Questionando o falante nativo de inglês : representações e identidades de estudantes em um instituto federal de educação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Jefferson Adriano de
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/15207
Resumo: Resumo: Apesar de a maior parte das interações em língua inglesa na contemporaneidade não envolver a presença física do falante nativo, ainda é predominante a representação que assume sua superioridade para decidir o limite entre o correto e o incorreto (SEIDLHOFER, 211) Nas salas de aula esse mito (PAIKEDAY, 23) se faz presente por meio de artefatos que reforçam sua autoridade e constrangem identidades de usuários legítimos da língua Nesta pesquisa, busco compreender que identidades estão em construção nas Representações Sociais (RS) de um grupo de estudantes sobre a língua inglesa, seus usos e usuários Parto do pressuposto de que todo processo de ensino-aprendizagem de língua inglesa constitui identidades e defendo que a construção de identidades mais inclusivas, de estudantes capazes de se reconhecerem como usuários de inglês, pode se beneficiar de postura crítica e do questionamento do falante nativo como ideal de comunicação Nesta pesquisa, situada no campo da Linguística Aplicada, objetivo compreender quais RS sobre a língua inglesa, seus usos e usuários atuam na construção de identidades de estudantes do primeiro ano do Ensino Médio Integrado a cursos Técnicos, de um campus do Instituto Federal do Paraná, lugar de minha atuação como professor Orientam a busca dessa compreensão a Teoria das RS, de Moscovici (1978; 23), visão Pós-Moderna de identidade, de Norton (2), Bauman (25), Silva (212) e estudos que questionam o falante nativo de inglês como ideal de comunicação, de Jenkins (29) e Seidlhofer (211) Como professor, busquei, além de ensinar a norma padrão, estimular postura crítica sobre a língua inglesa e o reconhecimento de sujeitos como estudantes e/ou usuários dessa língua, por meio de práticas reflexivas que questionavam que para se comunicar em inglês é preciso imitar o falante nativo Além dessas sessões, utilizei questionário de sondagem, narrativas de aprendizagem, grupo focal e entrevistas para observar as RS e identidades desses estudantes Nos dados coletados entre 212 e 213, analiso, de forma interpretativa, quais as RS desses estudantes sobre suas experiências passadas e presentes com essa língua, seus usos e usuários; de que forma se autorrepresentam ao usarem essa língua e que movimentos são observáveis nessas RS As RS da língua inglesa mais frequentes estão ancoradas no contato com músicas e vídeos, projetada em comunidades reais e imaginadas, capazes de cantar e entender essa língua Isso sugere que as práticas de sala de aula podem contribuir para ancorar a língua em situações concretas para além da escola, com maior potencial para gerar investimentos na aprendizagem Por outro lado, a ancoragem vinculada ao trabalho, apesar de frequente nesse grupo, em apenas um caso parece promover investimentos na língua Estudantes que ancoram a língua inglesa apenas na escola, objetivando-a como disciplina, nota, aprovação ou reprovação, pouco útil em seus projetos, tendem a se posicionar como alunos e investir pouco; os que ancoram o inglês na e para além da escola (comunicação, contatos com música, vídeos, trabalho, viagem) tendem a se posicionar como estudantes ou usuários e investirem mais, por vezes, conectando-se a comunidades reais (estudantes que cantam e entendem inglês) e imaginadas (intercâmbio; grupo de trabalho bilíngue; assistência humanitária, etc) Com relação às RS sobre usos e usuários as análises indicam que: 1) esses estudantes não querem se expor, identificar-se ou serem identificados por meio de usos da língua inglesa, ancorados em usuários pouco proficientes; 2) quanto mais distante é o inglês (deles ou de outros falantes), em relação ao nativo, maior a hostilidade; 3) o foco é ser natural como em português, falar sem medo, com segurança, confiança; 4) não precisa ser “perfeito”, como o nativo, mas semelhante, a fim de evitar críticas, como o uso de inglês, ancorado em usuários bilíngues proficientes; 5) a comunidade real de sala de aula influencia a participação, investimentos e opções de identidades, sobretudo, quando o falante nativo aparece ancorado em colegas mais proficientes; 6) as comunidades imaginadas (cantores, bandas internacionais; sujeitos capazes de interagir com músicas e vídeos, de se comunicar em inglês em contextos de trabalho ou viagens) instigam contatos, participação e investimentos na língua inglesa, quando ancoradas em músicas No movimento das RS, esses estudantes passaram a se autorrepresentar como capazes de aprender (alunos e estudantes) e, alguns, capazes de usar essa língua para além da escola (estudantes e/ou usuários) Após a pesquisa, eles representaram o inglês de forma mais inclusiva, como uma língua global, pluricêntrica, isto é, reconhecendo que existem variedades Eles parecem propensos a respeitar diferenças, questionar a perfeição e necessidade de se imitar o falante nativo, produzindo espaços onde eles podem aprender e usar inglês como outros usuários dessa língua franca global
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spelling Questionando o falante nativo de inglês : representações e identidades de estudantes em um instituto federal de educaçãoRepresentações sociaisEstudantes do ensino médioIdentidadeEnglish languageStudy and teachingResumo: Apesar de a maior parte das interações em língua inglesa na contemporaneidade não envolver a presença física do falante nativo, ainda é predominante a representação que assume sua superioridade para decidir o limite entre o correto e o incorreto (SEIDLHOFER, 211) Nas salas de aula esse mito (PAIKEDAY, 23) se faz presente por meio de artefatos que reforçam sua autoridade e constrangem identidades de usuários legítimos da língua Nesta pesquisa, busco compreender que identidades estão em construção nas Representações Sociais (RS) de um grupo de estudantes sobre a língua inglesa, seus usos e usuários Parto do pressuposto de que todo processo de ensino-aprendizagem de língua inglesa constitui identidades e defendo que a construção de identidades mais inclusivas, de estudantes capazes de se reconhecerem como usuários de inglês, pode se beneficiar de postura crítica e do questionamento do falante nativo como ideal de comunicação Nesta pesquisa, situada no campo da Linguística Aplicada, objetivo compreender quais RS sobre a língua inglesa, seus usos e usuários atuam na construção de identidades de estudantes do primeiro ano do Ensino Médio Integrado a cursos Técnicos, de um campus do Instituto Federal do Paraná, lugar de minha atuação como professor Orientam a busca dessa compreensão a Teoria das RS, de Moscovici (1978; 23), visão Pós-Moderna de identidade, de Norton (2), Bauman (25), Silva (212) e estudos que questionam o falante nativo de inglês como ideal de comunicação, de Jenkins (29) e Seidlhofer (211) Como professor, busquei, além de ensinar a norma padrão, estimular postura crítica sobre a língua inglesa e o reconhecimento de sujeitos como estudantes e/ou usuários dessa língua, por meio de práticas reflexivas que questionavam que para se comunicar em inglês é preciso imitar o falante nativo Além dessas sessões, utilizei questionário de sondagem, narrativas de aprendizagem, grupo focal e entrevistas para observar as RS e identidades desses estudantes Nos dados coletados entre 212 e 213, analiso, de forma interpretativa, quais as RS desses estudantes sobre suas experiências passadas e presentes com essa língua, seus usos e usuários; de que forma se autorrepresentam ao usarem essa língua e que movimentos são observáveis nessas RS As RS da língua inglesa mais frequentes estão ancoradas no contato com músicas e vídeos, projetada em comunidades reais e imaginadas, capazes de cantar e entender essa língua Isso sugere que as práticas de sala de aula podem contribuir para ancorar a língua em situações concretas para além da escola, com maior potencial para gerar investimentos na aprendizagem Por outro lado, a ancoragem vinculada ao trabalho, apesar de frequente nesse grupo, em apenas um caso parece promover investimentos na língua Estudantes que ancoram a língua inglesa apenas na escola, objetivando-a como disciplina, nota, aprovação ou reprovação, pouco útil em seus projetos, tendem a se posicionar como alunos e investir pouco; os que ancoram o inglês na e para além da escola (comunicação, contatos com música, vídeos, trabalho, viagem) tendem a se posicionar como estudantes ou usuários e investirem mais, por vezes, conectando-se a comunidades reais (estudantes que cantam e entendem inglês) e imaginadas (intercâmbio; grupo de trabalho bilíngue; assistência humanitária, etc) Com relação às RS sobre usos e usuários as análises indicam que: 1) esses estudantes não querem se expor, identificar-se ou serem identificados por meio de usos da língua inglesa, ancorados em usuários pouco proficientes; 2) quanto mais distante é o inglês (deles ou de outros falantes), em relação ao nativo, maior a hostilidade; 3) o foco é ser natural como em português, falar sem medo, com segurança, confiança; 4) não precisa ser “perfeito”, como o nativo, mas semelhante, a fim de evitar críticas, como o uso de inglês, ancorado em usuários bilíngues proficientes; 5) a comunidade real de sala de aula influencia a participação, investimentos e opções de identidades, sobretudo, quando o falante nativo aparece ancorado em colegas mais proficientes; 6) as comunidades imaginadas (cantores, bandas internacionais; sujeitos capazes de interagir com músicas e vídeos, de se comunicar em inglês em contextos de trabalho ou viagens) instigam contatos, participação e investimentos na língua inglesa, quando ancoradas em músicas No movimento das RS, esses estudantes passaram a se autorrepresentar como capazes de aprender (alunos e estudantes) e, alguns, capazes de usar essa língua para além da escola (estudantes e/ou usuários) Após a pesquisa, eles representaram o inglês de forma mais inclusiva, como uma língua global, pluricêntrica, isto é, reconhecendo que existem variedades Eles parecem propensos a respeitar diferenças, questionar a perfeição e necessidade de se imitar o falante nativo, produzindo espaços onde eles podem aprender e usar inglês como outros usuários dessa língua franca globalTese (Doutorado em Estudos da Linguagem) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Estudos da LinguagemAbstract: Although most of the interactions in contemporary English language does not involve the physical presence of native speaker, it is still predominant the representation that assumes its superiority to decide the boundary between the correct and the incorrect (SEIDLHOFER, 211) In classrooms this myth (PAIKEDAY, 23) is present in artifacts that reinforce its authority and constrain identities of legitimate users of language In this research, I have tried to understand which identities are under construction in Social Representations of a student group on the English language, its uses and users I have presupposed that the all teaching and learning process of English language constitutes identities and I have supported that more inclusive identities construction can help students to recognize themselves as English language users if they take critical position and question the native speaker as a communication model In this research, situated in the field of Applied Linguistics, I have aimed to understand which representations on the English language, its uses and users act in the construction of students’ identity from the first year of high school Integrated to Technical courses, in a Federal Institute of Parana, where I work as a teacher The Theory of Social Representation, by Moscovici (1978), Postmodern view of identities, by Norton (2), Bauman (25), Silva (212) and studies that question the native English speaker as a communication model, by Jenkins (29), Seidlhofer (211) guide this research As a teacher, besides teaching the standard norm, I have tried to stimulate critical stance about the English language and the self-recognition as English language learners and/or English language users, by using reflective practices that questioned to communicate in English it is necessary to copy the native speaker In addition to these reflective practices, I used survey questionnaire, learning narratives, focus group and interviews to observe these students’ representation and identities On data collected between 212 and 213, I analyzed interpretively students’ representation about their past and present experiences with English language, its uses and users; how they represent themselves when they use this language and which movements are observable on this representation The most common English language representation is anchored in the contact with music and videos, projected on real and imagined communities that are able to sing and understand this language This suggests that the classroom practices can help to anchor the language in practical situations beyond the school, with a greater potential to generate investments in learning On the other hand, the anchoring related to job, despite frequent, in just one case seems to promote investments in English language Students who anchored the English language only at school (as a subject, grade, pass or fail, little useful in their projects), they tend to position themselves as pupil and invest little Students who anchored English language at and over school (communication, contacts with music, videos, job and trip) tend to position themselves as English language students or users and invest more Sometimes, they connect to real communities (students who sing and understand English) and imagined ones (interchange; bilingual workgroup, humanitarian assistance, etc) Regarding the representations of uses and users of English language, analyzes indicate that: 1) these students do not want to expose, identify themselves or be identified with English language uses anchored in a little proficient users; 2) the farther competence in English (theirs or other speakers’) is in relation to the native speaker the greater is hostility; 3) the focus is to be natural as in Portuguese language, speak without fear, safely, trust; 4) it does not need to be "perfect," as the native speaker, but it must be similar as the use of English language, anchored in proficient bilingual users, to avoid criticism; 5) the real community of classroom influences participation, investment and identities, especially when the native speaker appears anchored in more proficient classmates; 6) the imagined communities (singers, international bands, others capable to interact with music and videos to communicate in English in contexts of job or trip) motivate contacts, participation and investment in English language, especially when they are anchored in music On representation movement, these students have self-represented as capable to learn (as pupils and students), and some are able to use this language over the school (as students and/or users) After this research, they have represented English language in a more inclusive way, as a global language, multi-centered, in other words, they have recognized there are varieties of English language They have been willing to respect differences, question the need for perfection and imitation of the native speaker, producing spaces where they can learn and use this language as other users of this global lingua francaGimenez, Telma [Orientador]Tonelli, Juliana Reichert AssunçãoScheyerl, Denise Chaves de MenezesLima, Diógenes Cândido deReis, SimoneFurtoso, Viviane Aparecida BagioTonelli, Juliana Reichert Assunção [Coorientadora]Souza, Jefferson Adriano de2024-05-01T14:46:01Z2024-05-01T14:46:01Z2014.0015.12.2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/15207porDoutoradoEstudos da LinguagemCentro de Letras e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Estudos da LinguagemLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:20:20Zoai:repositorio.uel.br:123456789/15207Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:20:20Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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