Extratos de plantas da família Lamiaceae ricos em polifenóis: estudos in vitro perspetivando aplicações biomédicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, Isabel Cristina Marinho
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/8501
Resumo: As plantas medicinais têm sido utilizadas, com fins curativos e terapêuticos, desde a antiguidade. Os seus compostos químicos ativos, com múltiplas atividades biológicas, permitiram a sua utilização na medicina tradicional e têm promovido a descoberta de novos fármacos com elevado valor terapêutico. O género Thymus L., família Lamiaceae, engloba um conjunto de plantas aromáticas com propriedades medicinais distribuídas por cerca de 350 espécies. De entre as várias espécies de Thymus, o Thymus vulgaris L. (tomilho vulgar) tem demonstrado possuir elevado potencial medicinal devido à sua composição química e respetivas propriedades biológicas. O Thymus fragantissimus (tomilho laranja), indicado por alguns autores como Thymus vulgaris spp. Fragantissimus, surge devido à elevada taxa de hibridação do tomilho, é, portanto, considerado um hibrido do tomilho vulgar. Por este motivo presumese que possa também apresentar elevado potencial medicinal, no entanto, a sua composição química bem como as suas propriedades biológicas e terapêuticas continuam por elucidar. O principal objetivo deste trabalho foi analisar o efeito bioativo de diferentes extratos de tomilho laranja nas linhas celulares Caco-2, HepG2 e Raw 264.7 (ensaios in vitro) ao nível da sua citotoxicidade e potencial anti-inflamatório. Para tal, usaram-se três extratos de T. fragantissimus, um hidro-etanólicos e dois aquosos (obtidos por decocção e infusão), preparados a partir das partes aéreas liofilizadas e moídas. A viabilidade celular foi estudada utilizando o indicador de viabilidade celular Alamar Blue que avalia a atividade metabólica celular e o indicador de morte celular Trypan Blue que avalia a integridade membranar. As células foram expostas a 50, 100, 200 e 500 µg/mL de cada extrato, durante 24 ou 48 h. A atividade anti-inflamatória foi estudada em macrófagos (células Raw 264.7), expostos a concentrações não tóxicas de cada extrato, nomeadamente 10, 20 e 30 µg/mL, na presença e na ausência de lipopolissacarídeo (LPS), e o óxido nítrico (NO) libertado foi quantificado utilizando o reagente de Griess. Verificou-se que a viabilidade celular diminui em função do tempo de exposição e da concentração aplicada, podendo indicar um potencial anti-proliferativo. E, concentrações não-tóxicas de extratos demonstraram que o tomilho laranja apresenta propriedades anti-inflamatórias. Os resultados permitiram concluir que a planta em estudo apresenta valor medicinal e que, após um estudo mais rigoroso da sua composição química pode ser uma boa fonte de moléculas para aplicação biomédica.
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O Thymus fragantissimus (tomilho laranja), indicado por alguns autores como Thymus vulgaris spp. Fragantissimus, surge devido à elevada taxa de hibridação do tomilho, é, portanto, considerado um hibrido do tomilho vulgar. Por este motivo presumese que possa também apresentar elevado potencial medicinal, no entanto, a sua composição química bem como as suas propriedades biológicas e terapêuticas continuam por elucidar. O principal objetivo deste trabalho foi analisar o efeito bioativo de diferentes extratos de tomilho laranja nas linhas celulares Caco-2, HepG2 e Raw 264.7 (ensaios in vitro) ao nível da sua citotoxicidade e potencial anti-inflamatório. Para tal, usaram-se três extratos de T. fragantissimus, um hidro-etanólicos e dois aquosos (obtidos por decocção e infusão), preparados a partir das partes aéreas liofilizadas e moídas. A viabilidade celular foi estudada utilizando o indicador de viabilidade celular Alamar Blue que avalia a atividade metabólica celular e o indicador de morte celular Trypan Blue que avalia a integridade membranar. As células foram expostas a 50, 100, 200 e 500 µg/mL de cada extrato, durante 24 ou 48 h. A atividade anti-inflamatória foi estudada em macrófagos (células Raw 264.7), expostos a concentrações não tóxicas de cada extrato, nomeadamente 10, 20 e 30 µg/mL, na presença e na ausência de lipopolissacarídeo (LPS), e o óxido nítrico (NO) libertado foi quantificado utilizando o reagente de Griess. Verificou-se que a viabilidade celular diminui em função do tempo de exposição e da concentração aplicada, podendo indicar um potencial anti-proliferativo. E, concentrações não-tóxicas de extratos demonstraram que o tomilho laranja apresenta propriedades anti-inflamatórias. Os resultados permitiram concluir que a planta em estudo apresenta valor medicinal e que, após um estudo mais rigoroso da sua composição química pode ser uma boa fonte de moléculas para aplicação biomédica.Medicinal plants have been used for curative and therapeutic purposes since antiquity. Its chemical compounds, with multiple biological activities, allowed their use in traditional medicine and have been promoting the discovery of new drugs with high therapeutic value. The genus Thymus L. belongs to the Lamiaceae family and comprises a set of aromatic plants with medicinal properties. Among the about 350 Thymus species, Thymus vulgaris L. (thyme) has demonstrated to have high medicinal potential due to its chemical composition and respective biological properties. Thymus fragantissimus (orange thyme), indicated by some authors as Thymus vulgaris spp. Fragantissimus, originated due to the high hybridization rate of thyme, it is a common thyme (Thymus vulgaris) hybrid. Thus, it is presumed that this sub-species also has medicinal potential, however, its chemical compositions as well as its biological and therapeutic properties remain to be elucidated. The main aim of this work was to analyze the biological effect of different orange thyme extracts using Caco-2, HepG2 and Raw 264.7 cell lines (in vitro assays), assessing their cytotoxicity and anti-inflammatory potential. Three plant extracts were used, one hydro-ethanolic and two aqueous extracts (decoction and infusion) which were obtained from aerial parts of the plant that were lyophilized and grounded. The cell viability was performed using metabolic Alamar Blue assay and the Trypan Blue cell exclusion assay. Cells were exposed to 50, 100, 200 and 500 μg / mL of each extract during 24 or 48 h. The anti-inflammatory activity was performed exposing macrophages (Raw 264.7 cells) to non-toxic concentrations of extract (at 10, 20 and 30 μg / mL) in the presence and in the absence of lipopolyssacharyde (LPS), and released nitric oxide (NO) was quantified using Griess's reagent. Results showed that the extracts induce a dose- and time-dependent decrease in cellular viability, indicating a potential action as anti-proliferative, which deserves future studies. And, at non-cytotoxic concentrations, the extracts presented anti-inflammatory activity, reducing the NO production by LPS-stimulated Raw 264.7 cells. The results allowed us to conclude that orange thyme has medicinal value and that, after a deeper study concerning to the molecular composition, it can be a good source of molecules for biomedical applications.2018-07-09T16:08:39Z2018-02-09T00:00:00Z2018-02-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/8501TID:202325105porTeixeira, Isabel Cristina Marinhoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:56:16Zoai:repositorio.utad.pt:10348/8501Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:06:20.061828Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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