Impacto do treino cognitivo computadorizado em adultos com depressão moderada a grave: um estudo piloto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Malta, Ana Filipa Leal da Silva
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/29027
Resumo: Introdução: De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, as perturbações depressivas atingem cerca de 4,4% da população mundial e caracterizam-se por sentimentos de tristeza, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa, vazio ou de autoestima baixa e alterações no apetite e no sono, sendo acompanhadas de alterações somáticas e cognitivas que prejudicam significativamente a capacidade funcional do indivíduo. As principais alterações cognitivas observadas na depressão ocorrem ao nível da memória, atenção e funções executivas, sendo que vários estudos sobre a intervenção psicoterapêutica e medicamentosa nas perturbações depressivas têm revelado que os défices cognitivos tendem a permanecer após a remissão de outros sintomas depressivos. A investigação recente tem vindo a sugerir que o treino cognitivo computadorizado pode ser uma opção de tratamento eficaz, visto que as intervenções que utilizam a tecnologia parecem demonstrar mais benefícios na estimulação das funções cognitivas e na qualidade de vida comparativamente a programas tradicionais de reabilitação e treino cognitivo. Objetivo: Trata-se de um estudo piloto que visa avaliar o impacto do treino cognitivo computadorizado com recurso ao COGWEB® em pacientes com depressão moderada a grave utentes de um Hospital de Dia Psiquiátrico (n=20). Mais precisamente, destina-se a avaliar o efeito do treino cognitivo computadorizado no humor (severidade de sintomatologia depressiva) e num conjunto de funções cognitivas (atenção, memória e funcionamento executivo). Instrumentos e Métodos: Os pacientes foram recrutados numa base de amostragem não probabilística consecutiva e divididos entre um grupo experimental (n=10), que realizou duas sessões de treino cognitivo por semana perfazendo um total de 12 sessões, e um grupo de controlo (n=10), sem treino cognitivo. Ambos os grupos realizaram um pré e um pós teste (antes e depois da intervenção), onde foram aplicados o Inventário de Depressão de Beck e uma bateria de testes neuropsicológicos (Montreal Cognitive Assessment, Trail Making Test A e B, Teste do Relógio, Teste de Stroop e Auditory Verbal Learning Test). Para análise estatística dos dados, utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk para testar a normalidade dos mesmos e os testes não paramétricos: Mann-Whitney (para avaliar as diferenças entre o grupo de controlo e o grupo experimental no pré e no pós teste) e o Wilcoxon Signed Ranks Test (para analisar as diferenças ao longo do tempo comparadas através dos resultados do pré e do pós teste). Resultados: De um modo geral, os pacientes que realizaram o treino cognitivo apresentaram uma melhoria na sintomatologia depressiva e alterações significativamente positivas em todas funções cognitivas avaliadas (atenção, memória e funções executivas), comparativamente ao grupo de pacientes que não foi submetido a este treino cognitivo computadorizado, que, no pós-teste, apresentou piores resultados em todos os domínios avaliados.
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A investigação recente tem vindo a sugerir que o treino cognitivo computadorizado pode ser uma opção de tratamento eficaz, visto que as intervenções que utilizam a tecnologia parecem demonstrar mais benefícios na estimulação das funções cognitivas e na qualidade de vida comparativamente a programas tradicionais de reabilitação e treino cognitivo. Objetivo: Trata-se de um estudo piloto que visa avaliar o impacto do treino cognitivo computadorizado com recurso ao COGWEB® em pacientes com depressão moderada a grave utentes de um Hospital de Dia Psiquiátrico (n=20). Mais precisamente, destina-se a avaliar o efeito do treino cognitivo computadorizado no humor (severidade de sintomatologia depressiva) e num conjunto de funções cognitivas (atenção, memória e funcionamento executivo). Instrumentos e Métodos: Os pacientes foram recrutados numa base de amostragem não probabilística consecutiva e divididos entre um grupo experimental (n=10), que realizou duas sessões de treino cognitivo por semana perfazendo um total de 12 sessões, e um grupo de controlo (n=10), sem treino cognitivo. Ambos os grupos realizaram um pré e um pós teste (antes e depois da intervenção), onde foram aplicados o Inventário de Depressão de Beck e uma bateria de testes neuropsicológicos (Montreal Cognitive Assessment, Trail Making Test A e B, Teste do Relógio, Teste de Stroop e Auditory Verbal Learning Test). Para análise estatística dos dados, utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk para testar a normalidade dos mesmos e os testes não paramétricos: Mann-Whitney (para avaliar as diferenças entre o grupo de controlo e o grupo experimental no pré e no pós teste) e o Wilcoxon Signed Ranks Test (para analisar as diferenças ao longo do tempo comparadas através dos resultados do pré e do pós teste). Resultados: De um modo geral, os pacientes que realizaram o treino cognitivo apresentaram uma melhoria na sintomatologia depressiva e alterações significativamente positivas em todas funções cognitivas avaliadas (atenção, memória e funções executivas), comparativamente ao grupo de pacientes que não foi submetido a este treino cognitivo computadorizado, que, no pós-teste, apresentou piores resultados em todos os domínios avaliados.Introduction: According to the World Health Organization, 4.4% of the world’s population is affected by depressive disorders. These are characterized by feelings of sadness, loss of interest or pleasure, feelings of guilt, emptiness or low self-esteem and changes in appetite and sleep, which are accompanied by somatic and cognitive changes that significantly impair the individual’s functional capacity. The major cognitive domains that present changes include memory, attention, and executive functions. Several studies on psychotherapeutic and drug intervention in depressive disorders have shown that cognitive deficits tend to remain after the remission of other depressive symptoms. Recent research has suggested that computerized cognitive training may be an effective treatment option since interventions using technology seem to show more benefits in stimulating cognitive functions and quality of life when compared to traditional rehabilitation and cognitive training programs. Objective: This is a pilot study that aims to evaluate the impact of computerized cognitive training using COGWEB® in patients with moderate to severe depression attending a Psychiatric Day Hospital (n=20). More precisely, it aims to evaluate the effect of cognitive computer training on humor (severity of depressive symptoms) and on a set of cognitive functions (attention, memory and executive function). Instruments and Methods: A consecutive non-probabilistic sample of clinical patients was recruited and then divided into an experimental group (n=10), which performed two cognitive training sessions per week, making up a total of 12 sessions, and a control group (n=10), who received no cognitive training. Both groups underwent a pre- and post-test (before and after the intervention), where the Beck Depression Inventory and a battery of neuropsychological tests were applied (Montreal Cognitive Assessment, Trail Making Test A and B, Clock Drawing Test, Stroop Color and Word Test, and Auditory Verbal Learning Test). For statistical analysis, normality tests assessment was performed through Shapiro-Wilk Test. Non-parametric tests included the Mann-Whitney Test (to evaluate the differences between the control group and the experimental group before and after the test) and the Wilcoxon Signed Ranks Test (to analyze the differences over time compared through pre and post-test results). Results: In general, the patients who received cognitive training showed an improvement in depressive symptoms and positive changes in all cognitive functions under analysis when compared to the group of patients who did not receive the cognitive computer training – these, in the post-test, presented worse results in all the evaluated domains.2020-12-18T00:00:00Z2019-12-18T00:00:00Z2019-12-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/29027porMalta, Ana Filipa Leal da Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:56:10Zoai:ria.ua.pt:10773/29027Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:01:28.376548Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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