Inquérito aos hábitos de leitura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Eduardo de
Data de Publicação: 1991
Outros Autores: Santos, Maria de Lourdes Lima dos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/1207
Resumo: No resumo que aqui se apresenta de parte dos resultados de um inquérito cuja população só incluía alfabetizados, sobressai a distância entre a capacidade de ler e o hábito da leitura enquanto prática cultural. Perfis de diferentes leitores configuram-se por entre discriminações sociais, revelando diferentes graus de apetência de leituras e diferentes modos de as realizar. A este respeito mostrou-se elucidativo o recurso a tipologias - da leitura e dos leitores - associadas às variáveis de caracterização social. Ver-se-á como resultam distintas as frequências com que se pratica a leitura, distinto o volume do que se lê, distintas as modalidades que se consomem - livros, jornais, revistas - e, dentro de cada uma delas, distintos os géneros que se preferem. A utilização de indicadores de socialização primária no campo das práticas de leitura permitiu, por sua vez, avaliar o impacto das heranças de hábitos de leitura transmitidos aos inquiridos durante a infância. Sendo a leitura, hoje em dia, uma das práticas culturais mais banalizadas, obrigatoriamente difundida durante a escolaridade dos indivíduos, nem por isso ela deixa de funcionar como hábito fortemente distintivo, reproduzindo hierarquias de legitimidade socio-cultural.
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A utilização de indicadores de socialização primária no campo das práticas de leitura permitiu, por sua vez, avaliar o impacto das heranças de hábitos de leitura transmitidos aos inquiridos durante a infância. Sendo a leitura, hoje em dia, uma das práticas culturais mais banalizadas, obrigatoriamente difundida durante a escolaridade dos indivíduos, nem por isso ela deixa de funcionar como hábito fortemente distintivo, reproduzindo hierarquias de legitimidade socio-cultural.This article summarizes some of the results of a survey revealing striking gap between the ability to read and the cultural practice of reading. Different profiles of readers, localized in discriminated social contexts, paint to different degrees of inclination to read and different ways of doing so. The construction of a typology of readers and of reading makes it possible to identify variances in the frequency of the reading act, in the amount of the reading material consumed, in its different modalities (books, newspapers, magazines) and in preferences concerning the forms within each modality. The use of the variable of primary socialization, with regard to reading practices permitted the evaluation of the actual impact of inherited reading habits acquired during childhood. In spite of being a common cultural practice, reading remains a distinctive habit, which reproduces hierarchical socio-cultural legitimacies.Le présent texte résume une partie des résultats d"une enquête appliquée à une population alphabétisée. On retiendra principalement la distance entre la capacité de tire et l"habitude de la lecture en tant que pratique culturelle. Différents profils de lecteurs se dessinent selon les descriminations sociales et révèlent différents degrés de dispositions favorables à la lecture et différents modes de réalisation de cette pratique. La construction d"une typologie de la lecture et d"une typologie des lecteurs permet d"identifier des différences dans les fréquences et les volumes de cette pratique quant aux écrits consommés (livres, jornaux, revues) et pour chaque type d"écrit dans ces genres préferés. Outre les variables de caractérisation habituelles, l"utilisation d"indicateurs de socialisation primaire ouvre la voie à l"évaluation d"un effet d"héritage d"habitudes de lecture, transmises au cours de l"enfance des enquêtes. Si la lecture est aujourd"hui une pratique culturelle banalisée et obligatoire en temps de scolarité, elle n"a pas cessé pour autant d"être une habitude fort distinctive, reprodutrice d"hiérarchie de légitimité socioculturelle.En este resumen se presentan los resultados de una encuesta cuya población solo incluía alfabetizados, sobresaliendo la distancia entre la capacidad de leer y el hábito de la lectura en tanto que práctica cultural. Los perfiles de diferentes lectores se configuran entre las discriminaciones sociales, revelando diferentes grados de apetencia de lecturas y diferentes formas de realizarlas. A este respecto se mostró elucidativo el recurso a las tipologías-de lectura y de los lectores, asociadas a las variables de caracterización social. Se va a ver como resultan distintas las frecuencias con las que se práctica la lectura, distinto el volumen de lo que se lee, distintas las modalidades que se consumen-libros, periódicos, revistas y dentro de cada una de ellas, distintos los géneros preferidos. La utilización de indicadores de socialización primaria en el campo de las prácticas de lectura permitió, evaluar el impacto de las herencias de hábitos de lectura transmitidos a los encuestados durante la infancia. Siendo la lectura, hoy en día, una de las prácticas culturales más banales, obligatoriamente difundida durante la escolaridad de los individuos, y no por ello deja de funcionar como un hábito fuertemente distinto, reproduciendo jerarquías de legitimidad socio-cultural.CIES-ISCTE / CELTA2009-02-06T12:02:39Z1991-09-01T00:00:00Z1991-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/1207por0873-6529Freitas, Eduardo deSantos, Maria de Lourdes Lima dosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:50:49Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/1207Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:25:07.373759Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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