Memória da banda desenhada : presença e leituras da memória em sete casos da banda desenhada contemporânea francófona
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/82178 |
Resumo: | Art Spiegelman, o famoso autor da banda desenhada Maus, disse uma vez que a arte da banda desenhada estava “abaixo do radar crítico”, dando conta de como todo este modo de expressão estava fora da possibilidade de diálogo na cidade das artes. Apesar da sua existência histórica ser mais recuada do que a do cinema, com a qual é comparada bastas vezes por diversas razões, a banda desenhada parece não ter desenvolvido a mesma capacidade que essa arte na criação e desenvolvimento de um discurso crítico próprio. Contudo, não é assim, encontrando-se não só obras ambiciosas quanto à sua profundidade como gestos de pensamento autotélico, começando com o Ensaio sobre a Fisiognomonia, de 1845, de Rodolphe Töpffer. A banda desenhada é uma arte tão ampla quanto outra qualquer na sua produção, e responde às pulsões mais diversas. A exploração da memória é um tema cada vez mais premente na contemporaneidade, quer como forma de dar voz àqueles que a não tiveram até agora quer, como forma de problematizar a herança segura que a memória parece prometer. Esta dissertação procura ler atentamente um conjunto de bandas desenhadas que têm a memória não só como seu tema mas sua matéria própria, mimando os seus modos de funcionamento, os seus paradoxos, as suas complexidades. Para isso, elabora-se um discurso crítico, o qual, bebendo de outras fontes, deseja porém tornar-se próprio da banda desenhada. A dissertação está dividida em três partes (excluindo as partes introdutória e conclusiva). A primeira parte delimita o objecto de estudo, a banda desenhada, e define o tema da investigação, a memória. Fazendo uma breve apresentação da arte da banda desenhada, dá-se conta dos seus desenvolvimentos internos, sobretudo no que diz respeito a um território específico que importa trabalhar, e que podemos entender como bandas desenhadas que tratam da memória, de autobiografias a reportagens, autoficção e outros tipos, propondo-se uma espécie de tipologia operativa. Quanto à memória, faz-se uma também necessariamente breve apresentação da sua história filosófica, aproximando-nos daqueles autores que são centrais à metodologia do trabalho presente, com Walter Benjamin numa posição destacada. A segunda parte explicita aquilo que se chama o “espaço bicéfalo” da banda desenhada, isto é, salienta as características desta arte quer na sua dimensão narrativa (história, narrador, personagens, etc.), quer na sua dimensão visual (o desenho e o traço, a estruturação própria, as estratégias de figuração, etc.). Optou-se por acentuar aquelas características mais centrais à investigação. A terceira parte consiste na leitura analítica dos sete casos escolhidos, utilizando-se os instrumentos apresentados nas duas partes anteriores ou precisando-se conceitos já indicados anteriormente. Os casos são os seguintes: Fabrice Neaud (Journal), Marjane Satrapi (Persepolis), David B. (L’ascension du Haut Mal), Baudoin (vários títulos), Emmanuel Guibert (La guerre d’Alan), Dominique Goblet (Souvenir d’une journée parfaite) e Frédéric Coché (Hortus Sanitatis). A razão da ordem da sua leitura havia sido exposta na tipologia. Inclui-se um anexo com excertos das pranchas e vinhetas dos livros em questão para apoiar a leitura da dissertação. |
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