Adaptações corporais de dançarinos em contexto de Cias profissionais com coreógrafos não residentes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bastos, Jussara
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16691
Resumo: Em um ambiente profissional de uma Cia de dança contemporânea que trabalha com coreógrafos não residentes, o contato com diferentes características de movimento e propostas em dança é bastante comum. Os dançarinos que atuam neste ambiente profissional necessitam se relacionar com diferentes qualidades de movimentos a cada trabalho coreográfico. Buscamos investigar questões pertinentes ao processo de negociação e adaptação corporal entre os hábitos de movimento de dançarinos profissionais e movimentações ainda não habituais, as quais esses profissionais precisam se relacionar a cada composição coreográfica. Buscamos também, averiguar e tecer relações entre o preparo corporal diário da Cia e seu fazer cênico, no intuito de investigar as estratégias utilizadas para lidarem com diferentes propostas coreográficas. Assim, tornou-se pertinente averiguar qual é o entendimento de corpo e de técnica em dança que habita esses ambientes profissionais, problematizando questões emergentes ao se pensar a técnica na dança contemporânea. Para travarmos discussões sobre como o corpo aprende e se relaciona com novos aprendizados, nos valemos do fenômeno embodiment, que nos explica que a cognição acontece no e pelo corpo e que o movimento é condição primeira para o processo cognitivo. Nos apoiamos na Teoria Geral dos Sistemas, segundo VIEIRA, 2008, BITTENCOURT, 2007, PRIGOGINE, 1996, para situarmos a dança enquanto processual, sistêmica e dinâmica, sob uma visão evolutiva de corpo enquanto corpoambiente, onde o mesmo é entendido como resultante processual co-evolutiva com o ambiente (QUEIROZ,2009, BRITTO, 2008). Também nos valemos da Teoria Corpomídia, que nos apresenta o corpo e suas relações enquanto processos comunicacionais e entende que o corpo é mídia de si mesmo, apresentando mídia como o processo corporal seletivo das informações que vão construindo o corpo de maneira evolutiva (KATZ e GREINER, 2005). Defendemos que o corpo vive em estado de constante fluxo de informações com o meio e, assim, se modifica e modifica seu entorno. Fomos a campo através de três Cias de dança que trabalham com coreógrafos não residentes: Grupo Êxtase de Dança, de Viçosa- MG, Balé Teatro Guaíra, de Curitiba-PR e Cia de Danças de Diadema, de Diadema-SP, direcionando a pesquisa para as três principais vertentes da nossa discussão: o dançarino profissional, o diretor da Cia e o coreógrafo não-residente. Pudemos averiguar que as Cias possuem a técnica clássica como principal direcionamento do trabalho corporal diário dos dançarinos, mesmo não sendo essa a linguagem trabalhada cenicamente por elas. Entre as dificuldades enfrentadas, o tempo de montagem coreográfica parece agravar o processo de adaptação corporal dos profissionais, que, por sua vez, buscam estratégias conjuntas e individuais para superarem dificuldades e possíveis obstáculos de adaptação corporal em seu cotidiano de trabalho.
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Buscamos também, averiguar e tecer relações entre o preparo corporal diário da Cia e seu fazer cênico, no intuito de investigar as estratégias utilizadas para lidarem com diferentes propostas coreográficas. Assim, tornou-se pertinente averiguar qual é o entendimento de corpo e de técnica em dança que habita esses ambientes profissionais, problematizando questões emergentes ao se pensar a técnica na dança contemporânea. Para travarmos discussões sobre como o corpo aprende e se relaciona com novos aprendizados, nos valemos do fenômeno embodiment, que nos explica que a cognição acontece no e pelo corpo e que o movimento é condição primeira para o processo cognitivo. Nos apoiamos na Teoria Geral dos Sistemas, segundo VIEIRA, 2008, BITTENCOURT, 2007, PRIGOGINE, 1996, para situarmos a dança enquanto processual, sistêmica e dinâmica, sob uma visão evolutiva de corpo enquanto corpoambiente, onde o mesmo é entendido como resultante processual co-evolutiva com o ambiente (QUEIROZ,2009, BRITTO, 2008). Também nos valemos da Teoria Corpomídia, que nos apresenta o corpo e suas relações enquanto processos comunicacionais e entende que o corpo é mídia de si mesmo, apresentando mídia como o processo corporal seletivo das informações que vão construindo o corpo de maneira evolutiva (KATZ e GREINER, 2005). Defendemos que o corpo vive em estado de constante fluxo de informações com o meio e, assim, se modifica e modifica seu entorno. 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