Teorias da mente na criança e o desenvolvimento de crenças falsas: Falsas, de quem?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lourenço, Orlando
Data de Publicação: 1992
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.12/1892
Resumo: Este estudo insere-se em uma linha de investigação que defende que as dificuldades da criança de 3 anos na compreensão das crenças falsas não se devem ri primazia que ela confere ao desejo quando em conflito com a crença, ou a limitações conceptuais da sua capacidade metarepresentativa, mas que se devem, antes, ao facto de ela não partilhar o significado linguístico das implicações assumidas pelo investigador quando a questiona na questão-teste mais utilizada nas chamadas tarefas de crenças falsas. O seu principal objectivo foi testar a validade dessa explicação proposta por Siegal e Beattie (1991), numa amostra de crianças Portuguesas. Participaram 40 crianças, com idades compreendidas entre os 3 anos e meio e os 4 anos e meio. Todas as crianças foram confrontadas com uma tarefa de crenças falsas, tendo metade das crianças sido submetidas a uma condição de questão preditiva implícita; e a outra metade, a uma condição de questão preditiva explícita. Os resultados mostraram diferenças significativas entre as duas condições, por um lado, manifestando as crianças submetidas ?I condição de explicitação linguística uma maior compreensão das crenças falsas, por outro. De modo global, estes resultados são consistentes com os obtidos por Siegal e Beattie (1991) e sugerem que o problema de sabermos quando e como emerge na criança uma teoria da mente é ainda uma questão empírica em aberto. ------ ABSTRACT ------ The main goal of this study was to test, in a Portuguese sample of three to four-year-old children, Siegal and Beattie’s (1991) explanation for the frequently reported tendency for young children to fail on faise-belief tasks. Our sample consisted of 40 children, ranging in age from 3 years, 6 months to 4 years, 6 months. A11 of the children were presented with a false-belief task. For half of them., the critica1 false-belief test question was presented in an explicit way; for the other half, that questioin was presented in an implicit way. Results showed .a significant difference between the two conditions, oin the one hand, with children performing better in the explicitly presented test-question condition, on the other. These results are consistent with Siegal anil Beattie’s (1991) hypothesis and seem to show that the problem of knowing when and how a theory of mind emerges in the child still remains an open empirical question.
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