SABERES PARA ENSINAR E SABERES A ENSINAR: duas figuras contrastantes da Educação Nova: Claparède e Vygotsky

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hofstetter, Rita
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Schneuwly, Bernard
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de História da Educação Matemática
Texto Completo: http://www.histemat.com.br/index.php/HISTEMAT/article/view/372
Resumo:  O debate sobre os saberes na Educação Nova é geralmente dominado por duas posições anglo-saxônicas opostas, mantidas por Dewey e Thorndike. Este artigo apresenta outra linha de divisão. Claparède e Vygotsky, duas figuras europeias representativas da Educação Nova, ambos cientistas que constroem uma teoria do funcionamento psicológico e estão fortemente envolvidos em reformas escolares. Suas concepções de saberes em educação são, no entanto, contrastadas. Demonstraremos isso analisando vosso trabalho sob três pontos de vista: a relação entre educação e desenvolvimento; a natureza dos saberes a ensinar; e o tipo de saberes necessários para a formação de professores. Para Claparède, a educação segue o desenvolvimento natural; o saber a ensinar deve ser útil e vinculado à vida cotidiana; saber para o professor é essencialmente saber sobre a criança. Para Vygotsky, a educação precede o desenvolvimento, saber a ensinar é sistemático, diferente do saber do cotidiano, transformando este relacionamento em seus próprios processos psíquicos; saber para os professores é saber a ensinar e sobre o ensino. A abordagem de Claparède pode ser descrita como negação abstrata da escola tradicional; ele quer uma revolução Copernicana, uma escola completamente diferente, ligada à vida cotidiana. A abordagem de Vygotsky pode ser caracterizada como negação determinada; ele quer desenvolver a escola tradicional, mantendo e transformando o conhecimento organizado sistematicamente em disciplinas formais.
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