descrever uma panóplia de efeitos benéficos na saúde humana, potencialmente atribuíveis ao consumo de vinho, incluindo efeito anti-oxidante, anti-carcinogénico, anti-inflamatório, anti-cardiovascular, assim como propriedades antimicrobianas. Este estudo foi conduzido com o objectivo de avaliar a actividade antimicrobiana do vinho sobre Bacillus cereus, células vegetativas e esporos. Os resultados apresentados neste trabalho indicam claramente, via testes in vitro, que o vinho inactiva com eficácia as células vegetativas das duas estirpes de B. cereus utilizadas. O vinho tinto inactivou as células vegetativas em fase estacionária, atingindo-se números de colónias não detectáveis (< 500 CFU mL-1), em menos de 10 s de exposição. Como tal, os ensaios de inactivação subsequentes foram efectuados com vinho diluído com água (diluição de 1:4 e 1:8). O vinho diluído 1:4 causou uma redução de 4.5 ciclos logarítmicos nas contagens de células viáveis, em 20 s de ensaio. No entanto, os esporos de B. cereus apresentaram uma elevada resistência à exposição directa ao vinho, com reduções nas contagens inferiores a 1.0 ciclo logarítmico, em 3 h. A influência de componentes do vinho (etanol, ácidos orgânicos, baixo pH e compostos fenólicos) também foi contemplada neste estudo, em células vegetativas. A combinação de ácidos orgânicos e etanol resultou numa actuação sinergética, que provocou padrões de inibição de viabilidade celular similares aos do vinho. Os compostos fenólicos testados não causaram inactivação das células (nas concentrações utilizadas). Relativamente aos resultados obtidos em condições gástricas simuladas, em contexto de refeição simulada, podemos concluir que o consumo de vinho ao longo de uma refeição pode diminuir consideravelmente o número de células de B. cereus que poderá persistir no tracto gastrointestinal. O queijo fresco pasteurizado conferiu maior protecção às células do B. cereus, quando comparado com a matriz arroz com frango. Nesta investigação também foi avaliado o comportamento de esporos de B. cereus quando submetidos a condições gastrointestinais na presença e na ausência de vinho. A presença de vinho inibe a multiplicação das células resultantes da germinação de esporos no fluido intestinal sintético, dando origem a contagens totais (células vegetativas e esporos) de B. cereus mais baixas do que na ausência de vinho. Esta tese gerou resultados que indicam que o consumo de vinho durante uma refeição conduz à redução do número de células viáveis de B. cereus no tracto gastrointestinal, assim como à diminuição do impacto da eventual germinação de esporos que pode ocorrer no intestino, reduzindo, consequentemente, o risco de infecção que o referido patogénico pode causar.Several studies describe the burgeoning health benefits of red wine consumption, including antioxidative, anti-carcinogenic, anti-inflammatory, anti-cardiovascular and antimicrobial properties. This study aimed to evaluate the antimicrobial activity of wine against Bacillus cereus vegetative cells and spores. The results of this work clearly show, via in vitro tests, that wine exerts a strong inactivation effect against vegetative cells of two B. cereus strains. The red wine tested inactivated B. cereus stationary phase vegetative cells to undetectable numbers (< 500 CFU mL-1) in less than 10 s. Thus, further inactivation assays were carried out with wine diluted with water (1:4 and 1:8). Wine diluted 1:4 caused a reduction of 4.5 log cycles on viable cell counts, in 20 s. Nevertheless, B. cereus spores were found to be highly resistant to the wine exposure, with decreases in the counts lower than 1.0 log cycles, after 3 h. The influence of wine components (ethanol, organic acids, low pH and phenolic compounds) was investigated on vegetative cells. Organic acids, when combined with ethanol, acted synergistically and conduced to a similar inhibition pattern as that of wine. The wine phenolic compounds assayed displayed no activity against the vegetative cells at the concentrations studied. Regarding data obtained in simulated gastric conditions, in a simulated meal context, we can conclude that the ingestion of wine during a meal diminishes considerably the number of B. cereus cells persisting in the alimentary tract. Pasteurized fresh cheese was found to be more protective to the cells than the chicken-rice matrix. We also evaluated the behavior of B. cereus spores under gastrointestinal conditions. In a consumption-like scenario, the treatment SGF (synthetic gastric fluid)- SIF (synthetic intestinal fluid) +Food+Wine, when compared to the system SGF-SIF+Food+Water, led to lower total counts of B. cereus in the intestine, showing that wine inhibits the multiplication of the cells obtained from the germination of spores. This work provides evidence that drinking wine with meals leads to a reduction of the number of viable cells of B. cereus and reduces the impact of the germination of spores that may occur in the small intestine, thus lowering the risk of infection the aforementioned pathogen may cause.Couto, José António GomesHogg, Timothy AlunVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaVaz, Miguel José Santos2012-10-16T09:17:35Z2010-0620102010-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/9269enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-18T01:36:58Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/9269Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:08:19.661894Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Diversos estudos têm vindo a descrever uma panóplia de efeitos benéficos na saúde humana, potencialmente atribuíveis ao consumo de vinho, incluindo efeito anti-oxidante, anti-carcinogénico, anti-inflamatório, anti-cardiovascular, assim como propriedades antimicrobianas. Este estudo foi conduzido com o objectivo de avaliar a actividade antimicrobiana do vinho sobre Bacillus cereus, células vegetativas e esporos. Os resultados apresentados neste trabalho indicam claramente, via testes in vitro, que o vinho inactiva com eficácia as células vegetativas das duas estirpes de B. cereus utilizadas. O vinho tinto inactivou as células vegetativas em fase estacionária, atingindo-se números de colónias não detectáveis (< 500 CFU mL-1), em menos de 10 s de exposição. Como tal, os ensaios de inactivação subsequentes foram efectuados com vinho diluído com água (diluição de 1:4 e 1:8). O vinho diluído 1:4 causou uma redução de 4.5 ciclos logarítmicos nas contagens de células viáveis, em 20 s de ensaio. No entanto, os esporos de B. cereus apresentaram uma elevada resistência à exposição directa ao vinho, com reduções nas contagens inferiores a 1.0 ciclo logarítmico, em 3 h. A influência de componentes do vinho (etanol, ácidos orgânicos, baixo pH e compostos fenólicos) também foi contemplada neste estudo, em células vegetativas. A combinação de ácidos orgânicos e etanol resultou numa actuação sinergética, que provocou padrões de inibição de viabilidade celular similares aos do vinho. Os compostos fenólicos testados não causaram inactivação das células (nas concentrações utilizadas). Relativamente aos resultados obtidos em condições gástricas simuladas, em contexto de refeição simulada, podemos concluir que o consumo de vinho ao longo de uma refeição pode diminuir consideravelmente o número de células de B. cereus que poderá persistir no tracto gastrointestinal. O queijo fresco pasteurizado conferiu maior protecção às células do B. cereus, quando comparado com a matriz arroz com frango. Nesta investigação também foi avaliado o comportamento de esporos de B. cereus quando submetidos a condições gastrointestinais na presença e na ausência de vinho. A presença de vinho inibe a multiplicação das células resultantes da germinação de esporos no fluido intestinal sintético, dando origem a contagens totais (células vegetativas e esporos) de B. cereus mais baixas do que na ausência de vinho. Esta tese gerou resultados que indicam que o consumo de vinho durante uma refeição conduz à redução do número de células viáveis de B. cereus no tracto gastrointestinal, assim como à diminuição do impacto da eventual germinação de esporos que pode ocorrer no intestino, reduzindo, consequentemente, o risco de infecção que o referido patogénico pode causar. |
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