Caracterização fenotípica e molecular de marcadores de virulência em cepas de Escherichia coli isoladas de alimentos de origens diversas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ |
Texto Completo: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19808 |
Resumo: | Os alimentos estão implicados na disseminação de cepas de Escherichia coli com potencial patogênico. Este trabalho objetivou investigar o perfil de virulência em 339 cepas cepas de E. coli, recuperadas de alimentos, a saber: salsa (Petroselinum crispum); carcaças de frango congeladas; frutos do mar: mexilhões, mariscos e ostras; leite pasteurizado e preparação purê de batatas de dieta destinada a pacientes internados em um hospital universitário. Foram pesquisados, por PCR, os grupos filogenéticos e os genes de virulência: eae, bfpA, bfpB, stx1, stx2, ltA, est, ipaH, aggR, aatA, associados à E. coli diarreiogênica (DEC) e os marcadores fimH, papEF, pap GII e III, sfa, afa, hlyA, cfn1, tratT, aer, flu e PAI, associados à E. coli patogênica extra intestinal (ExPEC), especificamente E. coli uropatogênica. Além disso foi investigada a presença dos sorogrupos O157; O26; O45; O103; O111: O121; O145 e o antígeno flagelar H7, nas cepas O157. Cepas com perfil molecular de virulência foram submetidas a ensaios fenotípicos de aderência com células HEp-2 e cepas albergando o gene stx2, ao ensaio de citotoxicidade com célula Vero. Verificou-se que o grupo filogenético A foi o único que estava presente em todas as origens alimentares, tendo sido também o mais prevalente nas cepas estudadas (48%), seguido dos grupos B1 (32%), D (12%) e B2 (8%). Marcadores de virulência foram encontrados em 32,7% das cepas, dividindo-as em 29 perfis de virulência distintos, dos quais o gene stx2, isolada e conjuntamente a outros marcadores, foi o mais frequente, presente em 45 cepas, caracterizando-as como STEC. Nenhuma cepa apresentou marcadores associados à ETEC, EIEC e EAEC e uma única apresentou perfil molecular compatível com EPEC típica (tEPEC), porém sem apresentar fenótipo de aderência localizada. Marcadores moleculares associados às ExPEC (54%) foram mais frequentes do que os de DEC (27%) nas E. coli estudadas, no entanto também foram encontradas cepas com marcadores associados às duas categorias (19%). As amostras de preparação purê de batatas da dieta hospitalar foram, entre as origens estudadas, a que apresentou a mais alta frequencia de marcadores de virulência (89%), sendo a maioria classificada como STEC. Entre as cepas investigadas foram encontrados os sorogrupos O121, O103 e O145, em isolados de salsa, frango e mexilhões, respectivamente. O sorogrupo O157 foi encontrado somente nas cepas provenientes de purê de batatas, entretanto estas não apresentavam o antígeno flagelar H7. Nenhuma cepa submetida ao ensaio de citotoxicidade expressou o fenótipo de produção da toxina Shiga. Foi possível concluir que alimentos de diferentes origens, incluindo alimento pronto para consumo de pacientes hospitalizados, estão veiculando cepas de E. coli albergando marcadores moleculares e fenotípicos de virulência, e podem exercer papel importante na disseminação destes genes. Os resultados também alertam para a importância da realização/revisão dos procedimentos de boas práticas de produção de alimentos, a fim de minimizar a veiculação desses microrganismos e a ocorrência de Doença de Origem Alimentar (DOA). |
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Caracterização fenotípica e molecular de marcadores de virulência em cepas de Escherichia coli isoladas de alimentos de origens diversasPhenotypic and molecular characterization of virulence markers in Escherichia coli strains recovered from different food sourcesDiarrheagenic Escherichia coliExtra-intestinal pathogenic Escherichia coliFoodVirulenceEscherichia coli diarreiogênicaEscherichia coli patogênica extraintestinalAlimentosVirulênciaCIENCIAS BIOLOGICAS::MICROBIOLOGIAOs alimentos estão implicados na disseminação de cepas de Escherichia coli com potencial patogênico. Este trabalho objetivou investigar o perfil de virulência em 339 cepas cepas de E. coli, recuperadas de alimentos, a saber: salsa (Petroselinum crispum); carcaças de frango congeladas; frutos do mar: mexilhões, mariscos e ostras; leite pasteurizado e preparação purê de batatas de dieta destinada a pacientes internados em um hospital universitário. Foram pesquisados, por PCR, os grupos filogenéticos e os genes de virulência: eae, bfpA, bfpB, stx1, stx2, ltA, est, ipaH, aggR, aatA, associados à E. coli diarreiogênica (DEC) e os marcadores fimH, papEF, pap GII e III, sfa, afa, hlyA, cfn1, tratT, aer, flu e PAI, associados à E. coli patogênica extra intestinal (ExPEC), especificamente E. coli uropatogênica. Além disso foi investigada a presença dos sorogrupos O157; O26; O45; O103; O111: O121; O145 e o antígeno flagelar H7, nas cepas O157. Cepas com perfil molecular de virulência foram submetidas a ensaios fenotípicos de aderência com células HEp-2 e cepas albergando o gene stx2, ao ensaio de citotoxicidade com célula Vero. Verificou-se que o grupo filogenético A foi o único que estava presente em todas as origens alimentares, tendo sido também o mais prevalente nas cepas estudadas (48%), seguido dos grupos B1 (32%), D (12%) e B2 (8%). Marcadores de virulência foram encontrados em 32,7% das cepas, dividindo-as em 29 perfis de virulência distintos, dos quais o gene stx2, isolada e conjuntamente a outros marcadores, foi o mais frequente, presente em 45 cepas, caracterizando-as como STEC. Nenhuma cepa apresentou marcadores associados à ETEC, EIEC e EAEC e uma única apresentou perfil molecular compatível com EPEC típica (tEPEC), porém sem apresentar fenótipo de aderência localizada. Marcadores moleculares associados às ExPEC (54%) foram mais frequentes do que os de DEC (27%) nas E. coli estudadas, no entanto também foram encontradas cepas com marcadores associados às duas categorias (19%). As amostras de preparação purê de batatas da dieta hospitalar foram, entre as origens estudadas, a que apresentou a mais alta frequencia de marcadores de virulência (89%), sendo a maioria classificada como STEC. Entre as cepas investigadas foram encontrados os sorogrupos O121, O103 e O145, em isolados de salsa, frango e mexilhões, respectivamente. O sorogrupo O157 foi encontrado somente nas cepas provenientes de purê de batatas, entretanto estas não apresentavam o antígeno flagelar H7. Nenhuma cepa submetida ao ensaio de citotoxicidade expressou o fenótipo de produção da toxina Shiga. Foi possível concluir que alimentos de diferentes origens, incluindo alimento pronto para consumo de pacientes hospitalizados, estão veiculando cepas de E. coli albergando marcadores moleculares e fenotípicos de virulência, e podem exercer papel importante na disseminação destes genes. Os resultados também alertam para a importância da realização/revisão dos procedimentos de boas práticas de produção de alimentos, a fim de minimizar a veiculação desses microrganismos e a ocorrência de Doença de Origem Alimentar (DOA).Food is implicated in the spread of Escherichia coli strains with pathogenic potential. This study aimed to investigate the virulence profile in 339 strains of E. coli, recovered from food, namely: parsley (Petroselinum crispum); frozen chicken carcasses; seafood: mussels, clams, and oysters; pasteurized milk and mashed potatoes from the diet for patients admitted to a teaching hospital. Using PCR, phylogenetic groups and virulence genes were investigated, such as: eae, bfpA, bfpB, stx1, stx2, ltA, est, ipaH, aggR, aatA, associated with diarrheagenic E. coli (DEC) and the markers fimH, papEF, pap GII and III, sfa, afa, hlyA, cfn1, tratT, aer, flu and PAI, associated with extra-intestinal pathogenic E. coli (ExPEC), specifically uropathogenic E.coli. In addition, serogroups O157; O26; O45; O103; O111: O121; O145 and the H7 flagellar antigen in the O157 strains were investigated. Strains exhibing molecular virulence profile were submitted to phenotypic adherence assays with HEp-2 cells and strains harboring the stx2 gene to the Vero cell cytotoxicity assay. Phylogenetic group A was observed in all food sources, and it was also the most prevalent among strains in this study (48%), followed by groups B1 (32%), D (12%) and B2 (8%). Virulence markers were found in 32.7% of the strains and 29 distinct virulence profiles were observed. Highlighting the stx2 that was the most frequent gene, alone or together other markers, observed in 45 strains, characterizing them as STEC. None strains were associated with ETEC, EIEC and EAEC and a single one exhibed molecular profile compatible with typical EPEC (tEPEC), however localized adherence phenotype was not observed. 54% and 27% of the total, exhibed molecular markers associated to ExPEC and DEC, respectively. Curiously, 19% carried genes related to both categories. Among different food source, mashed potatoes showed the highest frequency of virulence markers (89%), most of all were classified as STEC. Serogroups O121, O103 and O145 were found in parsley, chicken and mussel, respectively. Serogroup O157 was observed only in E. coli recovered from mashed potatoes, nevertheless H7 flagellar antigen was not present. Using cytotoxicity assay, none strain expressed the Shiga toxin production phenotype. In conclusion, foods from different sources, including ready-to-eat food for hospitalized patients, carried E. coli strains harboring molecular and phenotypic markers of virulence, and may play an important role in the dissemination of these genes. The results highlighted the importance of conducting/reviewing the procedures of good food production practices, in order to minimize the transmission of these microorganisms and the occurrence of foodborne diseases.Universidade do Estado do Rio de JaneiroCentro Biomédico::Faculdade de Ciências MédicasBrasilUERJPrograma de Pós-Graduação em MicrobiologiaQueiroz, Mara Lucia Pennahttp://lattes.cnpq.br/1980792659825205Andrade, João Ramos Costahttp://lattes.cnpq.br/0202273703020767Almeida, Angela Corrêa de Freitashttp://lattes.cnpq.br/8108722210976841Merquior, Vânia Lucia Carreirahttp://lattes.cnpq.br/0742408281665373Miyahira, Roberta Fontanivehttp://lattes.cnpq.br/0524458847128886Gomes, Débora Leandro Ramahttp://lattes.cnpq.br/4860403157095790Azeredo, Denise Rosane Perdomohttp://lattes.cnpq.br/0466612003608354Chaves, Carolina Relvas2023-06-20T15:05:42Z2021-07-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfCHAVES, Carolina Relvas. Caracterização fenotípica e molecular de marcadores de virulência em cepas de Escherichia coli isoladas de alimentos de origens diversas. 2021. 115 f. Tese (Doutorado em Microbiologia) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19808porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJinstname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJ2024-02-26T22:54:37Zoai:www.bdtd.uerj.br:1/19808Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bdtd.uerj.br/PUBhttps://www.bdtd.uerj.br:8443/oai/requestbdtd.suporte@uerj.bropendoar:29032024-02-26T22:54:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
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Os alimentos estão implicados na disseminação de cepas de Escherichia coli com potencial patogênico. Este trabalho objetivou investigar o perfil de virulência em 339 cepas cepas de E. coli, recuperadas de alimentos, a saber: salsa (Petroselinum crispum); carcaças de frango congeladas; frutos do mar: mexilhões, mariscos e ostras; leite pasteurizado e preparação purê de batatas de dieta destinada a pacientes internados em um hospital universitário. Foram pesquisados, por PCR, os grupos filogenéticos e os genes de virulência: eae, bfpA, bfpB, stx1, stx2, ltA, est, ipaH, aggR, aatA, associados à E. coli diarreiogênica (DEC) e os marcadores fimH, papEF, pap GII e III, sfa, afa, hlyA, cfn1, tratT, aer, flu e PAI, associados à E. coli patogênica extra intestinal (ExPEC), especificamente E. coli uropatogênica. Além disso foi investigada a presença dos sorogrupos O157; O26; O45; O103; O111: O121; O145 e o antígeno flagelar H7, nas cepas O157. Cepas com perfil molecular de virulência foram submetidas a ensaios fenotípicos de aderência com células HEp-2 e cepas albergando o gene stx2, ao ensaio de citotoxicidade com célula Vero. Verificou-se que o grupo filogenético A foi o único que estava presente em todas as origens alimentares, tendo sido também o mais prevalente nas cepas estudadas (48%), seguido dos grupos B1 (32%), D (12%) e B2 (8%). Marcadores de virulência foram encontrados em 32,7% das cepas, dividindo-as em 29 perfis de virulência distintos, dos quais o gene stx2, isolada e conjuntamente a outros marcadores, foi o mais frequente, presente em 45 cepas, caracterizando-as como STEC. Nenhuma cepa apresentou marcadores associados à ETEC, EIEC e EAEC e uma única apresentou perfil molecular compatível com EPEC típica (tEPEC), porém sem apresentar fenótipo de aderência localizada. Marcadores moleculares associados às ExPEC (54%) foram mais frequentes do que os de DEC (27%) nas E. coli estudadas, no entanto também foram encontradas cepas com marcadores associados às duas categorias (19%). As amostras de preparação purê de batatas da dieta hospitalar foram, entre as origens estudadas, a que apresentou a mais alta frequencia de marcadores de virulência (89%), sendo a maioria classificada como STEC. Entre as cepas investigadas foram encontrados os sorogrupos O121, O103 e O145, em isolados de salsa, frango e mexilhões, respectivamente. O sorogrupo O157 foi encontrado somente nas cepas provenientes de purê de batatas, entretanto estas não apresentavam o antígeno flagelar H7. Nenhuma cepa submetida ao ensaio de citotoxicidade expressou o fenótipo de produção da toxina Shiga. Foi possível concluir que alimentos de diferentes origens, incluindo alimento pronto para consumo de pacientes hospitalizados, estão veiculando cepas de E. coli albergando marcadores moleculares e fenotípicos de virulência, e podem exercer papel importante na disseminação destes genes. Os resultados também alertam para a importância da realização/revisão dos procedimentos de boas práticas de produção de alimentos, a fim de minimizar a veiculação desses microrganismos e a ocorrência de Doença de Origem Alimentar (DOA). |
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