Os limites da intervenção humanitária : uma análise da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) no enfrentamento do ebola
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UEL |
Texto Completo: | https://repositorio.uel.br/handle/123456789/9426 |
Resumo: | Resumo: O presente estudo tem como objeto de análise a experiência de profissionais da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) face à epidemia do Ebola que afetou a região da África Ocidental, especificamente a região da Guiné, entre os anos de 214 e início de 216 A pesquisa foi realizada a partir de documentos e de entrevistas produzidos pela própria organização e o objetivo foi o de analisar as tensões e os impasses da ação dos profissionais da MSF para tratar dos infectados e conter a disseminação da doença O trabalho se pautou em abordagens teóricas da antropologia da saúde, antropologia humanitária e de discussões sobre biopolítica a fim de demonstrar a complexidade de tal ação, bem como a precariedade da vida daqueles afetados pelo vírus Os limites e impasses referem-se às condições estruturais, à carência de recursos materiais e humanos, à celeridade e letalidade do vírus, aos medos e angústias suscitados diante da epidemia, aos dilemas das decisões tomadas em situação de emergência, ao ímpeto de salvar vidas e a impotência diante da realidade, à abordagem universalizante do humanitarismo e os modelos e as experiências locais de enfrentamento da doença e do sofrimento A partir de uma análise documental dos relatos de profissionais que atuaram nesse contexto, são abordados as dificuldades de comunicação e os conflitos de valores que se confrontavam com os princípios, as orientações e os procedimentos estabelecidos pela organização para o controle e tratamento do vírus do Ebola Pretendi não perder de vista o papel desempenhado e o efeito produzido pelos atores em suas redes de interações e em um contexto político, econômico e cultural específico Embora pautados pelo modelo médico hegemônico ocidental, os profissionais da MSF veem suas ações confrontadas a outras práticas terapêuticas de cuidado da vida A isso se acresce o fato de essa experiência se dar em um contexto de emergência de uma epidemia que atualiza e acirra representações de contágio e morte enfrentadas no campo das desigualdades sociais, em uma localidade com histórico de repressão e violência que suscitaram ações de estigmatização diante dos procedimentos protocolizados A região escolhida para esta análise, a Guiné, se deu pelo fato de ter sido o local em que se iniciou o surto do Ebola, além de representar um alto índice de óbitos de pessoas infectadas, proporcional aos outros países atingidos, como a Libéria e Serra Leoa, além da inércia internacional inicial diante dos apelos para o enfrentamento da situação A pesquisa foi realizada pela internet, via sites da organização e outros correlatos; através de levantamento do material produzido pela própria organização; do acesso aos vídeos e documentários disponíveis; e de uma visita à sede da organização MSF no Rio de Janeiro |
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Os limites da intervenção humanitária : uma análise da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) no enfrentamento do ebolaBiopolíticaEbola (Doença)BiopolitcsEbola virus diseaseResumo: O presente estudo tem como objeto de análise a experiência de profissionais da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) face à epidemia do Ebola que afetou a região da África Ocidental, especificamente a região da Guiné, entre os anos de 214 e início de 216 A pesquisa foi realizada a partir de documentos e de entrevistas produzidos pela própria organização e o objetivo foi o de analisar as tensões e os impasses da ação dos profissionais da MSF para tratar dos infectados e conter a disseminação da doença O trabalho se pautou em abordagens teóricas da antropologia da saúde, antropologia humanitária e de discussões sobre biopolítica a fim de demonstrar a complexidade de tal ação, bem como a precariedade da vida daqueles afetados pelo vírus Os limites e impasses referem-se às condições estruturais, à carência de recursos materiais e humanos, à celeridade e letalidade do vírus, aos medos e angústias suscitados diante da epidemia, aos dilemas das decisões tomadas em situação de emergência, ao ímpeto de salvar vidas e a impotência diante da realidade, à abordagem universalizante do humanitarismo e os modelos e as experiências locais de enfrentamento da doença e do sofrimento A partir de uma análise documental dos relatos de profissionais que atuaram nesse contexto, são abordados as dificuldades de comunicação e os conflitos de valores que se confrontavam com os princípios, as orientações e os procedimentos estabelecidos pela organização para o controle e tratamento do vírus do Ebola Pretendi não perder de vista o papel desempenhado e o efeito produzido pelos atores em suas redes de interações e em um contexto político, econômico e cultural específico Embora pautados pelo modelo médico hegemônico ocidental, os profissionais da MSF veem suas ações confrontadas a outras práticas terapêuticas de cuidado da vida A isso se acresce o fato de essa experiência se dar em um contexto de emergência de uma epidemia que atualiza e acirra representações de contágio e morte enfrentadas no campo das desigualdades sociais, em uma localidade com histórico de repressão e violência que suscitaram ações de estigmatização diante dos procedimentos protocolizados A região escolhida para esta análise, a Guiné, se deu pelo fato de ter sido o local em que se iniciou o surto do Ebola, além de representar um alto índice de óbitos de pessoas infectadas, proporcional aos outros países atingidos, como a Libéria e Serra Leoa, além da inércia internacional inicial diante dos apelos para o enfrentamento da situação A pesquisa foi realizada pela internet, via sites da organização e outros correlatos; através de levantamento do material produzido pela própria organização; do acesso aos vídeos e documentários disponíveis; e de uma visita à sede da organização MSF no Rio de JaneiroDissertação (Mestrado em Ciências Sociais) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Ciências SociaisAbstract: The aim of this study is to analyze the experience of Médecins Sans Frontières (MSF) in the perspective of their professionals in the course of Ebola epidemic that affected the West African region, specifically the Guinean region, between 214 and 216 The research was made from material and interviews produced by the organization and the objective was to analyze the tensions and obstacles in the MSF intervention to care about the infected and contain the spread of Ebola virus The work was based on theoretical approaches of health anthropology, humanitarian anthropology and biopolitics discussions in order to demonstrate the complexity of such action as well as the precariousness of the lives affected by the virus Limits and obstacles refer to structural conditions, lack of material and human resources, virus speed and lethality, fears and anxieties raised in face of the epidemic, decisions and dilemmas taken in emergency situation, impetus to save lives and impotence despite of reality to the universalizing approach of humanitarianism and models and local experience in facing disease and suffering From a documentary analysis and the professional’s reports who worked in this context, we intend to analyze the difficulties of communication and the conflicts of values that were confronted with the guidelines and procedures established by the organization for control and treatment of Ebola virus I intended not to lose sight of the role played and the effect produced by the actors in their networks of interactions and in a specific political, economic and cultural context Although guided by the Western hegemonic medical model, MSF professionals have to support their actions both in a rationalist and universalistic representation of illness/health in contrast with different representations and practices of these dimensions of life Add to this problem the fact that the confrontation of such representations and practices occurs in an emergency context: an epidemic that updates and intensifies representations of contagion and death played on the field of social inequalities, in a locality with a history of repression and violence that provoked actions of stigmatization face the protocoled procedures The chosen region, Guinea, for this analysis was due to the site where the outbreak of Ebola began, in addition to representing a high rate of deaths of infected persons, proportional to the other affected countries, such as Liberia and Serra Lioness The research was conducted through internet, by the organization's websites and other related information; a survey of the material produced by the organization; access to available videos and documentaries; and a visit to MSF’s office organization in Rio de JaneiroJeolás, Leila Sollberger [Orientador]François-Véran, JeanRamírez-Gálvez, Martha CeliaWiik, Flávio Braune [Coorientador]Carvalho, Pedro Henrique da Costa2024-05-01T11:55:19Z2024-05-01T11:55:19Z2019.0026.02.2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/9426porMestradoCiências SociaisCentro de Letras e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Ciências SociaisLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:19:59Zoai:repositorio.uel.br:123456789/9426Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:19:59Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false |
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