Um Estudo Exploratório sobre Orquestração em Living Labs Brasileiros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: da Silva, Silvio Bitencourt
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Interdisciplinar de Gestão Social (Online)
Texto Completo: https://periodicos.ufba.br/index.php/rigs/article/view/9323
Resumo: O presente estudo desenvolve evidências teóricas e empíricas que ilustram como alguns arranjos colaborativos gerem recursos e capacidades complementares a partir da rede de atores constituída. Para atingir o objetivo proposto neste estudo, optou-se por uma pesquisa exploratória, com base no método de estudo de caso. A unidade de análise contempla os living labs brasileiros que integram a ENoLL. O objeto de pesquisa referese aos processos de orquestração dos living labs. Foram entrevistados os responsáveis por sete living labs de um total de treze living labs brasileiros que fazem parte da ENoLL, de acordo com a disponibilidade e retorno aos contatos preliminares estabelecidos via e-mail, Skype ou telefone. As entrevistas gravadas foram transcritas e as evidências levantadas associadas à análise dos dados secundários foram interpretadas qualitativamente, tendo como categorias de análise da orquestração as dimensões propostas por Dhanaraj e Parkhe (2006) para a orquestração de redes de inovação. Observa-se que os living labs brasileiros pesquisados demonstram exercer um papel central na rede de inovação voltada ao desenvolvimento de inovações sociais. Asseguram a criação e a extração de valor da rede que permite o cumprimento do seu propósito, a ampliação dos impactos sociais gerados das inovações e a obtenção de recursos para sua perpetuação. Como orquestradores, os living labs brasileiros exercem influência discreta na rede de inovação, mediando a interação e colaboração mútua entre os diversos atores que integram a rede de inovação por meio de três atividades de gestão da rede e as tarefas inerentes a cada uma delas, como preconizado por Dhanaraj e Parkhe (2006). Em alguns casos, percebe-se que, frente aos desafios impostos pelas inovações sociais, há mais de um orquestrador na rede, seja ao mesmo tempo em atividades múltiplas ou de modo alternado, de acordo com as especialidades de cada ator. Em linhas gerais, a discussão contribui para a teoria existente de três maneiras. A primeira, indicando que o referencial adotado permite avançar nas questões relacionadas à criação e gestão de recursos, debatidas na Visão Baseada em Recursos VBR, uma perspectiva do campo da estratégia que explica a vantagem competitiva a partir dos recursos e capacidades distintivos da firma. Neste caso, associada a uma perspectiva social em vez de econômica, como foi originalmente concebida, a partir da noção de vantagem colaborativa alinhada com uma Visão Relacional - VR da estratégia (CROPPER et al., 2008) em uma rede em que há o compartilhamento de recursos e capacidades. A busca pela obtenção da vantagem competitiva é alterada para o cumprimento efetivo de uma finalidade social e a amplitude do impacto social gerado por uma determinada iniciativa. Neste caso, a rede é a forma de organização essencial ao desenvolvimento de inovações sociais, pois facilita a vinculação, a comunicação e a ação conjunta entre os atores sociais. A segunda, sugerindo que o compartilhamento de recursos e capacidades complementares em uma rede permite a obtenção de um recurso único e de difícil replicação que se refere à própria rede, possibilitando novas frentes de pesquisa que investiguem as redes como um recurso e os diferentes mecanismos de coordenação adotados. A terceira trata da compreensão de que, nos living labs brasileiros pesquisados, os mecanismos de coordenação de atividades adotados sustentam o modelo de orquestração de redes de inovação proposto por Dhanaraj e Parkhe (2006). Também, obtiveram-se evidências de interrelações entre as dimensões observadas e, em alguns casos, de mais de um orquestrador no âmbito de um living lab e na rede por ele constituída. 
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