Uma análise para a distinção entre evidencialidade e modalidade epistémica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cantante, Inês
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Rebouças, Rute
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://ojs.letras.up.pt/index.php/EL/article/view/12810
Resumo: A modalidade e a evidencialidade são domínios que nem sempre são fáceis de distinguir. Apesar de haver línguas que marcam formalmente ambas as categorias, tal não acontece em Português Europeu, havendo, por isso, várias formas e mecanismos que permitem marcar, tanto a evidencialidade, como a modalidade. Por isso, a presente investigação, tendo como objeto de estudo um conjunto de exemplos retirados do corpus CETEMpúblico, pretende avaliar de que forma os adjetivos suposto e alegado, bem como os advérbios supostamente e alegadamente, tradicionalmente considerados modais, contribuem para a distinção entre estes dois domínios e podem, dessa forma, transmitir valores evidenciais. Os exemplos mostram que o comportamento destes adjetivos e correspondentes formas adverbiais é distinto: suposto e supostamente transmitem valores de evidencialidade de suposição, enquanto alegado e alegadamente veiculam evidencialidade reportativa. Tal mostra que ambos demonstram um comportamento mais evidencial do que modal; dito por outras palavras, parece possível afirmar que, embora ambos os domínios estejam representados nestes adjetivos e advérbios, a modalidade vem em segundo plano: a transmissão de valores evidenciais é, por isso, mais forte do que a transmissão de valores modais de incerteza (epistémicos). No caso de alegado, em particular, a modalidade epistémica parece estar relacionada mais com a desresponsabilização do autor do que, propriamente, com a veiculação de um grau de incerteza.
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