Entre enredos de Axé e Redes de Saúde Mental: uma cartoetnografia de adeptos do candomblé em processo de desinstitucionalização.
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29013 |
Resumo: | Esta tese teve como objetivo geral elaborar uma cartoetnografia dos territórios existenciais e das práticas cotidianas de cuidado de adeptos do candomblé em processo de desinstitucionalização em saúde mental e vinculados a serviços de saúde mental de Salvador (BA) e adjacências. Para esses fins, nos valemos de uma nova abordagem teóricometodológica que aqui denominamos cartoetnográfica. A pesquisa envolveu entrevistas não estruturadas com os interlocutores-chave (participantes-usuários) e os interlocutores-satélite (profissionais de saúde mental, sacerdotes, familiares, amigos etc.), conjugada à observação participante nos moldes etnográficos nos espaços da vida cotidiana dos participantes (residência, terreiro, serviços de saúde, locais de lazer, espaços de trabalho, etc.). A análise de dados compreendeu dois movimentos contíguos: uma análise inicial do material empírico a partir de categorias éticas elaboradas no âmbito da pesquisa maior na qual o presente projeto se insere e a elaboração das categorias analíticas a partir das recorrências e idiossincrasias do campo, amparada no que propusemos como “matriz cartoetnográfica de linhas de pensamento”. Os resultados foram apresentados em três grandes blocos: o primeiro relacionado à experiência de crise, o segundo está ligado aos processos de acolhimento e cuidado, e o terceiro é dedicado às questões ligadas às relações familiares e gênero visando a apresentar em cada um deles os aspectos de constrangimento e empoderamento envolvidos. Foi possível concluir que a imersão religiosa nos terreiros de candomblé propicia vínculos de pertencimento e reconhecimento, assim como colabora para a elaboração de novas compreensões sobre si e o mundo, como também de uma ética do cuidado de si. Os sacerdotes se interessam e influenciam a condução do tratamento oferecido nos serviços de saúde mental, mas a articulação entre as duas instâncias de cuidado parece ser mais fruto de um esforço de síntese por parte das lideranças religiosas e de seus filhos do que fruto de um diálogo com os serviços. Por fim, destacamos como a imersão religiosa no candomblé contribui para a formulação de táticas e possibilidades de agência e resistência. Ampliam-se os circuitos de apoio mútuo que contribuem para a afirmação desses modos não-hegemônicos de estar no mundo e, dessa forma, da própria vida como valor. |
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A pesquisa envolveu entrevistas não estruturadas com os interlocutores-chave (participantes-usuários) e os interlocutores-satélite (profissionais de saúde mental, sacerdotes, familiares, amigos etc.), conjugada à observação participante nos moldes etnográficos nos espaços da vida cotidiana dos participantes (residência, terreiro, serviços de saúde, locais de lazer, espaços de trabalho, etc.). A análise de dados compreendeu dois movimentos contíguos: uma análise inicial do material empírico a partir de categorias éticas elaboradas no âmbito da pesquisa maior na qual o presente projeto se insere e a elaboração das categorias analíticas a partir das recorrências e idiossincrasias do campo, amparada no que propusemos como “matriz cartoetnográfica de linhas de pensamento”. Os resultados foram apresentados em três grandes blocos: o primeiro relacionado à experiência de crise, o segundo está ligado aos processos de acolhimento e cuidado, e o terceiro é dedicado às questões ligadas às relações familiares e gênero visando a apresentar em cada um deles os aspectos de constrangimento e empoderamento envolvidos. Foi possível concluir que a imersão religiosa nos terreiros de candomblé propicia vínculos de pertencimento e reconhecimento, assim como colabora para a elaboração de novas compreensões sobre si e o mundo, como também de uma ética do cuidado de si. Os sacerdotes se interessam e influenciam a condução do tratamento oferecido nos serviços de saúde mental, mas a articulação entre as duas instâncias de cuidado parece ser mais fruto de um esforço de síntese por parte das lideranças religiosas e de seus filhos do que fruto de um diálogo com os serviços. Por fim, destacamos como a imersão religiosa no candomblé contribui para a formulação de táticas e possibilidades de agência e resistência. Ampliam-se os circuitos de apoio mútuo que contribuem para a afirmação desses modos não-hegemônicos de estar no mundo e, dessa forma, da própria vida como valor.Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2019-03-26T17:51:14Z No. of bitstreams: 1 Tese .CLARICE MOREIRA PORTUGAL. 2018.pdf: 3845790 bytes, checksum: a323e3e78ea64334800979d5281a32b1 (MD5)Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2019-03-26T19:23:17Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese .CLARICE MOREIRA PORTUGAL. 2018.pdf: 3845790 bytes, checksum: a323e3e78ea64334800979d5281a32b1 (MD5)Made available in DSpace on 2019-03-26T19:23:17Z (GMT). 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