A capacitação na consulta de medicina geral e familiar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vaz, Filipe Jerónimo Alves
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/4999
Resumo: Introdução: É importante estudar em Medicina Geral e Familiar o ganho que os consulentes adquirem após contacto com o médico de família, avaliando-se alterações da capacitação após este contacto e diferenças consoante o tempo decorrido desde a última consulta. O estudo teve como base um instrumento validado para o efeito, o Instrumento de Capacitação do Consulente, que resultou da tradução do Patient Enablement Instrument para a língua portuguesa. Metodologia: Este foi um estudo observacional, transversal, em que o Instrumento de Capacitação do Consulente foi aplicado oralmente a 290 utentes que aguardavam, na sala de espera do Centro de Saúde da Covilhã, por consulta com o(a) médico(a) de família. Registaram-se também os dados de cada paciente relativamente ao tempo decorrido desde a última consulta com o mesmo médico, idade, sexo, toma diária de medicamentos, grau de instrução, atividade profissional e se vivia, ou não, acompanhado(a). Resultados: Em 5 das 6 questões, as respostas mais vezes registadas foram “igual ou pior” e “igual ou menos”, com exceção da pergunta “capaz de se manter saudável”, em que os inquiridos responderam em igual número “melhor” e “igual ou pior”. Invariavelmente, as respostas menos vezes assinaladas foram “muito melhor” e “muito mais”. Nas questões “capaz de compreender a sua doença” (58,5% vs. 40,3%;p=0,018), “capaz de lidar com a sua doença” (62,8% vs. 45,2%;p=0,044) e “capaz de se ajudar a si próprio” (52,5% vs. 33,9%;p=0,028), os pacientes consultados há menos de 3 meses sentiam-se mais vezes “igual ou pior” ou “igual ou menos” comparativamente com os que haviam sido há mais de 6 meses. Identificaram-se também diferenças nas variáveis “grupo etário” (p=0,030), “toma diária de medicamentos” (p<0,001) e “ativo(a) profissionalmente” (p=0,039), em função do tempo decorrido desde a última consulta. Na pergunta “capaz de lidar com a sua doença” (71,3% vs. 38,5%;p=0,047), entre os utentes com idade igual ou superior a 65 anos, sentiam-se também eles mais vezes “igual ou pior” quando tinham tido consulta há menos tempo comparativamente com os que haviam tido há mais tempo. Discussão e conclusão: O aumento da capacitação após consulta com o(a) médico(a) de família é baixo de uma forma geral, apesar de mais marcado nos utentes que tinham tido pelo menos uma consulta nos últimos 3 meses, provavelmente devido a patologias crónicas. O Instrumento de Capacitação do Consulente está subaproveitado, sugerindo-se mais estudos para perceber melhor as alterações da capacitação na população portuguesa após uma consulta médica.
id RCAP_d830439b075bca9d17d546625b8051bc
oai_identifier_str oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/4999
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A capacitação na consulta de medicina geral e familiarCapacitaçãoCuidados de Saúde PrimáriosInstrumento de Capacitação do ConsulenteMedicina Geral e FamiliarPatient Enablement InstrumentDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: É importante estudar em Medicina Geral e Familiar o ganho que os consulentes adquirem após contacto com o médico de família, avaliando-se alterações da capacitação após este contacto e diferenças consoante o tempo decorrido desde a última consulta. O estudo teve como base um instrumento validado para o efeito, o Instrumento de Capacitação do Consulente, que resultou da tradução do Patient Enablement Instrument para a língua portuguesa. Metodologia: Este foi um estudo observacional, transversal, em que o Instrumento de Capacitação do Consulente foi aplicado oralmente a 290 utentes que aguardavam, na sala de espera do Centro de Saúde da Covilhã, por consulta com o(a) médico(a) de família. Registaram-se também os dados de cada paciente relativamente ao tempo decorrido desde a última consulta com o mesmo médico, idade, sexo, toma diária de medicamentos, grau de instrução, atividade profissional e se vivia, ou não, acompanhado(a). Resultados: Em 5 das 6 questões, as respostas mais vezes registadas foram “igual ou pior” e “igual ou menos”, com exceção da pergunta “capaz de se manter saudável”, em que os inquiridos responderam em igual número “melhor” e “igual ou pior”. Invariavelmente, as respostas menos vezes assinaladas foram “muito melhor” e “muito mais”. Nas questões “capaz de compreender a sua doença” (58,5% vs. 40,3%;p=0,018), “capaz de lidar com a sua doença” (62,8% vs. 45,2%;p=0,044) e “capaz de se ajudar a si próprio” (52,5% vs. 33,9%;p=0,028), os pacientes consultados há menos de 3 meses sentiam-se mais vezes “igual ou pior” ou “igual ou menos” comparativamente com os que haviam sido há mais de 6 meses. Identificaram-se também diferenças nas variáveis “grupo etário” (p=0,030), “toma diária de medicamentos” (p<0,001) e “ativo(a) profissionalmente” (p=0,039), em função do tempo decorrido desde a última consulta. Na pergunta “capaz de lidar com a sua doença” (71,3% vs. 38,5%;p=0,047), entre os utentes com idade igual ou superior a 65 anos, sentiam-se também eles mais vezes “igual ou pior” quando tinham tido consulta há menos tempo comparativamente com os que haviam tido há mais tempo. Discussão e conclusão: O aumento da capacitação após consulta com o(a) médico(a) de família é baixo de uma forma geral, apesar de mais marcado nos utentes que tinham tido pelo menos uma consulta nos últimos 3 meses, provavelmente devido a patologias crónicas. O Instrumento de Capacitação do Consulente está subaproveitado, sugerindo-se mais estudos para perceber melhor as alterações da capacitação na população portuguesa após uma consulta médica.Introduction: It is important to study in General Practice/Family Medicine the enablement after a patient doctor encounter, evaluating changes in the enablement as time goes by. The Patient Enablement Instrument translated to portuguese language was used for such purpose. Methodology: We performed an observational, transversal study, in 2014 using the Portuguese version of the Patient Enablement Instrument. The instrument was orally applied to 290 patients who were waiting in the waiting room of the Health Centre in Covilhã for consultation with the General Practitioner/Family Doctor. We specifically addressed the date of the last encounter as well as age, gender, taking drugs everyday, education, occupation and living alone or accompanied. Results: In 5 of the 6 questions, the most registered answer was "same or less", with the exception of question "able to keep yourself healthy," in which the respondents answered in equal numbers "better" and "same or less". Invariably the less chosen answers were "much better" and "much more". In the questions "able to understand your illness" (58,5% vs. 40,3%;p=0,018), "able to cope with your illness" (62,8% vs. 45,2%;p=0,044) and "able to help yourself" (52,5% vs. 33,9%;p=0,028), the consulted patients for less than three months felt more times "same or less", compared with those who had been there more than 6 months. There were also identified differences in variables "age group" (p=0,030), "taking drugs everyday" (p<0.001) and "active professionally" (p=0,039), depending on the time elapsed since the last consultation. In the question "able to cope with your illness" (71,3% vs. 38,5%;p=0,047) among users aged over 65 years, they also felt more often "same or less" when they had been consulted less time ago compared with those who had been consulted more time before. Discussion and Conclusion: The increase of enablement after consultation with the family doctor is low in general, although more marked on patients who had at least one visit to the doctor in the last 3 months, probably due to chronic pathologies. As this instrument is underused, we suggest that more studies are done to better understand the changes in enablement in the portuguese population after a medical consultation.Santiago, Luiz Miguel de Mendonça SoaresCarvalho, Francisco João NevesuBibliorumVaz, Filipe Jerónimo Alves2018-07-11T16:04:39Z2014-5-92014-06-232014-06-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/4999TID:201639432porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:42:29Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/4999Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:00.441657Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A capacitação na consulta de medicina geral e familiar
title A capacitação na consulta de medicina geral e familiar
spellingShingle A capacitação na consulta de medicina geral e familiar
Vaz, Filipe Jerónimo Alves
Capacitação
Cuidados de Saúde Primários
Instrumento de Capacitação do Consulente
Medicina Geral e Familiar
Patient Enablement Instrument
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
title_short A capacitação na consulta de medicina geral e familiar
title_full A capacitação na consulta de medicina geral e familiar
title_fullStr A capacitação na consulta de medicina geral e familiar
title_full_unstemmed A capacitação na consulta de medicina geral e familiar
title_sort A capacitação na consulta de medicina geral e familiar
author Vaz, Filipe Jerónimo Alves
author_facet Vaz, Filipe Jerónimo Alves
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Santiago, Luiz Miguel de Mendonça Soares
Carvalho, Francisco João Neves
uBibliorum
dc.contributor.author.fl_str_mv Vaz, Filipe Jerónimo Alves
dc.subject.por.fl_str_mv Capacitação
Cuidados de Saúde Primários
Instrumento de Capacitação do Consulente
Medicina Geral e Familiar
Patient Enablement Instrument
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
topic Capacitação
Cuidados de Saúde Primários
Instrumento de Capacitação do Consulente
Medicina Geral e Familiar
Patient Enablement Instrument
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
description Introdução: É importante estudar em Medicina Geral e Familiar o ganho que os consulentes adquirem após contacto com o médico de família, avaliando-se alterações da capacitação após este contacto e diferenças consoante o tempo decorrido desde a última consulta. O estudo teve como base um instrumento validado para o efeito, o Instrumento de Capacitação do Consulente, que resultou da tradução do Patient Enablement Instrument para a língua portuguesa. Metodologia: Este foi um estudo observacional, transversal, em que o Instrumento de Capacitação do Consulente foi aplicado oralmente a 290 utentes que aguardavam, na sala de espera do Centro de Saúde da Covilhã, por consulta com o(a) médico(a) de família. Registaram-se também os dados de cada paciente relativamente ao tempo decorrido desde a última consulta com o mesmo médico, idade, sexo, toma diária de medicamentos, grau de instrução, atividade profissional e se vivia, ou não, acompanhado(a). Resultados: Em 5 das 6 questões, as respostas mais vezes registadas foram “igual ou pior” e “igual ou menos”, com exceção da pergunta “capaz de se manter saudável”, em que os inquiridos responderam em igual número “melhor” e “igual ou pior”. Invariavelmente, as respostas menos vezes assinaladas foram “muito melhor” e “muito mais”. Nas questões “capaz de compreender a sua doença” (58,5% vs. 40,3%;p=0,018), “capaz de lidar com a sua doença” (62,8% vs. 45,2%;p=0,044) e “capaz de se ajudar a si próprio” (52,5% vs. 33,9%;p=0,028), os pacientes consultados há menos de 3 meses sentiam-se mais vezes “igual ou pior” ou “igual ou menos” comparativamente com os que haviam sido há mais de 6 meses. Identificaram-se também diferenças nas variáveis “grupo etário” (p=0,030), “toma diária de medicamentos” (p<0,001) e “ativo(a) profissionalmente” (p=0,039), em função do tempo decorrido desde a última consulta. Na pergunta “capaz de lidar com a sua doença” (71,3% vs. 38,5%;p=0,047), entre os utentes com idade igual ou superior a 65 anos, sentiam-se também eles mais vezes “igual ou pior” quando tinham tido consulta há menos tempo comparativamente com os que haviam tido há mais tempo. Discussão e conclusão: O aumento da capacitação após consulta com o(a) médico(a) de família é baixo de uma forma geral, apesar de mais marcado nos utentes que tinham tido pelo menos uma consulta nos últimos 3 meses, provavelmente devido a patologias crónicas. O Instrumento de Capacitação do Consulente está subaproveitado, sugerindo-se mais estudos para perceber melhor as alterações da capacitação na população portuguesa após uma consulta médica.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-5-9
2014-06-23
2014-06-23T00:00:00Z
2018-07-11T16:04:39Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.6/4999
TID:201639432
url http://hdl.handle.net/10400.6/4999
identifier_str_mv TID:201639432
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136356867244032