GRAMMAR(S), SCHOOLING AND “LINGUISTIC ADEQUACY”
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Matraga (Online) |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/17046 |
Resumo: | Neste artigo discutimos conceitos de gramática, numa tentativa de mostrar que há apenas dois significados e que eles não se encontram em distribuição complementar, como costumam sugerir algumas publicações destinadas ao ensino do português. A partir de um deles, o de gramática como conhecimento que todo falante tem de sua língua, voltamos nossa atenção ao que se tem referido como adequação linguística, mostrando o equívoco que subjaz a este conceito e que conduz à oposição formalidade/informalidade. Como veremos, tal oposição corresponde, na verdade, a regras próprias da gramática brasileira, em face da lusitana, e só os indivíduos mais escolarizados e com maior contato com a escrita podem transitar com maior ou menor facilidade de uma gramática para outra. Nossa discussão sobre “adequação de linguagem” e “mudança de gramática” necessariamente irá passar pela codificação das normas que guiam nossa gramática tradicional, em grande parte inspiradas no modelo europeu, e pelas consequências que tal gesto provocou, aumentando a natural distância entre gramática da fala e gramática da escrita entre nós. Uma breve análise de letras de raps e funks portugueses e brasileiros, um gênero musical muito popular, mostrará o que é de fato “informalidade” e o que é “gramática”. Concluímos este artigo com uma reflexão sobre a importância de ensinar a “gramática da escrita” a partir de descrições da escrita contemporânea, sem ignorar que este é um grande passo para o aluno e que ele deve ter consciência disso. Propostas recentes de “intervenção pedagógica” no sentido de ensinar novas regras que não fazem parte do desempenho do aluno parecem justas e necessárias, mas é importante valorizar a gramática do aluno a fim de não aprofundar o preconceito linguístico. |
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GRAMMAR(S), SCHOOLING AND “LINGUISTIC ADEQUACY”GRAMÁTICA(S), ENSINO DE PORTUGUÊS E “ADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA”Concepts of grammarstyle and grammarlinguistic adequacyspeech and writingConceitos de gramáticaestilo e gramáticaadequação linguísticafala e escrita.Neste artigo discutimos conceitos de gramática, numa tentativa de mostrar que há apenas dois significados e que eles não se encontram em distribuição complementar, como costumam sugerir algumas publicações destinadas ao ensino do português. A partir de um deles, o de gramática como conhecimento que todo falante tem de sua língua, voltamos nossa atenção ao que se tem referido como adequação linguística, mostrando o equívoco que subjaz a este conceito e que conduz à oposição formalidade/informalidade. Como veremos, tal oposição corresponde, na verdade, a regras próprias da gramática brasileira, em face da lusitana, e só os indivíduos mais escolarizados e com maior contato com a escrita podem transitar com maior ou menor facilidade de uma gramática para outra. Nossa discussão sobre “adequação de linguagem” e “mudança de gramática” necessariamente irá passar pela codificação das normas que guiam nossa gramática tradicional, em grande parte inspiradas no modelo europeu, e pelas consequências que tal gesto provocou, aumentando a natural distância entre gramática da fala e gramática da escrita entre nós. Uma breve análise de letras de raps e funks portugueses e brasileiros, um gênero musical muito popular, mostrará o que é de fato “informalidade” e o que é “gramática”. Concluímos este artigo com uma reflexão sobre a importância de ensinar a “gramática da escrita” a partir de descrições da escrita contemporânea, sem ignorar que este é um grande passo para o aluno e que ele deve ter consciência disso. Propostas recentes de “intervenção pedagógica” no sentido de ensinar novas regras que não fazem parte do desempenho do aluno parecem justas e necessárias, mas é importante valorizar a gramática do aluno a fim de não aprofundar o preconceito linguístico.This article discusses some concepts of grammar, in an attempt to show that there are only two meanings and that they are not in complementary distribution as some linguistic publications addressed to students usually suggest. Once reviewed the meaning of grammar as the knowledge every speaker has of his language, we will turn our attention to what has been called “linguistic adequacy”, showing the misunderstanding that underlies this concept, which leads to the opposition “informality” / “formality”. As we will see, such opposition is related to rules that belong to different grammars and only speakers with longer exposure to the “grammar of school” can “change their grammar”, particularly in writing. A brief analysis of Portuguese and Brazilian raps and funks, very popular musical genders, will bring empirical evidence to our statements, showing what is “informality” and what is “grammar”. Our final remarks will concentrate on the importance of teaching the “grammar of writing” based on contemporary descriptions, without ignoring this will mean a big step for students and they must be aware of that. Recent proposals of “pedagogical intervention” with the purpose to teach new rules which are not part of the students’ performance seem fair and necessary, but it is important to value the students’ grammar in order not to deepen linguistic prejudice.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2015-07-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionartigos de linguísticaartigos de linguísticaapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/17046Matraga - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ; v. 22 n. 36 (2015): Linguística Aplicada - questões sobre letramentoMATRAGA - Journal published by the Graduate Program in Letters at Rio de Janeiro State University (UERJ); Vol. 22 No. 36 (2015): Applied Linguistics: literacy issues2446-69051414-7165reponame:Matraga (Online)instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJporhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/17046/13924Duarte, Maria Eugênia LammogliaSerra, Carolina Ribeiroinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-07-09T04:04:28Zoai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/17046Revistahttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matragaPUBhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matraga/oai||letrasmatraga@uerj.br2446-69051414-7165opendoar:2019-07-09T04:04:28Matraga (Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
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Neste artigo discutimos conceitos de gramática, numa tentativa de mostrar que há apenas dois significados e que eles não se encontram em distribuição complementar, como costumam sugerir algumas publicações destinadas ao ensino do português. A partir de um deles, o de gramática como conhecimento que todo falante tem de sua língua, voltamos nossa atenção ao que se tem referido como adequação linguística, mostrando o equívoco que subjaz a este conceito e que conduz à oposição formalidade/informalidade. Como veremos, tal oposição corresponde, na verdade, a regras próprias da gramática brasileira, em face da lusitana, e só os indivíduos mais escolarizados e com maior contato com a escrita podem transitar com maior ou menor facilidade de uma gramática para outra. Nossa discussão sobre “adequação de linguagem” e “mudança de gramática” necessariamente irá passar pela codificação das normas que guiam nossa gramática tradicional, em grande parte inspiradas no modelo europeu, e pelas consequências que tal gesto provocou, aumentando a natural distância entre gramática da fala e gramática da escrita entre nós. Uma breve análise de letras de raps e funks portugueses e brasileiros, um gênero musical muito popular, mostrará o que é de fato “informalidade” e o que é “gramática”. Concluímos este artigo com uma reflexão sobre a importância de ensinar a “gramática da escrita” a partir de descrições da escrita contemporânea, sem ignorar que este é um grande passo para o aluno e que ele deve ter consciência disso. Propostas recentes de “intervenção pedagógica” no sentido de ensinar novas regras que não fazem parte do desempenho do aluno parecem justas e necessárias, mas é importante valorizar a gramática do aluno a fim de não aprofundar o preconceito linguístico. |
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