O escritor numa Casca de Noz: o poder e o campo literário.
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/45008 |
Resumo: | Há certa mística que encobre as ficções literárias e que se mantém, por vezes, graças à contribuição generosa de seus criadores. “A ninguém reconheço o direito de me conferir louvores”, dissera, certa feita, Nietzsche. Recusando tão cômoda posição, o escritor pernambucano Osman Lins concebeu audacioso estudo ensaístico, intitulado Guerra sem testemunhas (1969), ainda sob o estranho impacto suscitado pela leitura de O que é literatura (1948), de Jean-Paul Sartre. O objetivo de nossa exposição é, portanto, discutir as questões concernentes ao campo literário, tomando por base as linhas argumentativas apresentadas por Osman Lins em seus ensaios. Para tanto, recorreremos às reflexões necessárias de filósofos, de sociólogos e de críticos literários, como Pierre Bourdieu (1996), Antonio Candido (2014), Jean-Paul Sartre (2015) Mario Vargas Llosa (1985) e Gaëtan Picon (1953). Mediante uma leitura crítica e relacionada dessas obras, discutiremos e investigaremos as condições que conferem valor à obra de arte. Resultou de nosso estudo a percepção de que a obra de arte é uma illusio, um fetiche permeado por crenças que não invalidam o jogo de fruição e de aprendizado. Concluímos que, em contrapartida a outros campos de poder, no campo literário, as contestações às regras de legitimação do escritor são absolutamente triviais e a submissão às demandas correntes poderá significar ao pretendente, quer dizer, ao novo escritor, o completo desprestígio. |
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