Promontório de Sagres – Marca do Património Europeu: narrativas patrimoniais

• Autor(a) principal: Roxo, Maria Raquel Patrício
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/17449
• topic: Promontório de Sagres; Marcas do Património Europeu; Narrativas patrimoniais; Eurocentrismo; Colonialidade; Epistomologias do Sul; Domínio/Área Científica::Humanidades::Outras Humanidades

O Promontório de Sagres foi distinguido com a Marca do Património Europeu, em 2015, não apenas por constituir um “local da maior importância para a Era das Descobertas, período que marcou a história da expansão da cultura, das ciências, da exploração e do comércio europeus”, como também pela riqueza da paisagem cultural que lhe está associada. Neste estudo procura-se, por um lado, explorar e problematizar as várias narrativas associadas ao projeto MPE - Marca do Património Europeu - e, por outro lado, refletir sobre os desafios e potencialidades, que o Promontório de Sagres, enquanto MPE detém, enquanto nova narrativa patrimonial. Sustentada nos estudos pós – coloniais e estudos críticos de património, e em três grandes áreas temáticas, fundamentais neste contexto - Património, Eurocentrismo e Colonialidade - a investigação explora as práticas discursivas associadas aos “descobrimentos” e ao Promontório de Sagres, desde o final do século XIX, até à atualidade, debruçando-se em dois fenómenos, o fenómeno comemorativo e o associado ao debate em torno dos concursos públicos para a construção de um monumento de homenagem ao Infante Dom Henrique, que decorreram no século XX. Vimos como o Promontório de Sagres foi sujeito a um processo de “solidificação patrimonial”, de forma muito intensa durante todo o século XX, com a permanente e repetitiva reciclagem de práticas discursivas, que funcionam em looping, integrando por vezes novos elementos, mas mantendo na essência a mesma narrativa. Esta exploração científica é caracterizada por uma abordagem que pretende cunhar uma perspectiva inovadora e crítica e que vem também reforçar a pertinência da aplicação de uma nova hermenêutica – as epistemologias do sul - no processo de construção patrimonial.