Desenvolvimento e caracterização físico-química, sensorial e microbiológica de um puré de castanha e maçã

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Jucimara Costa
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10198/25740
Resumo: A castanha (Castanea sativa Miller) apresenta grande importância económica nas regiões de Trás-os-Montes e Beira Interior. A maior parte da castanha produzida em Portugal é vendida em fresco ou congelada. Contudo, o desenvolvimento de novos produtos à base de castanha tem crescido, podendo ser uma mais-valia para os produtores e industriais deste fruto. De modo a contribuir para esta situação, o principal objetivo do presente trabalho foi a elaboração de um novo produto à base de castanha e maçã, em parceria com o restaurante G e a empresa Sortegel. Realizaram-se três experiências, em que na primeira elaboraram-se purés de castanha com maçã Granny Smith e Reineta, tendo sido posteriormente embalados a vácuo e congelados; na segunda experiência confecionaram-se purés de castanha com maçã Granny Smith e diferentes concentrações de ácido ascórbico (0,05% e 0,1%); na terceira experiência, elaboraram-se purés com concentrações de ácido ascórbico em torno de 0,01%, tendo sido os purés da segunda e terceira experiência embalados em recipientes de vidro e pasteurizados ou embalados a vácuo e congelados. Pretendeu-se avaliar a qualidade e segurança dos mesmos, através da caracterização físico-química (cor, textura, teor de humidade, atividade de água e pH), sensorial e microbiológica (microrganismos a 30 ºC, bolores e leveduras, Staphylococcus aureus, coliformes e Escherichia coli). Na primeira experiência, ambos os purés de castanha com maçã (Granny Smith e Reineta) apresentaram diferenças em termos de cor (a*, b*, C* e h), textura e pH, apresentando um pH que poderia favorecer o desenvolvimento de microrganismos (5,44 e 5,62). Em termos de análise sensorial, os purés foram ambos classificados como “agradáveis”. A segunda experiência foi realizada com o objetivo de reduzir o valor do pH dos produtos, através da adição de ácido ascórbico. Como era esperado, o puré com a concentração de ácido ascórbico 0,1% apresentou os menores valores de pH (3,70 e 3,77). Verificou-se também que a adição de ácido ascórbico proporcionou aos purés uma coloração mais clara, devido ao seu poder antioxidante. Em relação à textura, as amostras contendo 0,05 e 0,1% de ácido ascórbico com e sem pasteurização mostraram-se mais firmes, mais coesas e mais consistentes. Em relação à análise sensorial, os purés preferidos foram aqueles sem adição de ácido. Desta forma, procedeu-se ao terceiro estudo, com a aplicação de concentrações de ácido ascórbico em torno de 0,01%, de modo a tornar os produtos mais seguros e, por outro lado, serem mais agradáveis em termos de análise sensorial. Porém, os resultados obtidos sugerem uma possível variação na formulação do puré, pois os valores de pH obtidos (6,09 a 6,26) foram diferentes daqueles observados nos estudos anteriores. Sugere-se, assim, em trabalhos futuros a padronização das formulações e processos, para a obtenção de um produto final adequado, seguro e reprodutível para o consumidor.
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Realizaram-se três experiências, em que na primeira elaboraram-se purés de castanha com maçã Granny Smith e Reineta, tendo sido posteriormente embalados a vácuo e congelados; na segunda experiência confecionaram-se purés de castanha com maçã Granny Smith e diferentes concentrações de ácido ascórbico (0,05% e 0,1%); na terceira experiência, elaboraram-se purés com concentrações de ácido ascórbico em torno de 0,01%, tendo sido os purés da segunda e terceira experiência embalados em recipientes de vidro e pasteurizados ou embalados a vácuo e congelados. Pretendeu-se avaliar a qualidade e segurança dos mesmos, através da caracterização físico-química (cor, textura, teor de humidade, atividade de água e pH), sensorial e microbiológica (microrganismos a 30 ºC, bolores e leveduras, Staphylococcus aureus, coliformes e Escherichia coli). Na primeira experiência, ambos os purés de castanha com maçã (Granny Smith e Reineta) apresentaram diferenças em termos de cor (a*, b*, C* e h), textura e pH, apresentando um pH que poderia favorecer o desenvolvimento de microrganismos (5,44 e 5,62). Em termos de análise sensorial, os purés foram ambos classificados como “agradáveis”. A segunda experiência foi realizada com o objetivo de reduzir o valor do pH dos produtos, através da adição de ácido ascórbico. Como era esperado, o puré com a concentração de ácido ascórbico 0,1% apresentou os menores valores de pH (3,70 e 3,77). Verificou-se também que a adição de ácido ascórbico proporcionou aos purés uma coloração mais clara, devido ao seu poder antioxidante. Em relação à textura, as amostras contendo 0,05 e 0,1% de ácido ascórbico com e sem pasteurização mostraram-se mais firmes, mais coesas e mais consistentes. Em relação à análise sensorial, os purés preferidos foram aqueles sem adição de ácido. Desta forma, procedeu-se ao terceiro estudo, com a aplicação de concentrações de ácido ascórbico em torno de 0,01%, de modo a tornar os produtos mais seguros e, por outro lado, serem mais agradáveis em termos de análise sensorial. Porém, os resultados obtidos sugerem uma possível variação na formulação do puré, pois os valores de pH obtidos (6,09 a 6,26) foram diferentes daqueles observados nos estudos anteriores. Sugere-se, assim, em trabalhos futuros a padronização das formulações e processos, para a obtenção de um produto final adequado, seguro e reprodutível para o consumidor.Chestnut (Castanea sativa Miller) has significant economic importance in Trás-os-Montes and Beira Interior regions. Most of the nuts produced in Portugal are sold fresh or frozen. However, the development of new chestnut-based products has grown and may be an asset for producers and industrials of this fruit. To contribute to this situation, the main objective of this work was to elaborate a new product based on chestnut and apple, in partnership with restaurant G and the company Sortegel. Three experiments were carried out in which in the first were prepared chestnut purees with Granny Smith and Reineta apples, which were subsequently vacuum packed and frozen; in the second experiment, chestnut purees were made with Granny Smith apple and different concentrations of ascorbic acid (0.05% and 0.1%); in the third experiment, purees were prepared with concentrations of ascorbic acid around 0.01%, being the purees of the second and third experiments packed in glass containers and pasteurized or vacuum packed and then frozen. All experiments aimed to evaluate purees' quality and safety through the physical-chemical (colour, texture, moisture content, water activity and pH), sensory and microbiological (microorganisms at 30 ºC, molds and yeasts, Staphylococcus aureus, coliforms and Escherichia coli). In the first experiment, both apple chestnut purees (Granny Smith and Reineta) showed colour differences (a*, b*, C* and h), texture and pH, with values that can favor the development of microorganisms (5.44 versus 5.62). In terms of sensory analysis, both purees were classified as "pleasant". The second experiment was carried out to reduce the products' pH value by adding ascorbic acid. As expected, the puree with the concentration of ascorbic acid 0.1% presented the lowest pH values (3.70 and 3.77). It was also verified that adding ascorbic acid gave the purees a lighter colouration, due to the its antioxidant power. Regarding texture, the samples containing 0.05 and 0.1% ascorbic acid with and without pasteurization were firmer, more cohesive and more consistent. Regarding the sensory analysis, the preferred purees were those without the addition of acid. Thus, a third study was carried out (applying concentrations of ascorbic acid of around 0.01%) to make the products safer and, on the other hand, to be more pleasant regarding the sensory analysis. However, the results suggest a possible variation in the formulation of puree because the pH values (6.09 to 6.26) were different from those observed in the previous studies. Thus, in future studies, it is suggested to standardize formulations and processes to obtain an adequate, safe and reproducible final product for the consumer.Trabalho financiado pelo Projeto RevestCast - Otimização dos processos industriais de aplicação de revestimentos comestíveis para a conservação pós-colheita da castanha (Castanea sativa Mill.) (PROJETO POCI-01-0247-FEDER-049276), projeto elaborado no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (SI I&DT) - Projetos de I&D Empresarial em CoPromoção para Territórios do InteriorRamalhosa, ElsaPereira, ErmelindaBiblioteca Digital do IPBSilva, Jucimara Costa2022-07-26T10:24:16Z20222022-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10198/25740TID:203043529porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-21T10:57:35Zoai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/25740Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T23:16:22.413492Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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