Travestígonas: performatividade de gênero, da política e do luto no teatro de As travestidas
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30170 |
Resumo: | Este trabalho defende a tese de que o coletivo artístico As travestidas, de Fortaleza, produziu intensos, potentes e amplos espaços de aparecimento para as questões trans no Ceará que serão pensados aqui como a performatividade da política gerada através de uma complexa articulação entre luto, riso, fechação, gongação, críticas ao binarismo de gênero, as dissidências sexuais, a precariedade e a arte transformista e drag no teatro. Essas articulações, motivadas pelo desejo de desobedecer às normas, nos permitem defender que As travestidas se constituem em Travestígonas. Para defender essa tese, analiso a história do coletivo, seus impactos e quatro dos seus espetáculos: Uma flor de dama (2002); Engenharia erótica: fábrica de travestis (2010); BR trans (2013) e Quem tem medo de travesti (2015). Também recorro a entrevistas com pessoas que integram o grupo e coloco todo esse material empírico em diálogo com várias obras dos estudos queer, das subjetividades, da psicanálise e das artes. Mais do que encontrar no coletivo a potência para pensar determinadas obras, conceitos e reflexões acadêmicas, ao final, a tese também oferece leituras distintas sobre essa cena artística e política. Defendo que ela não pode ser analisada e reduzida ao luto ou à melancolia, mas que provoca o que chamo de queerificação do luto e da reparação e uma heterotopia fechativo-lutuosa que aponta um queer por vir. |
id |
UFBA-2_81e0fb344abceb1cbefdf079e81a9723 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufba.br:ri/30170 |
network_acronym_str |
UFBA-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFBA |
repository_id_str |
1932 |
spelling |
Sousa, Francisco das Chagas Alexandre Nunes deColling, LeandroTeixeira, Francimara NogueiraOliveria, João Manuel CalhauLima Neto, Djalma RodriguesSantos, Leandro de Paula2019-07-31T13:42:09Z2019-07-31T13:42:09Z2019-07-312019-04-03http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30170Este trabalho defende a tese de que o coletivo artístico As travestidas, de Fortaleza, produziu intensos, potentes e amplos espaços de aparecimento para as questões trans no Ceará que serão pensados aqui como a performatividade da política gerada através de uma complexa articulação entre luto, riso, fechação, gongação, críticas ao binarismo de gênero, as dissidências sexuais, a precariedade e a arte transformista e drag no teatro. Essas articulações, motivadas pelo desejo de desobedecer às normas, nos permitem defender que As travestidas se constituem em Travestígonas. Para defender essa tese, analiso a história do coletivo, seus impactos e quatro dos seus espetáculos: Uma flor de dama (2002); Engenharia erótica: fábrica de travestis (2010); BR trans (2013) e Quem tem medo de travesti (2015). Também recorro a entrevistas com pessoas que integram o grupo e coloco todo esse material empírico em diálogo com várias obras dos estudos queer, das subjetividades, da psicanálise e das artes. Mais do que encontrar no coletivo a potência para pensar determinadas obras, conceitos e reflexões acadêmicas, ao final, a tese também oferece leituras distintas sobre essa cena artística e política. Defendo que ela não pode ser analisada e reduzida ao luto ou à melancolia, mas que provoca o que chamo de queerificação do luto e da reparação e uma heterotopia fechativo-lutuosa que aponta um queer por vir.This research aims to defend the thesis that the artistic collective As travestidas, from Fortaleza, produced intense, potent and ample spaces of appearance for trans issues in Ceará that will be thought as the performativity of the politics generated through a complex articulation between mourning, laughter, fechação, gongação, criticism of gender binarism, sexual dissidence, precariousness, and transformista and drag art in theater. These articulations, motivated by the desire to disobey the norms, allow us to defend that As travestidas constitute themselves as Travestígonas. To defend this thesis, I analyze the collective's history, its impacts and four of its shows: Uma flor de dama (2002); Engenharia erótica: fábrica de travestis (2010); BR trans (2013) e Quem tem medo de travesti (2015). I am also based on interviews with people who are part of the group and put all this empirical material in dialogue with various literatures of queer studies, subjectivities, psychoanalysis and arts. More than finding in the collective the power to think certain theories, concepts and academic reflections, in the end, the thesis also offers different readings on this artistic and political scene. I contend that it can not be analyzed and reduced to mourning or melancholy, but that it causes what I call a "queerification of mourning and reparation" and a fechativolutuosa heterotopia that points to a queer to come.Submitted by Francisco Sousa (alexandre.nunes@ufca.edu.br) on 2019-07-24T15:14:34Z No. of bitstreams: 1 Alexandre_Tese_esse.pdf: 3995155 bytes, checksum: fc17adcc42b8a9a1e779efd08f4e5901 (MD5)Approved for entry into archive by Uillis de Assis Santos (uillis.assis@ufba.br) on 2019-07-31T13:42:09Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Alexandre_Tese_esse.pdf: 3995155 bytes, checksum: fc17adcc42b8a9a1e779efd08f4e5901 (MD5)Made available in DSpace on 2019-07-31T13:42:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Alexandre_Tese_esse.pdf: 3995155 bytes, checksum: fc17adcc42b8a9a1e779efd08f4e5901 (MD5)Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa - FUNCAPCultura e sociedadePerformatividade da políticaPerformatividade de gêneroTeatro documentárioLutoArte dragTravestilidadesTravestígonas: performatividade de gênero, da política e do luto no teatro de As travestidasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisInstituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton SantosPrograma Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e SociedadeUFBAbrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALAlexandre_Tese_esse.pdfAlexandre_Tese_esse.pdfapplication/pdf3995155https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/30170/1/Alexandre_Tese_esse.pdffc17adcc42b8a9a1e779efd08f4e5901MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1378https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/30170/2/license.txt4d9723493f80002b64e067080cc71e25MD52TEXTAlexandre_Tese_esse.pdf.txtAlexandre_Tese_esse.pdf.txtExtracted texttext/plain613700https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/30170/3/Alexandre_Tese_esse.pdf.txt50330d3afa7380e1dc2a21663fc5f23dMD53ri/301702021-12-30 13:15:48.304oai:repositorio.ufba.br:ri/30170VGVybW8gZGUgTGljZW7Dp2EsIG7Do28gZXhjbHVzaXZvLCBwYXJhIG8gZGVww7NzaXRvIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGQkEuCgogUGVsbyBwcm9jZXNzbyBkZSBzdWJtaXNzw6NvIGRlIGRvY3VtZW50b3MsIG8gYXV0b3Igb3Ugc2V1IHJlcHJlc2VudGFudGUgbGVnYWwsIGFvIGFjZWl0YXIgZXNzZSB0ZXJtbyBkZSBsaWNlbsOnYSwgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkYSBCYWhpYSBvIGRpcmVpdG8gZGUgbWFudGVyIHVtYSBjw7NwaWEgZW0gc2V1IHJlcG9zaXTDs3JpbyBjb20gYSBmaW5hbGlkYWRlLCBwcmltZWlyYSwgZGUgcHJlc2VydmHDp8Ojby4gCgpFc3NlcyB0ZXJtb3MsIG7Do28gZXhjbHVzaXZvcywgbWFudMOpbSBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvci9jb3B5cmlnaHQsIG1hcyBlbnRlbmRlIG8gZG9jdW1lbnRvIGNvbW8gcGFydGUgZG8gYWNlcnZvIGludGVsZWN0dWFsIGRlc3NhIFVuaXZlcnNpZGFkZS4KCiBQYXJhIG9zIGRvY3VtZW50b3MgcHVibGljYWRvcyBjb20gcmVwYXNzZSBkZSBkaXJlaXRvcyBkZSBkaXN0cmlidWnDp8OjbywgZXNzZSB0ZXJtbyBkZSBsaWNlbsOnYSBlbnRlbmRlIHF1ZToKCiBNYW50ZW5kbyBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcmVwYXNzYWRvcyBhIHRlcmNlaXJvcywgZW0gY2FzbyBkZSBwdWJsaWNhw6fDtWVzLCBvIHJlcG9zaXTDs3JpbyBwb2RlIHJlc3RyaW5naXIgbyBhY2Vzc28gYW8gdGV4dG8gaW50ZWdyYWwsIG1hcyBsaWJlcmEgYXMgaW5mb3JtYcOnw7VlcyBzb2JyZSBvIGRvY3VtZW50byAoTWV0YWRhZG9zIGRlc2NyaXRpdm9zKS4KCiBEZXN0YSBmb3JtYSwgYXRlbmRlbmRvIGFvcyBhbnNlaW9zIGRlc3NhIHVuaXZlcnNpZGFkZSBlbSBtYW50ZXIgc3VhIHByb2R1w6fDo28gY2llbnTDrWZpY2EgY29tIGFzIHJlc3RyacOnw7VlcyBpbXBvc3RhcyBwZWxvcyBlZGl0b3JlcyBkZSBwZXJpw7NkaWNvcy4KCiBQYXJhIGFzIHB1YmxpY2HDp8O1ZXMgc2VtIGluaWNpYXRpdmFzIHF1ZSBzZWd1ZW0gYSBwb2zDrXRpY2EgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0bywgb3MgZGVww7NzaXRvcyBjb21wdWxzw7NyaW9zIG5lc3NlIHJlcG9zaXTDs3JpbyBtYW50w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBtYXMgbWFudMOpbSBhY2Vzc28gaXJyZXN0cml0byBhb3MgbWV0YWRhZG9zIGUgdGV4dG8gY29tcGxldG8uIEFzc2ltLCBhIGFjZWl0YcOnw6NvIGRlc3NlIHRlcm1vIG7Do28gbmVjZXNzaXRhIGRlIGNvbnNlbnRpbWVudG8gcG9yIHBhcnRlIGRlIGF1dG9yZXMvZGV0ZW50b3JlcyBkb3MgZGlyZWl0b3MsIHBvciBlc3RhcmVtIGVtIGluaWNpYXRpdmFzIGRlIGFjZXNzbyBhYmVydG8uCg==Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322021-12-30T16:15:48Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Travestígonas: performatividade de gênero, da política e do luto no teatro de As travestidas |
title |
Travestígonas: performatividade de gênero, da política e do luto no teatro de As travestidas |
spellingShingle |
Travestígonas: performatividade de gênero, da política e do luto no teatro de As travestidas Sousa, Francisco das Chagas Alexandre Nunes de Cultura e sociedade Performatividade da política Performatividade de gênero Teatro documentário Luto Arte drag Travestilidades |
title_short |
Travestígonas: performatividade de gênero, da política e do luto no teatro de As travestidas |
title_full |
Travestígonas: performatividade de gênero, da política e do luto no teatro de As travestidas |
title_fullStr |
Travestígonas: performatividade de gênero, da política e do luto no teatro de As travestidas |
title_full_unstemmed |
Travestígonas: performatividade de gênero, da política e do luto no teatro de As travestidas |
title_sort |
Travestígonas: performatividade de gênero, da política e do luto no teatro de As travestidas |
author |
Sousa, Francisco das Chagas Alexandre Nunes de |
author_facet |
Sousa, Francisco das Chagas Alexandre Nunes de |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Sousa, Francisco das Chagas Alexandre Nunes de |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Colling, Leandro |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Teixeira, Francimara Nogueira Oliveria, João Manuel Calhau Lima Neto, Djalma Rodrigues Santos, Leandro de Paula |
contributor_str_mv |
Colling, Leandro Teixeira, Francimara Nogueira Oliveria, João Manuel Calhau Lima Neto, Djalma Rodrigues Santos, Leandro de Paula |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
Cultura e sociedade |
topic |
Cultura e sociedade Performatividade da política Performatividade de gênero Teatro documentário Luto Arte drag Travestilidades |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Performatividade da política Performatividade de gênero Teatro documentário Luto Arte drag Travestilidades |
description |
Este trabalho defende a tese de que o coletivo artístico As travestidas, de Fortaleza, produziu intensos, potentes e amplos espaços de aparecimento para as questões trans no Ceará que serão pensados aqui como a performatividade da política gerada através de uma complexa articulação entre luto, riso, fechação, gongação, críticas ao binarismo de gênero, as dissidências sexuais, a precariedade e a arte transformista e drag no teatro. Essas articulações, motivadas pelo desejo de desobedecer às normas, nos permitem defender que As travestidas se constituem em Travestígonas. Para defender essa tese, analiso a história do coletivo, seus impactos e quatro dos seus espetáculos: Uma flor de dama (2002); Engenharia erótica: fábrica de travestis (2010); BR trans (2013) e Quem tem medo de travesti (2015). Também recorro a entrevistas com pessoas que integram o grupo e coloco todo esse material empírico em diálogo com várias obras dos estudos queer, das subjetividades, da psicanálise e das artes. Mais do que encontrar no coletivo a potência para pensar determinadas obras, conceitos e reflexões acadêmicas, ao final, a tese também oferece leituras distintas sobre essa cena artística e política. Defendo que ela não pode ser analisada e reduzida ao luto ou à melancolia, mas que provoca o que chamo de queerificação do luto e da reparação e uma heterotopia fechativo-lutuosa que aponta um queer por vir. |
publishDate |
2019 |
dc.date.submitted.none.fl_str_mv |
2019-04-03 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-07-31T13:42:09Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-07-31T13:42:09Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2019-07-31 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30170 |
url |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30170 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFBA |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFBA instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA) instacron:UFBA |
instname_str |
Universidade Federal da Bahia (UFBA) |
instacron_str |
UFBA |
institution |
UFBA |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFBA |
collection |
Repositório Institucional da UFBA |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/30170/1/Alexandre_Tese_esse.pdf https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/30170/2/license.txt https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/30170/3/Alexandre_Tese_esse.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
fc17adcc42b8a9a1e779efd08f4e5901 4d9723493f80002b64e067080cc71e25 50330d3afa7380e1dc2a21663fc5f23d |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1808459598442528768 |