A cozinha cearense típica retratada no livro "o não me deixes" de Rachel de Queiroz.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dantas, Larissa Barbosa
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Gondim Neto, Leopoldo
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/42672
Resumo: A leitura do livro "O Não Me Deixes: suas histórias e sua cozinha" da cearense Rachel de Queiroz é agradável, leve, fácil, rápida, objetiva e direta. Apesar de tratar-se de um livro curto, contando apenas com 118 (cento e dezoito) páginas, a riqueza de detalhes impressiona. Rachel de Queiroz relata a vida do sertanejo através da apresentação da culinária do sertão cearense, especialmente dos hábitos e costumes enraizados em sua família desde a época de sua avó passando pelos planejamentos da construção rústica do sítio Não Me Deixes e chegando ao atual estágio de certo abandono. O livro traz histórias marcantes envolvendo a fome e a seca do sertão árido que dava aos homens o direito de tomar para si o alheio para saciar suas necessidades nutricionais mais básicas sem considerar o ato como reprovável ou, muito menos, criminoso. A autora faz um minucioso relato sobre os animais utilizados na diversificada dieta dos sertanejos: do peba e preá, passando pela galinha e peixes de água doce, chegando aos bois, porcos, carneiros e bodes. Traz informações preciosas sobre como era feita a criação, a escolha do animal a abater e o modo de preparo de receitas de família. Farinha, queijo, feijão e milho são reverenciados como insumos essenciais à dieta do sertanejo, cujos preparos muitas vezes envolviam rituais quase que religiosos, principalmente no que se refere às farinhadas e às preparações com milho para as festas juninas (canjica, mungunzá, bolo de milho, pamonha, aluá etc.). Dentro de todo o rico apanhado feito por Rachel de Queiroz, os instrumentos rudimentares da cozinha sertaneja e as pessoas envolvidas no preparo das comidas são enaltecidos, deixando claro até para o mais urbano indivíduo como diante de tantas dificuldades a culinária do sertão consegue manter-se tão rica e farta.
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