O papel do coordenador de departamento curricular na escolha de manuais de português de 5º ano

• Autor(a) principal: Martins, Joaquim Francisco Camelo
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/8416
• topic: coordenador de departamento; funções do coordenador de departamento; adoção de manuais de português; 5.º ano

A presente dissertação de mestrado centra-se na compreensão do papel do coordenador de departamento curricular na escolha de manuais escolares de português de 5º ano de escolaridade e como essa prática da supervisão realizada pelo coordenador promove o sucesso escolar. Pretendemos analisar e retirar conclusões justificativas acerca da questão da avaliação de manuais escolares de português de 5.º ano. O enquadramento teórico teve por base uma vasta bibliografia, embora se tenha tornado escassa, dado existirem poucos recursos que incidam sobre esta problemática. Foram investigados e abordados temas sobre o ponto de vista da importância do manual escolar, o papel do coordenador de departamento curricular, dos professores e da escola tendo em conta o manual escolar de português de 5.º ano. Foi também desenvolvido o tema referente ao mercado do manual escolar, o tema do manual digital e as críticas já existentes sobre esse facto, assim como consultada e analisada toda a legislação de acreditação de manuais escolares, aos quais foi dado especial destaque. Pretendemos conhecer funções, competências e estratégias utilizadas, bem como eventuais condicionantes enfrentadas pelo coordenador de departamento curricular nas suas funções e desta em concreto. Assim, destacámos, no Estatuto da Carreira Docente, no artigo 10 º, os deveres dos professores colaborarem com todos os intervenientes no processo educativo e refletirem sobre a sua prática. Verificámos que o coordenador tem, por conseguinte, um papel fundamental enquanto gestor e líder de uma estrutura de gestão intermédia, na promoção da reflexão e colaboração, contribuindo para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem e da própria escola. Organizámos o trabalho em quatro partes, a primeira sustentada pelo enquadramento teórico, a segunda pelo enquadramento normativo dos manuais escolares, a terceira pelo estudo empírico e a quarta pelas considerações finais. Na primeira parte, no primeiro capítulo construimos a nossa perspetiva histórica da estrutura pedagógica da gestão intermédia e terminámos o capítulo com o novo modelo de gestão das escolas, para se poder entender o atual papel do coordenador de departamento curricular. No segundo capítulo, abordámos os principais normativos legais relacionados com as estruturas de coordenação; funções e competências do coordenador de departamento curricular e a importância da reflexão e colaboração do trabalho desenvolvido. Tratando-se de uma dissertação em supervisão pedagógica, consideramos que deveriamos abordar o conceito de supervisão e liderança das estruturas intermédias com a intenção de aprofundar o tema baseado na revisão da literatura em relação às teorias de liderança existentes. No terceiro capítulo, quisemos verificar qual é o papel do coordenador de departamento curricular na escolha de manuais escolares de português de 5.º ano, antes de iniciar o estudo de caso. Para tal, subdividimos o capítulo em dois subcapítulos: “Papel do coordenador à luz da legislação em vigor”, para ver o que existe nos normativos acerca da função que pretendiamos estudar; “Trabalho colaborativo segundo orientação do coordenador”, para verificar se o coordenador é um orientador com funções supervisivas ou pelo contário, se ele é um orientador colaborante no trabalho que orienta. No quarto e último capítulo da primeira parte, quisemos fazer a revisão da literatura existente, no que concerne aos manuais escolares, orientando o nosso estudo para a resposta à questão do manual ser uma ferramenta útil, tal como se tem utlizado, ou por lado o caminho dos manuais escolares é o manual digital. Optámos, na segunda parte, por aprofundar o enquadramento normativo dos manuais escolares. Verificámos, também, que o conhecimento e a compreensão sobre as perspetivas dos professores de Língua Portuguesa relativamente ao manual escolar, enquanto ferramenta de apoio pedagógico-didáctica ao serviço das atividades educativas, é uma realidade no seio da escola. Na terceira parte, referente ao Estudo Empírico, optámos por uma metodologia de investigação qualitativa, tendo como parte prática o estudo de caso. Utilizámos como instrumentos de recolha de dados, a entrevista semiestruturada e a análise documental, posteriormente submetidas à análise de conteúdo. Foram realizadas entrevistas ao coordenador do departamento de línguas, bem como a dois professores pertencentes a esse departamento, num total de três, numa escola da área do distrito de Bragança. A análise dos dados obtidos a partir das três entrevistas aplicadas permitiram retirar algumas conclusões acerca das conceções dos professores sobre o(s) modo(s) de utilização do manual escolar nas suas práticas de ensino, bem como sobre as razões que presidem a essa(s) forma(s) de apropriação, assim como o modo como são analisados, selecionados e adotados os manuais escolares. No que concerne à quarta e última parte, deste trabalho de investigação, referente às Conclusões Finais, concluímos que, o coordenador conhece muitas das funções promotoras da reflexão e colaboração, apresenta competências fundamentais baseadas na criação de relacionamentos saudáveis, as quais permitem um estilo de intervenção assertiva, e, apesar de algumas condicionantes, emprega algumas das estratégias que valorizam a reflexão e colaboração, contribuindo para o desenvolvimento profissional dos professores e respetivo progresso educativo no seio escolar. Foram explanados os contributos, limitações do estudo e recomendações para futuras investigações.