Dynamics of circulating coelomocytes during starfish regeneration

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Bárbara Xavier Louro de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/25862
Resumo: Tese de mestrado, Biologia Molecular e Genética, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2016
id RCAP_e47c5f307cbddd43dbe203464dd17631
oai_identifier_str oai:repositorio.ul.pt:10451/25862
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Dynamics of circulating coelomocytes during starfish regenerationMarthasterias glacialis L.CelomócitosRegeneraçãoCitometria de fluxoTeses de mestrado - 2016Departamento de Biologia VegetalTese de mestrado, Biologia Molecular e Genética, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2016A regeneração é um fenómeno regulado com implicações biológicas variadas. No Reino Animal, há diversos exemplos deste processo que envolvem a reparação de tecidos, órgãos e membros. No entanto, a regeneração nos vertebrados é limitada na medida em que não se observa a regeneração completa de todos os órgãos. Nos invertebrados, existe uma maior flexibilidade em termos de reparação e até mesmo de substituição de tecidos e/ou órgãos. Após predação ou autotomia, alguns animais são capazes de substituir o órgão ou a porção perdida e muitas vezes esta pode levar uma vida autónoma podendo ela própria regenerar e até formar um individuo completo, dependendo sempre da perda, mas também da capacidade de regeneração do organismo. Este fenómeno acaba por se sobrepor nos invertebrados com a reprodução assexuada. Muitos equinodermes têm uma capacidade regenerativa elevada que se mantém ao longo de toda a sua vida, incluindo na fase adulta. A primeira resposta na regeneração é o fecho das feridas pelas contrações musculares e a formação de agregados de celómocitos, as células circulantes do fluído celómico que banha toda a cavidade interna dos equinodermes. Estas células têm um papel reconhecido na primeira linha de defesa do sistema imunitário que inclui várias funções, como coagulação e defesa contra organismos patogénicos por fagocitose. Os equinodermes têm uma grande proximidade filogenética com os cordados. Contudo o estudo destes organismos ao nível molecular não é muito frequente. Devido à pouca informação relativamente ao seu genoma, transcriptoma, proteoma ou metaboloma e por haver outros organismos com mais informação reportada, estes facilitam as comparações extrapoladas com cordados. Embora o ouriço do mar Strongylcentrotus purpuratus seja o único equinoderme a ter o genoma sequenciado e anotado, e consequentemente vários estudos moleculares tenham sido possíveis, estes organismos têm a menor capacidade de regeneração observada entre as diferentes classes de equinodermes, tendo sido muito reduzida a sua contribuição para o estudo da regeneração. Para uma maior compreensão dos coelomócitos, este trabalho apresenta a caracterização das populações celulares e a sua variância percentual durante o processo de regeneração. Embora a classe Asteroidea não tenha sido utilizada extensamente, os organismos desta são uma excelente escolha para o estudo do processo da regeneração. Marthasterias glacialis L. é uma estrela do mar espinhosa, betónica que pode ser encontrada ao longo de toda a costa oeste portuguesa capaz de viver a vários níveis de profundidade (0–200m), podendo atingir até 70 centímetros de diâmetro e com capacidade de regenerar todas as partes do corpo (internas e externas), incluindo o sistema nervoso central. Devido ao facto de haver pouca informação relativa aos equinodermes e mais especificamente às estrelas do mar, é por vezes difícil encontrar correlações na literatura com o estudo aqui apresentado. Efetuar analogias com outras classes de equinodermes é também desafiante, devido às diferenças inter-espécie, na metodologia escolhida para o estudo das células (diferentes tipos de microscopia) ou até no manuseamento dos celomócitos (células vivas ou fixadas, ex vivo ou em cultura). Desta forma, a primeira fase deste estudo foi dedicada à caracterização das populações celulares do fluído celómico através da citometria de fluxo e por microscopia de fluorescência. De forma a prosseguir com a caracterização do fluído celómico, algumas etapas de otimização tiveram de ser efetuadas para que o manuseamento das células ex vivo se fizesse sem comprometer o estudo ou os seus objetivos. Estas otimizações foram feitas ao nível das condições que reduzissem a agregação dos celomócitos após recolha do fluído celómico com o uso de diferentes tampões anticoagulantes, de diferentes condições de centrifugação, de diversas concentrações de corantes para que a análise de diferentes estudos (viabilidade celular e ciclo celular) fosse possível. Iii O desafio da optimização do ensaio de viabilidade celular centrou-se na escolha de dois corantes compatíveis, ou seja, que apresentassem comprimentos de onda de emissão e locais de ligação ao DNA distintos para que a análise fosse mais fiável. Duas populações celulares no fluído celómico (aqui designadas como P3 e P5) foram distinguidas através da citometria de fluxo e analisadas individualmente em termos de abundância no fluído celómico, morfologia, viabilidade celular e ciclo celular. A células da população P3 são as menos abundantes no fluído celómico, têm uma forma arredondada com um diâmetro nunca superior a 4 μm. Quanto à sua caracterização ao nível da viabilidade celular estas incorporam os diferentes corantes de exclusão de viabilidade celular após a recolha do fluído celómico, indicando uma baixa ou até nenhuma viabilidade celular. A população celular P5, que é regularmente 4 vezes mais numerosa que a população P3, apresenta várias morfologias, dependendo da concentração salina do meio ou do substrato que contactam, assim o seu tamanho varia entre 7 μm a 23 μm. Estas têm uma alta viabilidade celular no momento em que abandonam o organismo, observada pela não incorporação dos corantes de exclusão. A sua viabilidade vai diminuindo ao longo do dia da experiência mesmo em condições de escuridão e baixa temperatura (4ºC). As diferentes fases do ciclo celular variam na quantidade de DNA em cada célula (a fase G2M tem o dobro do conteúdo de DNA da fase G0G1). Para o estudo do ciclo celular, a concentração do corante (iodeto de propídeo) tem de ser saturante para que se possa inferir em que fase do ciclo as células se encontram. Para as células P3 não foi possível detectar eventos para todas as fases do ciclo celular, podendo ser devido à falta de viabilidade que apresentam, tendo uma atividade metabólica ou mitótica reduzida. As células P5 apresentam um ciclo celular bem definido, no qual a maioria das células se encontra na primeira fase do mesmo. Devido ao aparecimento de gâmetas masculinos, em algumas amostras de fluído celómico, a sua caracterização morfológica e análise citométrica foi também possível. Os estudos feitos até ao momento envolvendo celomócitos da espécie M. glacialis centraram-se na caracterização do seu proteoma total, sem separação das diferentes populações, e na proteómica diferencial nas diferentes fases da regeneração. Para isso a caracterização do proteoma de cada população, isolada por citometria de fluxo seria o próximo passo. Contudo houve algumas dificuldades na recuperação das células após a sua separação por citometria de fluxo. Sendo este processo provavelmente violento física e osmoticamente para as células. A reprodutibilidade da técnica para estes tipos celulares foi muito baixa, devido à disparidade dos resultados nos diferentes ensaios. O estudo da proteómica diferencial foi feito para pontos temporais que cobrissem as diferentes fases da regeneração (48 horas, 13 dias e 10 semanas). A maioria dos estudos feitos em celomócitos durante a regeneração sugere que o seu papel é mais determinante na primeira fase do processo regenerativo – cicatrização. Assim optou-se pelo estudo dos celomócitos durante o primeiro dia de regeneração. Algumas diferenças estatisticamente significativas foram observadas nas percentagens de células P5 nas primeiras horas (2, 8 e 24 horas) após amputação comparando com os valores relativos a um grupo controlo. Antes da indução da regeneração (t=0), a população P5 no grupo de animais posteriormente amputados apresenta uma média de valores percentuais superior à do grupo controlo. Após indução da regeneração, as proporções da população P5 diminuem significativamente. Os principais fatores a contribuírem para esta perda de células será a perda de fluido celómico através das feridas e o seu recrutamento para o processo de coagulação. A variação da proporção da população P3 ao longo do tempo mostrou ser independente do processo de regeneração. Os gâmetas masculinos apareceram durante o estudo dos celomócitos na regeneração apenas nos indivíduos que foram amputados. A caracterização das populações de celomócitos apresentada nesta dissertação constitui um contributo para o conhecimento das funções fisiológicas dos celomócitos circulantes desta espécie de equinoderme.Regeneration is a phenomenon that occurs throughout the Animal Kingdom and it has wide biological implications. Echinoderms have an outstanding regeneration ability that allows the replacement and regrowth of lost organs or body parts due to injury caused by autotomy or predation. The first response in the regeneration process is to close all the wounds with muscle contraction and coelomocytes clots. Coelomocytes are free circulating cells in coelomic fluid, which fills the internal cavity of echinoderms. These cells are known to have a role in the first defence by the immune system, with different functions as clotting, and defence against pathogens such as phagocytosis. Starfishes are excellent organisms to explore organ and tissue regeneration. Marthasterias glacialis L. belongs to Asteroidea class and it has whole body regeneration ability, including the central nervous system. Due to a lack of knowledge, it is difficult to find information about coelomocytes characteristics or to compare it with other classes of echinoderms, due to interspecies variability and to the diverse methodical approaches used in the several published studies. Thus the first part of this study was to characterize different coelomocytes population through flow cytometry and fluorescence microscopy. In order to perform coelomic fluid cells characterization, several optimization steps had to be done so as to know how to handle these cells ex vivo. Two different populations (here named P3 and P5) were found among coelomocytes and they were studied individually in terms of abundance, morphology, cell viability and cell cycle. P5 showed to have morphological similarities with phagocytes population whereas P3 cell populations seemed to have low metabolic or mitotic activity. Due to male gametes appearance in coelomic fluid samples, its characterization through flow cytometry was possible. Coelomocytes dynamics during regeneration was also assessed during the first day after amputation. There were a few statistically significant differences only in P5 cell population percentage in the first hours (2h, 8h and 24h) after amputation when compared with values for non-amputated animals. The work presented in this dissertation will hopefully contribute to an increase on the available cellular and molecular knowledge about circulating coelomocytes in M. glacialis.Coelho, Ana VarelaZilhão, Rita, 1959-Repositório da Universidade de LisboaOliveira, Bárbara Xavier Louro de2019-10-30T01:30:12Z201620162016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/25862TID:201343517enginfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:15:40Zoai:repositorio.ul.pt:10451/25862Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:42:40.109542Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Dynamics of circulating coelomocytes during starfish regeneration
title Dynamics of circulating coelomocytes during starfish regeneration
spellingShingle Dynamics of circulating coelomocytes during starfish regeneration
Oliveira, Bárbara Xavier Louro de
Marthasterias glacialis L.
Celomócitos
Regeneração
Citometria de fluxo
Teses de mestrado - 2016
Departamento de Biologia Vegetal
title_short Dynamics of circulating coelomocytes during starfish regeneration
title_full Dynamics of circulating coelomocytes during starfish regeneration
title_fullStr Dynamics of circulating coelomocytes during starfish regeneration
title_full_unstemmed Dynamics of circulating coelomocytes during starfish regeneration
title_sort Dynamics of circulating coelomocytes during starfish regeneration
author Oliveira, Bárbara Xavier Louro de
author_facet Oliveira, Bárbara Xavier Louro de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Coelho, Ana Varela
Zilhão, Rita, 1959-
Repositório da Universidade de Lisboa
dc.contributor.author.fl_str_mv Oliveira, Bárbara Xavier Louro de
dc.subject.por.fl_str_mv Marthasterias glacialis L.
Celomócitos
Regeneração
Citometria de fluxo
Teses de mestrado - 2016
Departamento de Biologia Vegetal
topic Marthasterias glacialis L.
Celomócitos
Regeneração
Citometria de fluxo
Teses de mestrado - 2016
Departamento de Biologia Vegetal
description Tese de mestrado, Biologia Molecular e Genética, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2016
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016
2016
2016-01-01T00:00:00Z
2019-10-30T01:30:12Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10451/25862
TID:201343517
url http://hdl.handle.net/10451/25862
identifier_str_mv TID:201343517
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/embargoedAccess
eu_rights_str_mv embargoedAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134343207059456