Limites do juízo de discriminação segundo o Tribunal de Justiça : - disparidades e comparação horizontal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Abreu, Margarida Maria da Costa Reis Canada de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/39875
Resumo: O direito fiscal internacional europeu vive atualmente como que uma “tempestade perfeita”, na qual as dificuldades causadas pela mobilidade dos fatores de produção tornam particularmente patentes as dificuldades do direito fiscal em acompanhar o dinamismo da realidade, quando, simultaneamente e mais do que nunca, no rescaldo de graves crises financeiras, o Estados fiscais necessitam das receitas angariadas através dos impostos para fazer face às necessidades públicas. Neste contexto, tornam-se particularmente patentes as dificuldades da construção do direito europeu em matéria de tributação direta através da integração negativa, sendo a jurisprudência do TJ, mais do que nunca, alvo de críticas. Embora o TJ consistentemente afirme que embora a matéria dos impostos diretos não esteja enquanto tal incluída na esfera de competências da UE, os Estados-membros devem exercer as suas competências respeitando o direito europeu, o próprio Tribunal vem auto delimitando o seu âmbito de intervenção, assinalando a existência das “disparidades” e, pelo menos até recentemente, a comparação horizontal, como limites ao seu juízo de discriminação nesta matéria. Pretende-se com este estudo compreender e delinear o alcance exato desta “auto delimitação” da atuação interpretativa do TJ em matéria de tributação direta, através do exame da sua jurisprudência e dos contributos doutrinais existentes. Espera-se, no final do mesmo, oferecer uma perspetiva critica sobre o estado atual da jurisprudência do TJ relativamente à auto-delimitação pelo mesmo do conceito de disparidades, assim como da comparação horizontal, nas situações em que a desvantagem é criada pelos regimes fiscais nacionais dos Estados-Membros, e nas situações em que a mesma é criada por normas constantes das convenções bilaterais destinadas a evitar a dupla tributação. Neste último aspeto, a questão da comparação horizontal entrecruza com a questão de saber se o Tribunal integra, ou deve integrar no seu juízo interpretativo relativamente às liberdades fundamentais constantes no Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, o tratamento da nação mais favorável, aspeto que é também abordado.
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Embora o TJ consistentemente afirme que embora a matéria dos impostos diretos não esteja enquanto tal incluída na esfera de competências da UE, os Estados-membros devem exercer as suas competências respeitando o direito europeu, o próprio Tribunal vem auto delimitando o seu âmbito de intervenção, assinalando a existência das “disparidades” e, pelo menos até recentemente, a comparação horizontal, como limites ao seu juízo de discriminação nesta matéria. Pretende-se com este estudo compreender e delinear o alcance exato desta “auto delimitação” da atuação interpretativa do TJ em matéria de tributação direta, através do exame da sua jurisprudência e dos contributos doutrinais existentes. Espera-se, no final do mesmo, oferecer uma perspetiva critica sobre o estado atual da jurisprudência do TJ relativamente à auto-delimitação pelo mesmo do conceito de disparidades, assim como da comparação horizontal, nas situações em que a desvantagem é criada pelos regimes fiscais nacionais dos Estados-Membros, e nas situações em que a mesma é criada por normas constantes das convenções bilaterais destinadas a evitar a dupla tributação. Neste último aspeto, a questão da comparação horizontal entrecruza com a questão de saber se o Tribunal integra, ou deve integrar no seu juízo interpretativo relativamente às liberdades fundamentais constantes no Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, o tratamento da nação mais favorável, aspeto que é também abordado.European international tax law now stan in a “perfect storm”, in which the difficulties caused by the mobility of factors of production make it particularly clear that tax law is difficult tokeep up with the dynamism of reality when, more than ever, in the aftermath of serious financial crises, tax states need the revenue raised through taxes to meet public needs. In this context, the difficulties of building European law concerning direct taxation through negative integration become particularly obvious, and the European Court of justice case law has been criticized more than ever before. Although the European Court of Justice consistently contends that although the subject of direct taxation is not included as such within the EU's sphere of competence, Member States must exercise their powers in accordance with European law, the Court itself is self-pointing the existence of "disparities" and, at least until recently, horizontal comparison, as limits to its judgment on this matter. The purpose of this study is to understand and delineate the exact scope of this "selfdelimitation" of the ECJ interpretation of direct taxation, by examining its jurisprudence and existing doctrinal contributions. The study will try to offer a critical perspective on the current state of the jurisprudence of the ECJ regarding its self-delimitation through the notion of disparities as well as the horizontal comparison in situations where the disadvantage is created by the Member States’ tax measures, and in situations where it is established by rules contained in bilateral conventions to avoid double taxation. In the latter respect, the question of horizontal comparison relates to the right to most-favoured nation treatment, which is also addressed. Therefore, question of whether the Court integrates or should integrate the right to mostfavoured nation treatment into its interpretation of fundamental freedoms will also be addressed in this study.Dourado, Ana PaulaRepositório da Universidade de LisboaAbreu, Margarida Maria da Costa Reis Canada de2019-10-17T12:57:08Z2018-10-052018-10-05T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/39875porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:38:51Zoai:repositorio.ul.pt:10451/39875Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:53:39.584570Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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