Cartografia do olhar e produção de subjetividades na Amazônia

• Autor(a) principal: Bernardo, Marcio Jesus Vieira
• Data de Publicação: 2022
• Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6470905902597863, https://orcid.org/0000-0002-7066-3622
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
• Texto Completo: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9042
• topic: CIENCIAS HUMANAS EDUCACAO; Cartografia do olhar; Experimentação; Estética fotográfica; Subjetividade infantil; Amazônia

Esta pesquisa investigou a expressão do olhar infantil por meio da experimentação com a fotografia. A noção de experimentação inspirou-se na filosofia de Deleuze (2018c) na qual o ato criador do pensamento acontece nos encontros com os signos. Nesse caso, os encontros aconteceram entre as qualidades estéticas da fotografia e os signos de uma comunidade ribeirinha as margens do Rio Solimões no município de Iranduba/AM. A pesquisa se constituiu em duas dimensões: experimentação e cartografia. A experimentação foi um processo livre de produção de imagens e a cartografia foi tratada como um método condicionado pelas produções imagéticas da experimentação. A interação das duas dimensões gerou um mapeamento das potências criativas das crianças com as imagens. Para isso, foram acompanhados e discutidos os interesses visuais de quatro crianças sobre a paisagem e os desdobramentos na composição de imagens a partir dos elementos estéticos da fotografia. Acompanhar o olhar foi um modo para acessar os sentidos produzidos pelas crianças ribeirinhas que conduziram, por meio de suas perspectivas e dos seus movimentos, a direção dessa cartografia do olhar. O traçar dos sentidos baseou-se nas imagens decorrentes de uma estética primária que se desdobrou em uma estética intuitiva e assim movimentou, nos participantes, o devir do olhar, como criação de si e como produção de subjetividade. Verificou-se que o percurso realizado pelas subjetividades infantis em compasso com as imagens se desdobrou em escolhas estéticas como repetições, intuições, invenções e fábulas. Conclui-se, que a estética amazônica afeta e compõe os olhares infantis e os convoca para explorar e criar imagens sincronizadas com linhas, luzes, cores, texturas e ritmos do platô Várzea.