As diferenças no contexto da educação infantil: estudo da prática pedagógica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/3002 |
Resumo: | Este estudo trata da construção de práticas pedagógicas no contexto da escola inclusiva e buscou identificar e analisar o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas na Educação Infantil. Teve com suporte teórico, autores que investigaram a teoria da mudança (CROZIER e FRIEDBERG, 1977; FULLAN, 2000-2006; FULLAN e HARGREAVES, 2000: 2001; THURLER – 1994; 2001), permitindo compreender as mudanças e resistências identificadas nas ações pedagógicas dos sujeitos da pesquisa; a teoria do desenvolvimento do ser humano respaldado em Piaget (1964; 1965; 1973; 1994), especialmente a equilibração como mecanismo interno do desenvolvimento e o papel da afetividade no processo de construção de conhecimento; a teoria sócio-construtivista do desenvolvimento na perspectiva de Vygotsky (1987: 1988); Doise & Mugny (1981) e o papel do conflito cognitivo segundo Lafortune (2004); Lafortune, Martin et Doudin, (2004). A pesquisa colaborativa foi empregada como abordagem metodológica contando com os seguintes procedimentos: acompanhamento individual, acompanhamento colaborativo e entrevistas por meio de grupos focais. Os sujeitos da pesquisa foram seis professoras da educação infantil de uma escola pública do município de Fortaleza. Os resultados indicaram que na fase inicial da pesquisa as práticas pedagógicas das professoras se apresentavam no sentido oposto ao que seriam consideradas como práticas inclusivas. Eram prioritariamente diretivas, centradas na lógica dos saberes e conhecimento do professor. Um dos fatores impeditivos à prática inclusiva repousava na concepção que as professoras tinham de criança como reprodutora do conhecimento. Através do acompanhamento colaborativo foi possível fomentar uma reflexão sobre o fazer pedagógico, no sentido de ajudá-las a perceber as crenças que apóiam as suas práticas. Foi fundamental pensar a formação junto ao acompanhamento das práticas, o que potencializou uma reflexão na e sobre a ação. Diante das intervenções desenvolvidas ao longo da pesquisa foi possível constatar um avanço das professoras nos seguintes aspectos: um movimento de evolução no desenvolvimento profissional; uma atitude mais reflexiva em relação à prática pedagógica; uma atitude de maior aceitação e acolhimento por parte das professoras em relação as crianças com deficiência; a presença de estratégias que visam o desenvolvimento da autonomia das crianças; a diversificação das práticas pedagógicas. Tais mudanças ocorreram em tempos e intensidades distintas, considerando as singularidades e as diferenças de percursos de cada uma. Destacamos como propulsor das mudanças; o acompanhamento colaborativo, principalmente pelo suporte dado as professoras, trazendo um aspecto essencial a formação docente no sentido de criar uma comunidade aprendente partindo das experiências concretas dos profissionais. Apesar das mudanças provocadas ao longo da pesquisa consideramos que não foram suficientes no sentido de romper totalmente com as práticas diretivas na educação infantil e nem garantir um movimento efetivo na constituição de uma cultura inclusiva. Entendemos que para assegurar uma formação de qualidade é essencial que ela possa acontecer no seio da própria instituição, partindo das experiências concretas dos profissionais, e com apoio e orientação de um parceiro mais experiente a fim de contribuir para uma reflexão e sistematização da prática. Desse modo, o estudo sinaliza que para uma mudança efetiva na prática das professoras da educação infantil para que possa se pautar nos princípios inclusivos requer uma reflexão permanente do seu fazer pedagógico, o que exige repensar a formação continuada no âmbito da escola, e o papel do professor como sujeito aprendente. Nesse sentido, a formação continuada enfrenta o desafio de se transformar para poder garantir as mudanças necessárias para o atendimento às diferenças da sala de aula. |
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As diferenças no contexto da educação infantil: estudo da prática pedagógicaProfessor de Educação InfantilEducação PermanenteEducação InclusivaPrática de EnsinoEste estudo trata da construção de práticas pedagógicas no contexto da escola inclusiva e buscou identificar e analisar o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas na Educação Infantil. Teve com suporte teórico, autores que investigaram a teoria da mudança (CROZIER e FRIEDBERG, 1977; FULLAN, 2000-2006; FULLAN e HARGREAVES, 2000: 2001; THURLER – 1994; 2001), permitindo compreender as mudanças e resistências identificadas nas ações pedagógicas dos sujeitos da pesquisa; a teoria do desenvolvimento do ser humano respaldado em Piaget (1964; 1965; 1973; 1994), especialmente a equilibração como mecanismo interno do desenvolvimento e o papel da afetividade no processo de construção de conhecimento; a teoria sócio-construtivista do desenvolvimento na perspectiva de Vygotsky (1987: 1988); Doise & Mugny (1981) e o papel do conflito cognitivo segundo Lafortune (2004); Lafortune, Martin et Doudin, (2004). A pesquisa colaborativa foi empregada como abordagem metodológica contando com os seguintes procedimentos: acompanhamento individual, acompanhamento colaborativo e entrevistas por meio de grupos focais. Os sujeitos da pesquisa foram seis professoras da educação infantil de uma escola pública do município de Fortaleza. Os resultados indicaram que na fase inicial da pesquisa as práticas pedagógicas das professoras se apresentavam no sentido oposto ao que seriam consideradas como práticas inclusivas. Eram prioritariamente diretivas, centradas na lógica dos saberes e conhecimento do professor. Um dos fatores impeditivos à prática inclusiva repousava na concepção que as professoras tinham de criança como reprodutora do conhecimento. Através do acompanhamento colaborativo foi possível fomentar uma reflexão sobre o fazer pedagógico, no sentido de ajudá-las a perceber as crenças que apóiam as suas práticas. Foi fundamental pensar a formação junto ao acompanhamento das práticas, o que potencializou uma reflexão na e sobre a ação. Diante das intervenções desenvolvidas ao longo da pesquisa foi possível constatar um avanço das professoras nos seguintes aspectos: um movimento de evolução no desenvolvimento profissional; uma atitude mais reflexiva em relação à prática pedagógica; uma atitude de maior aceitação e acolhimento por parte das professoras em relação as crianças com deficiência; a presença de estratégias que visam o desenvolvimento da autonomia das crianças; a diversificação das práticas pedagógicas. Tais mudanças ocorreram em tempos e intensidades distintas, considerando as singularidades e as diferenças de percursos de cada uma. Destacamos como propulsor das mudanças; o acompanhamento colaborativo, principalmente pelo suporte dado as professoras, trazendo um aspecto essencial a formação docente no sentido de criar uma comunidade aprendente partindo das experiências concretas dos profissionais. Apesar das mudanças provocadas ao longo da pesquisa consideramos que não foram suficientes no sentido de romper totalmente com as práticas diretivas na educação infantil e nem garantir um movimento efetivo na constituição de uma cultura inclusiva. Entendemos que para assegurar uma formação de qualidade é essencial que ela possa acontecer no seio da própria instituição, partindo das experiências concretas dos profissionais, e com apoio e orientação de um parceiro mais experiente a fim de contribuir para uma reflexão e sistematização da prática. Desse modo, o estudo sinaliza que para uma mudança efetiva na prática das professoras da educação infantil para que possa se pautar nos princípios inclusivos requer uma reflexão permanente do seu fazer pedagógico, o que exige repensar a formação continuada no âmbito da escola, e o papel do professor como sujeito aprendente. Nesse sentido, a formação continuada enfrenta o desafio de se transformar para poder garantir as mudanças necessárias para o atendimento às diferenças da sala de aula.Cette étude traite de la construction de pratiques pédagogiques dans le cadre de l’école inclusive et cherche à identifier et analyser l’évolution de ces pratiques pédagogiques inclusives en école maternelle. Elle a pour support théorique des auteurs qui ont contribué à la théorie du changement (CROZIER e FRIEDBERG, 1977; FULLAN, 2000-2006; FULLAN e HARGREAVES, 2000: 2001;THURLER – 1994; 2001), permettant de comprendre les résistances et changements identifiés dans les actions pédagogiques des sujets de la recherche; à la théorie du développement de l’être humain, en s’appuyant sur Piaget (1964; 1965; 1973; 1994), notamment en ce qui concerne l’équilibration comme mécanisme interne du développement et le rôle de l’affectivité dans le processus de construction de la connaissance; à la théorie socio-constructiviste du développement dans la perspective de Vygotsky (1987: 1988); Doise & Mugny (1981) et le rôle du conflit cognitif selon Lafortune (2004); Lafortune, Martin et Doudin, (2004). En ce qui concerne l’abord méthodologique, la recherche collaborative a été privilégiée en mettant notamment l’accent sur les aspects suivants: accompagnement individuel, accompagnement collaboratif et entretiens par le biais des groupes focalisés. Les sujets de la recherche ont été six professeures de maternelle d’une école publique de la ville de Fortaleza. Les résultats ont indiqué que dans la phase initiale de la recherche les pratiques pédagogiques des enseignantes paraissaient à l’opposé de ce qu’on considère comme pratiques inclusives. Elles étaient principalement directives, centrées sur la logique des savoirs et sur les connaissances de l’enseignant. Un des freins à la pratique inclusive reposait sur la conception que les enseignantes avaient de l’enfant comme reproducteur de connaissances. Par le biais de l’accompagnement collaboratif, il fut possible de favoriser une réflexion sur l’acte pédagogique, dans le sens de les aider à percevoir les croyances sur lesquelles s’appuyaient leurs pratiques. Il fut fondamental de penser la formation en association avec l’accompagnement des pratiques, ce que a eu pour effet de renforcer la réflexion dans et sur l’action. Par le biais des interventions développées tout au long de la recherche il fut possible de constater une avancée des enseignantes en ce qui concerne les aspects suivants: un mouvement d’évolution dans le développement professionnel; une attitude plus réflexive par rapport à la pratique pédagogique; une attitude de meilleure acceptation et d’accueil de la part des enseignantes par rapport aux enfants ayant une déficience; la présence de stratégies que visent le développement de l’autonomie des enfants; la diversification des pratiques pédagogiques. De tels changements sont intervenus en temps et intensité distincts, si l’on prend en considération les singularités et différences de parcours de chacune. Il convient de souligner le rôle de l’accompagnement collaboratif comme déclencheur de changements, principalement par l’étayage offert aux enseignantes, constituant un aspect essentiel à la formation enseignante en tant qu’il crée une communauté apprenante partant des expériences concrètes des professionnelles. Malgré tout, les changements provoqués au long de la recherche ne furent pas suffisants pour rompre complètement avec les pratiques directives en maternelle, ni pour garantir une évolution effective dans la construction d’une culture inclusive. Nous en déduisons que pour assurer une formation de qualité il est essentiel qu’elle puisse advenir au sein de la propre institution, en partant des expériences concrètes des professionnelles, avec le soutien et les orientations de partenaires plus expérimentés a fin de contribuer à une réflexion effective et à une systématisation de la pratique. Ainsi, l’étude met en évidence qu’un changement effectif dans la pratique des enseignantes de maternelle orienté par les principes de l’inclusion, requiert une réflexion permanente sur l’acte pédagogique, ce qui exige de repenser la formation continue dans le cadre de l’école, ainsi que le rôle de l’enseignant comme sujet apprenant. En ce sens, la formation continue est confrontée à une exigence de transformation pour pouvoir garantir les changements nécessaires à la prise en compte des différences dans la salle de classe. Mots-clés: École Maternelle, Éducation Inclusive, Pratiques Pédagogiques.http://www.teses.ufc.brFigueiredo, Rita Vieira deSoares, Cristina Façanha2012-07-04T16:49:56Z2012-07-04T16:49:56Z2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSOARES, Cristina Façanha. As diferenças no contexto da educação infantil: estudo da prática pedagógica. 2011. 248f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Fortaleza-CE, 2011.http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/3002porreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)instname:Universidade Federal do Ceará (UFC)instacron:UFCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-06-21T14:40:39Zoai:repositorio.ufc.br:riufc/3002Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufc.br/ri-oai/requestbu@ufc.br || repositorio@ufc.bropendoar:2024-09-11T18:38:31.778541Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Universidade Federal do Ceará (UFC)false |
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