O palco como sala de aula: história da educação pelo teatro na capital brasileira (1830-1920)

• Autor(a) principal: Alves, Gisele Teixeira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ
• Texto Completo: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18230
• topic: Capital of the Brazilian Empire; Civilization; Theater; Education; History of Theater in Education; Teacher training; Actor training; Theater School; Civilização; Teatro – História; Educação – História; Capital do Império brasileiro; História do teatro na Educação; Formação docente; Formação do ator; Escola de Teatro; CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::FUNDAMENTOS DA EDUCACAO::HISTORIA DA EDUCACAO

Esta pesquisa explora a historicidade do teatro no Brasil, e sua relação com a Educação a partir do recorte cronológico de 1830 até 1920 na capital Brasileira, construindo uma reflexão acerca de algumas práticas instituições, sujeitos, saberes e a imprensa com seus debates a respeito do cenário cultural. Acerca da imprensa, foram analisadas diferentes fontes, dentre elas impressos e jornais da época, como a Revista do Conservatório Real de Lisboa, Jornal do Conservatório de Lisboa, AlmanakLaemmert, A Epocha, A platea, Diário de Notícias, Diário do Rio de Janeiro, dentre outros, sobretudo a imprensa especializada para o público de teatro. No que se refere aos sujeitos e saberes, são investigados documentos como os registros do conservatório dramático brasileiro, além de livros. Buscamos conhecer também um pouco mais a trajetória dos autores e autoras dos primeiros escritos teóricos ou dramatúrgicos para teatro que se tem registro no Brasil, bem como de diferentes personagens com suas atividades, dando maior ênfase àsproduções e ações de cinco deles: João Caetano (1808-1863), Eduardo Victorino (1869-1949), Maria Angélica Ribeiro/Nênia Silva (1829-1880), Josefina Álvares de Azevedo (1851-1913) e Júlia Valentim da Silveira Lopes de Almeida (1862-1934). No estudo, destacamos as relações entre teatro e as diversas práticas culturais e educativas em ação, pensando no conceito amplo da experiência educativa para além das escolas. Partindo da ideia de genealogia e estudos sobre o “saber e o poder” presentes na obra de Michel Foucault, apresentamos uma análise de como se deram os processos de ensino e aprendizagem de teatro, ou “arte dramática” na Capital do Rio de Janeiro, buscando compreender as relações de poder existentes na condução da “máquina teatral” no final do século XIX e início do século XX, bem como as práticas encenadas por seus sujeitos. Atinente às instituições, investigamos o conservatório dramático Brasileiro, instituição criada para realizar a censura teatral e buscamos refletir sobre o ofício do ator, da atriz e o trabalho infantil no teatro, bem como os processos de formação, ensino e aprendizagem do ofício a partir da organização, criação, estrutura e funcionamentos desta e outras instituições, como as companhias de teatro. De maneira específica, analisamos o processo de institucionalização do ensino deste saber artístico a partir dos projetos existentes desde o século XIX, para criação de uma escola dramática e, ao mesmo tempo,investigamos os processos atrelados à inauguração da Escola Dramática Municipal, atual Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna (ETETMP-RJ), esta que, de acordo com a historiografia da educação, é considerada a primeira escola pública de teatro do Rio de Janeiro, cuja fundação ocorreu no ano de 1908. Concluímos que tais experiências se complementam historicamente e, neste contexto, as instituições teatrais, os diversos profissionais envolvidos com tais práticas, sujeitos como artistas, professores e produtores entre outros, constituem-se elementos importantes para pensar essa imbricação entre o universo educativo e as experiências culturais, como práticas de formação humana.